Será que as pessoas que vivem no campo com maior contacto com animais são mais humanas que as que vivem nas cidades? Por acaso tinha ideia que o pessoal que gosta de touradas era mais o pessoal das aldeias...
Será se alguns animais tivessem a nossa inteligência/consciência, seriam seres puros? Ou seria tipo "Triunfo dos Porcos", em que uma fracção rapidamente "apreendia" os "vícios humanos"? Seriam capazes de explorar os humanos em proveito próprio?
Senhor Sérgio. Tanta questão sem resposta. Tanta hipotese sem possibilidade de ser demosntrada. O que podemos dizer é que de acordo com a MINHA experiência, os "nossos" animais, são mais humanos, que muita gente que EU conheço. E mais, PARA MIM valem mais que muita gente que por aí anda. Este meu pensamento é oriundo de um acto reflexivo, após visualização de um documentário ontem na SIC, onde soube que EXITEM mães que vendem os seus PRÓPRIOS filhos. Desconheço se algum animal teria similar atitude. Mas na dúvida, eu aposto que não! Em relação às Touradas? Vivo na terra delas. Sei do que falo. E vivo numa cidade.
Sérgio, esses são muitos «ses», e a verdade é que, pelo menos a mim, os animais, e ser responsável por alguns deles, tornam-me uma pessoa melhor.
«O triunfo dos porcos» é uma criação humana... :)
E não concordo que quem gosta de touradas seja mais do campo, antes pelo contrário. As pessoas do campo veem é o animal como mais utilitário, enquanto muitas da cidade veem as touradas como um divertimento e, por vezes, uma forma de se mostrarem. É ver a afluência ao Campo Pequeno em dia de tourada.
Caro Sérgio, Muitas vezes observo que as pessoas que vivem no campo, em "contacto" com animais, percebem muito pouco de animais. Como a Vespinha diz, veem o animal como algo utilitário. Não o admitem como companheiro, não tentam compreender a sua essência, não o observam, não tentam comunicar com ele e, por isso, nada aprendem com ele. Os animais, nas aldeias, são, a maior parte das vezes, vistos como objetos, que se usam e se deitam fora. Conheço caçadores que têm os seus cães presos em espaços exíguos, às vezes, no escuro, todo o ano e só os soltam na altura da caça porque precisam deles. Ora, que contacto e que intercâmbio pode haver, em situações destas?
Nunca mais me esqueço de algo que uma conhecida disse, uma conhecida nascida e criada numa aldeia remota de Trás-os-Montes, rodeada de animais (a terra-natal do meu pai). Visitou-nos, uma vez, estando eu em casa dos meus pais. Eu tinha a minha cadela comigo, que anda dentro de casa, o que muito surpreendeu essa senhora. Numa altura, estava ela distraída a conversar connosco, sentada no sofá. A cadelita aproximou-se e, ao cheirar-lhe a mão, encostou o nariz. A senhora retirou a mão, um pouco enojada, e disse, estupefacta: ai, mas o nariz dela é húmido!!! Nunca se tinha permitido um contacto com um cão, apesar de, como disse, ser originária e viver numa aldeia onde há animais por todo o lado.
Viver rodeado de animais não implica, de maneira nenhuma, que se entenda de animais. E, se não os entendermos, eles não nos podem tornar mais humanos ;-)
Muito boa noite, A comparação do "Triunfo dos Porcos", está descontextualizada à partida claro, uma vez que é uma crítica ou meditação política e não sobre os animais propriamente ditos. A questão do pessoal das aldeias, tem o seu que de provocação, admito, uma vez que conheço meios em que apesar das pessoas viverem rodeadas de animais não me parece que tenham para com eles uma grande relação de estima.
Por o meu pai ser originário de uma aldeia recôndita, conheço muita gente assim. Mas repare, isso não se dá só com os animais. Também há gente incapaz de estabelecer uma relação de estima com outros humanos (às vezes, com familiares). Uma relação de estima exige empatia, que nos punhamos ao nível do ser estimado, isto é, que o consideremos digno da nossa afeição. E só nesse sentido é que os animais podem fazer de nós melhores humanos.
Mas repare também: nada tenho contra as pessoas que não veem encanto nos animais, cada um é livre de viver como quiser. Mas desde que não prejudique. Nada justifica maus tratos, nada! Nem mesmo em relação a animais que se destinam à nossa alimentação!
11 comentários:
Concordo 100% contigo,Vespinha.
Mil beijinhos.
And I firmly believe that animals are more human than humans!
A Gata tem tanta razão...
Também é uma das minhas grandes certezas! E tenho muito poucas! :) os nossos animais dão-nos esse dom de ter essa certeza!!!
Será que as pessoas que vivem no campo com maior contacto com animais são mais humanas que as que vivem nas cidades? Por acaso tinha ideia que o pessoal que gosta de touradas era mais o pessoal das aldeias...
Será se alguns animais tivessem a nossa inteligência/consciência, seriam seres puros? Ou seria tipo "Triunfo dos Porcos", em que uma fracção rapidamente "apreendia" os "vícios humanos"? Seriam capazes de explorar os humanos em proveito próprio?
true, true, true!!!
Senhor Sérgio. Tanta questão sem resposta. Tanta hipotese sem possibilidade de ser demosntrada. O que podemos dizer é que de acordo com a MINHA experiência, os "nossos" animais, são mais humanos, que muita gente que EU conheço. E mais, PARA MIM valem mais que muita gente que por aí anda. Este meu pensamento é oriundo de um acto reflexivo, após visualização de um documentário ontem na SIC, onde soube que EXITEM mães que vendem os seus PRÓPRIOS filhos. Desconheço se algum animal teria similar atitude. Mas na dúvida, eu aposto que não!
Em relação às Touradas? Vivo na terra delas. Sei do que falo. E vivo numa cidade.
Sérgio, esses são muitos «ses», e a verdade é que, pelo menos a mim, os animais, e ser responsável por alguns deles, tornam-me uma pessoa melhor.
«O triunfo dos porcos» é uma criação humana... :)
E não concordo que quem gosta de touradas seja mais do campo, antes pelo contrário. As pessoas do campo veem é o animal como mais utilitário, enquanto muitas da cidade veem as touradas como um divertimento e, por vezes, uma forma de se mostrarem. É ver a afluência ao Campo Pequeno em dia de tourada.
Caro Sérgio,
Muitas vezes observo que as pessoas que vivem no campo, em "contacto" com animais, percebem muito pouco de animais. Como a Vespinha diz, veem o animal como algo utilitário. Não o admitem como companheiro, não tentam compreender a sua essência, não o observam, não tentam comunicar com ele e, por isso, nada aprendem com ele. Os animais, nas aldeias, são, a maior parte das vezes, vistos como objetos, que se usam e se deitam fora. Conheço caçadores que têm os seus cães presos em espaços exíguos, às vezes, no escuro, todo o ano e só os soltam na altura da caça porque precisam deles. Ora, que contacto e que intercâmbio pode haver, em situações destas?
Nunca mais me esqueço de algo que uma conhecida disse, uma conhecida nascida e criada numa aldeia remota de Trás-os-Montes, rodeada de animais (a terra-natal do meu pai). Visitou-nos, uma vez, estando eu em casa dos meus pais. Eu tinha a minha cadela comigo, que anda dentro de casa, o que muito surpreendeu essa senhora. Numa altura, estava ela distraída a conversar connosco, sentada no sofá. A cadelita aproximou-se e, ao cheirar-lhe a mão, encostou o nariz. A senhora retirou a mão, um pouco enojada, e disse, estupefacta: ai, mas o nariz dela é húmido!!! Nunca se tinha permitido um contacto com um cão, apesar de, como disse, ser originária e viver numa aldeia onde há animais por todo o lado.
Viver rodeado de animais não implica, de maneira nenhuma, que se entenda de animais. E, se não os entendermos, eles não nos podem tornar mais humanos ;-)
Muito boa noite,
A comparação do "Triunfo dos Porcos", está descontextualizada à partida claro, uma vez que é uma crítica ou meditação política e não sobre os animais propriamente ditos.
A questão do pessoal das aldeias, tem o seu que de provocação, admito, uma vez que conheço meios em que apesar das pessoas viverem rodeadas de animais não me parece que tenham para com eles uma grande relação de estima.
É isso mesmo, Sérgio.
Por o meu pai ser originário de uma aldeia recôndita, conheço muita gente assim. Mas repare, isso não se dá só com os animais. Também há gente incapaz de estabelecer uma relação de estima com outros humanos (às vezes, com familiares). Uma relação de estima exige empatia, que nos punhamos ao nível do ser estimado, isto é, que o consideremos digno da nossa afeição. E só nesse sentido é que os animais podem fazer de nós melhores humanos.
Mas repare também: nada tenho contra as pessoas que não veem encanto nos animais, cada um é livre de viver como quiser. Mas desde que não prejudique. Nada justifica maus tratos, nada! Nem mesmo em relação a animais que se destinam à nossa alimentação!
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