29 de setembro de 2014
Os gatos não têm vertigens, de António-Pedro Vasconcelos
Uma septuagenária (Maria José Guerra) acabada de enviuvar. Um adolescente (João Jesus) a chegar à idade adulta pronto para continuar a sua vida de delinquência. E no entanto, entre os dois, a amizade é possível. António-Pedro Vasconcelos consegue numa história verosímil juntar dois extremos da sociedade, jovens e velhos, ambos olhados como imprestáveis e indignos de investimento.
Para quem não costuma ver cinema português, posso garantir que a nível técnico está tudo muito bem: o som perfeitamente audível, a fotografia com qualidade mas sem parecer artificial, as interpretações muito credíveis (sobretudo as dos dois atores principais e as dos jovens delinquentes).
Da história só posso dizer que, apesar de conter um ou dois clichés, vale a pena ser conhecida. Mostra-nos que por vezes estar no local errado à hora errada se pode transformar precisamente no contrário.
PS: Os gatos? Estão lá e não estão, no sentido restrito e no sentido figurado. Depois de verem o filme perceberão porquê.
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10 comentários:
Ontem fui ver Os Maias, mas o próximo vai ser esse. Ficou-me debaixo de olho logo da primeira vez que vi o trailer. Quem diria que ia ficar com vontade de ver 2 filmes portugueses de seguida?!
Ontem vi a apresentação dos Maias. Gostaste? Pareceram-me os cenários muito artificiais...
Os cenários são propositadamente artificiais. Todos os de exterior são telas pintadas.
De uma maneira geral, gostei bastante. As personagens do Carlos da Maia e do João da Ega eram muito boas. Claro que o filme gira, essencialmente, em torno da história de Carlos e Maria Eduarda, mas consegue, ainda assim, inserir outros aspectos da obra, como a crítica de costumes, por exemplo. (Como é óbvio, quem conhece a obra sabe que há muito mais, mas não é fácil colocar todo o génio de Eça num filme de 2 horas. Mas ele está lá, sem dúvida!)
Por acaso isso dos cenários passou-me pela cabeça. :)
Este filme é totalmente diferente, mas acho que vais gostar.
Vi o trailer e fiquei muito curiosa. Agora, ainda mais. :)
A atriz Maria do Céu Guerra é um portento!
Fernanda
Fernanda, acreditas que só no fim é que me apercebi que era ela, pois associava-a sempre àquela pessoa extravagante de cabelos encaracolados? E isto é sinal de que consegue mesmo vestir uma personagem, e de modo irrepreensível.
Ouviste falar de que querem fazer remakes dos filmes antigos?
Canção de Lisboa, e afins?
Simplesmente ridículo!
Sim, ouvi ontem na televisão... Mas tudo depende de como o fizerem. Se bem que António Silva e companhia há só um!
Já ouvi falar muito bem deste filme.
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