Tal como eu previa, foi em menos de duas semana que li as mais de 500 páginas deste "Inferno". Bem sei que Dan Brown não é símbolo de literatura de qualidade, mas a verdade é que prende o leitor como não há muitos.
Desta vez, Robert Langdon acorda num hospital de Florença, sem se lembrar de como lá foi parar. Aos poucos, a sua memória vai sendo reconstruída, vendo-se envolvido no caso de um cientista de genética que planeia disseminar uma peste que, à semelhança da peste negra, reduzirá a população mundial em um terço. Em todo o livro há referências ao Inferno de Dante, em pistas que Langdon vai decifrando como só ele sabe fazer. Não posso dizer mais nada, nem as outras cidades em que a ação se passa, sob pena de estragar as surpresas.
Em resumo, não é uma obra-prima, mas presta-se muito bem a umas horas de entretenimento e de certeza que dará um bom filme. E o tema de fundo, o crescimento exponencial da população mundial, foi bastante bem escolhido.
PS: Há uma frase de Dante, recorrentemente referida, de que gostei sobremaneira, "Os lugares mais tenebrosos do Inferno estão reservados àqueles que mantêm a neutralidade em tempos de crise moral". Atualíssima.
8 comentários:
Não percebo porque é que diz que não é literatura de qualidade.
Só os prémios Nobel é que são de qualidade?
A qualidade de um livro é muito relativa e depende muito dos gostos de quem lê.
A minha mãe gosta imenso dos livros do Dan Brown exactamente pelo que tu dizes: são livros que prendem.
No entanto... O que é e o que não é literatura de qualidade?
Eu dou-te um exemplo: o José Eduardo Agualusa. A maioria das pessoas que eu conheço adora a sua escrita, eu não gosto. Mas tal não significa que ele não tenha talento.
Comecei a ler esse ontem à noite. Adoro os livros do Dan Brown, são extremamente cativantes. Mas o último nem o consegui acabar...
Comecei a ler e não me está a "prender" como os outros :(
"Bem sei que Dan Brown não é símbolo de literatura de qualidade..."
Preconceitos!
Para mim, não é de qualidade porque não contém fórmulas inovadoras, algumas ligações são muito forçadas e uma boa parte da investigação histórica não está com rigor. Mas isso não significa que não prenda. Quantas revistas cor-de-rosa prendem apenas para passar o tempo?
Para mim, literatura de qualidade é Philip Roth, Ken Follet (excelente investigação histórica), Ian McEwan. Autores que me surpreendem sempre, se não pelo conteúdo pela forma. E muitas vezes pelas duas coisas.
Confesso que ando a pensar compra-lo...parece-me ser boa companhia para a praia!
E é, quanto a esse aspeto não hesites.
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