Este deve ser o livro mais triste que li em toda a minha vida. Uma tristeza que se entranhou em mim durante dias, resultante de uma escrita misturada de pormenores hiper realistas com passagens muito poéticas. Nunca tinha lido um livro de Valter Hugo Mãe, e não sei se estou preparada para ler outro muito em breve, sobretudo se o sentimento com que ficar for este.
Halla é uma menina islandesa, que perde a irmã gémea. A partir daí passa a sentir-se meia pessoa, mas com uma alma dupla, e tem de crescer muito mais rapidamente do que estava preparada. E vê o pai cada vez mais triste. E a mãe cada vez mais revoltada contra ela. E a população da vila onde habita, «as nossas pessoas» como diz, ser tudo menos dela.
Neste livro há morte, há medo, há revolta, há dúvida, há raiva. Mas também há iniciação sexual, um casamento, um aborto. E uma paisagem gelada e desoladora, a que não conseguimos fugir.
Não sei se o recomendo, acho que ficará a cargo de cada um pegar nele consoante a sua capacidade de lidar com todas estas coisas. Mas hei de ler outros. Um dia.
8 comentários:
De facto, não é o melhor livro para conhecer a obra de VHM. Talvez deva ler "O Remorso de Baltazar Serapião",quanto a mim, o seu melhor livro.
Não lerei certamente, já me basta a 'desumanização' com que me deparo (quase) todos os dias...
Eu li o Filho de Mil Homens e adorei mas foi o único que li dele. Este título não me tinha entusiasmado e agora depois do que escreveste, muito menos. Estou numa fase que preciso de livros que me animem!
Vespinha, esse é um livro belíssimo de que (ainda) não gostei (se é que isto faz algum sentido...). Acho que vou ter de reler um dia. Só não sei quando.
Sim, terei de tentar outro. E é como dizes, AF, o livro é bonito, mas tão, tão triste...
António, volte sempre.
Está ali no quarto, desde o Natal.
É assim tão triste?
Gosto muito de ler os livros dele.
Agora estou a reler o Meu pé de laranja lima :-)
Eu achei... mas se calhar tenho de ler outros...
Uma autêntica pastilha!
Não gostei nada deste livro!
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