10 de julho de 2015

Eu, «maluquinha dos animais»

Quantas vezes fui apelidada assim. Mas não, não sou maluquinha «apenas» dos animais, sou maluquinha da vida. E eles fazem parte dela, da minha vida.

Eu tenho plena consciência de que a Vespa, a TT e a Loba são animais e não crianças nem minhas filhas, mas nem por isso deixam de fazer parte da minha família. Por isso as trato como tal, como animais, no seu lugar: alimento-as bem, cumpro religiosamente o plano de vacinas, levo-as a fazer exames regulares e, acima de tudo, passo com elas o máximo de tempo que posso, mas não as deixo ir para cima da mesa comer da minha comida, não as beijo na boca, dou-lhes uma palmada se afiarem as unhas onde não devem, não as trato como crianças. Com tudo isto sei, sem qualquer dúvida, que sentem amor por mim tal como eu sinto amor por elas.

Não é de todo o mesmo amor que sinto pelos meus irmãos, pelos meus pais, pelos meus tios e primos e por alguns amigos. Mas é um amor na mesma, e grande.

Com a Vespa e com a TT já vivi 12 anos, um pouco menos de um terço da minha vida, com aqueles dois seres sempre à minha espera quando abro a porta de casa. Estiveram ao meu lado em momentos muito bons e, nos maus, aproximaram-se ainda mais, com uma espécie de compreensão calada que nunca conseguirei explicar. Quantas vezes já me fizeram esboçar sorrisos quando estava triste. Quantas vezes me curaram insónias ao som do seu ronrom. Quantas vezes já se vieram roçar nas minhas pernas quando perceberam que eu chorava.

Adoro animais, e espero podê-los ter sempre ao meu lado independentemente das voltas que a minha vida der. Porque farão sempre parte dela.

11 comentários:

moijeeu disse...

Ipsis Verbis

Celeste Silveira disse...

Eu amo os meus gatos, assim como a Lucrécia Borgia (linda Coquer Spaniel do meu pai) assim como à sua linda gatinha! E gosto, da maneira que eu consigo, sem ter qualquer preocupação com os opiniões alheias. Aliás, cada vez prezo menos as opiniões alheias. Se tenho duvidas questiono a quem tenho confiança e afecto. Fora isso, quero eu lá bem saber!
Tenho uma amiga que chama as suas duas gatas de filhas. Quando vêm para casa pela primeira vez ela comunica-nos: "o parto correu muito bem, sem qualquer incidentes, a mãe e a criança encontram-se bem!" E depois? Se ela é feliz assim. Eu fico feliz também por ela.E que belos momentos temos partilhado (o núcleo duro de amigos) com estas suas brincadeiras. E que felizes que são as suas duas lindas gatinhas!

Vasco disse...

:)

Pink Poison disse...

Os meus 2 gatos e o meu cão são também meus companheiros e sim, estou de acordo, amá-los mas não como crianças e repreender quando faz falta. O meu cão agora deu-lhe para enfiar a cabeça dentro da wc dos gatos e leva uma palmada cada vez que o faz além de ser um nojo, espalha areia pela casa mas sim , fazem parte da minha vida, sempre tive animais, não imagino a minha vida sem animais por perto.

CAP CRÉUS disse...

subscrevo por baixo!

Ana disse...

Olá!

Que texto tão bonito! Concordo com tudo e acho que na nossa vida temos lugar para todos, e lá por amarmos os animais não quer dizer que não gostemos das pessoas!

Cristina Torrão disse...

Lindo :)

Vespinha disse...

É o que dizem. Gostar dos animais e gostar das pessoas. E tentar que todas estas também gostem e respeitem os animais.

GATA disse...

Com a minha idade e o meu mau feitio, os adjectivos menos bons atribuídos a mim passam-me ao lado.

Mas durante a pior década da minha vida, excepto a minha mãe, quem esteve sempre ao meu lado - e tantas vezes o seu pêlo amparou as minhas lágrimas - foi a minha gata.

Cátia Frade disse...

Nem mais! É Amor. Diferente, mas tão grande!
Li algures que houve um estudo que equiparou o desenvolvimento mental dos cães ao de crianças de 3 anos. Para mim faz todo o sentido! São 'crianças' que precisam de mimo, protecção, comida e bebida, abrigo, cuidados. Basta ver o olhar de um animal perdido/abandonado e de uma criança quando se perde por momentos dos pais. Todo o sentido!

Vespinha disse...

É isso. Dão-nos tanto e ao mesmo tempo precisam tanto de nós. São laços únicos que se criam, com o enorme mérito de não serem laços de sangue...