17 de junho de 2013

Em dia de greve...

... e apesar de não concordar com todas as reivindicações, concordo com a maior parte. Por isso, e contra o argumento de que greve em dia de exames é mau para os alunos, apresento a opinião de Santana Castilho, publicada ontem  no Aventar:

Não foi mau para o presente e futuro dos alunos cortar os planos de estudo dos ensinos básico e secundário?
Não foi mau para o presente e futuro dos alunos diminuir a carga horária de algumas disciplinas, sem que os respectivos programas tenham sido alterados?
Não foi mau para o presente e futuro dos alunos aumentar o número de alunos por turma?
Não foi mau para o presente e futuro dos alunos amputar as escolas de apoios pedagógicos antes dispensados aos que tinham mais dificuldades?
Não foi mau para o presente e futuro dos alunos tornar os passes escolares mais caros e aumentar as propinas no ensino superior?
Não foi mau para o presente e futuro dos alunos aumentar o horário de trabalho dos professores?
Não foi mau para o presente e futuro dos alunos reduzir o número de funcionários auxiliares?
Não foi mau para o presente e futuro dos alunos despedir os pais e deixar milhares de lares sem pão?
Não foi mau para o presente e futuro dos alunos o aparecimento da “mobilidade especial”, simples eufemismo manhoso para despedir, iludindo a lei?
Não foi mau para o presente e futuro dos alunos o Governo dizer-lhes que a alternativa ao chicote da troika é fugirem do seu próprio país?
Não foi mau para o presente e futuro dos alunos um ministro míope transformar paulatinamente a Escola numa simples unidade de trabalho intensivo, quase escravo?
Onde estavam tantos, que agora invocam o interesse dos alunos, quando estas e tantas outras medidas foram tomadas? Onde estava o Presidente da República? Onde estava Paulo Portas? Onde estava Marques Mendes? Onde estava Manuela Ferreira Leite? Onde estava Francisco Assis?
Só é mau o incómodo presente deste acordar (tardio) da classe docente?

7 comentários:

Gisela disse...

Muito bem dito! Concordo plenamente!

jão disse...

o homem poem o dedo na ferida. identifica as malfeitorias e os hipócritas de serviço.

ah e já agora quanto à luta, não tenhamos dúvidas que o seu sucesso ou derrota está muito para além dos professores

Andorinha disse...

Concordo completamente. E sempre disse que concordava com as reivindicações dos professores ao fazerem estas greves. Só não consigo concordar com o dia escolhido para o fazerem.
Felizmente tive exame, ao contrário de muitos alunos que hoje se viram impedidos de o fazer de forma justa e ao mesmo tempo que tantos outros. Vamos ver no que isto dá... concerteza mais problemas.

Anónimo disse...

Que nulidade e que desonestidade intelectual a deste texto.

Autora do blog, se eu dissesse:

Não foi mau o cão ter morto a criança?

Para justificar matar o cão, tu concordarias? (parece-me que não. Há uns tempos andavas muito indignada com um caso desses...).

Que raio de argumento... Então nunca ouviste dizer que um erro não justifica o outro?... Tudo isso está errado e por isso vamos fazer coisas também erradas porque os outros já fizeram? Vamos mandar lixo ao chão porque outros mandam? Vamos matar o cão porque ele matou a criança?

Os professores usaram a bomba atómica quando podiam usar bombas que não provocassem tanto estrago. Mas tu que achas que o governo devia ter sempre optado por outra alternativa (mesmo quando não há), a eles dizes que sim, que têm razão...

Bah...




Vespinha disse...

Não é desonestidade intelectual, é uma opinião. Cada um deve lutar com as armas que tem, e este governo infelizmente só percebe as bombas atómicas.

Nulidade ou não, é como quiser. Há milhares de outros blogues que irão mais ao encontro das suas opiniões.

Quanto ao caso do cão, não sei se acompanhou bem o que escrevi, mas parece-me bem que não.

jão disse...

o anonimato é uma expressão biológica duma personalidade

Vespinha disse...

É verdade. :)