16 de novembro de 2015

A propósito de Paris e do resto do mundo...

... porque uma pequena parte não faz o todo.




7 comentários:

Pink Poison disse...

haja alguém que pense como eu mas ... como saber quem é quem?

Vespinha disse...

Verdade... mas quem sabe verdadeiramente quem mora na casa ao lado?

Cristina Torrão disse...

Admiro estas atitudes corajosas, porque sabemos que os islâmicos fanáticos são ainda mais severos com os outros muçulmanos.
Sim, não há maneira de distinguir quem é quem. Eu prefiro confiar nas pessoas que vejo, mesmo que não as conheça. Moro na Alemanha e vejo muçulmanos todos os dias. E emprego uma das lições que Gandhi nos deixou, mais ou menos assim: "Quero ver, em primeiro lugar, o bom em cada um". Mais vale! Porque de nada me adianta ver o mal, não é isso que me vai proteger.

Cristina Torrão disse...

Este é só porque me esqueci de assinalar o mail. Para o caso... ;)

João disse...

Eu cá não gosto nada disto. Porque é que haveriam os muçulmanos de pedir desculpa? Nós pedimos, por acaso, desculpa quando Israel, um aliado do oeste e autoproclamada e aclamada universalmente como a única democracia no Médio Oriente, mata duas mil pessoas na Faixa de Gaza só porque sim, enquanto nós assistimos sem dizer ai nem ui?

Porque é que os franceses, nomeadamente o governo, não pede desculpa por ter criado no seu próprio solo estas pessoas? Porque não pede desculpa pela discriminação a que os submeteu e os guiou para um caminho de extremismo? O Charlie Hebdo não foi perpetrado por franceses de ascendência argelina? Não haviam franceses (e belgas) nestas equipas que perpetraram os atentados?

E mais, quem é que incendiou a situação na Síria? Quem é que envia para lá dinheiro? Quem é que apoia um braço da al-Qaeda contra Assad? Porque é que Hollande não pede desculpa aos franceses porque as acções dele provocaram a reacção à vista de todos? Ou será que é suficiente dizermos que nada justifica estas acções e assim olhar para o lado em relação à verdadeira origem dos problemas?

Aqui como no Charlie Hebdo, só conta quando somos nós. Quando egípcios foram baleados por defenderem a democracia ninguém se opôs quando o Charlie Hebdo ridicularizou a morte dos mesmos. Quando morrem pessoas no Mali ou no Líbano, já não é assustador? Já não é mau? Já não é digno da nossa indignação?

Enquanto não responsabilizarmos os governantes pelas políticas desastrosas no Médio Oriente onde se financiam guerras e na Europa onde a discriminação é latente, mas maquilhada pela máscara de liberdade transmitida pela União Europeia, nada vai mudar e vão continuar a aparecer acontecimentos destes.

http://www.theguardian.com/commentisfree/2015/nov/15/multiculturalism-assimilation-britain-france?CMP=Share_iOSApp_Other

http://www.aljazeera.com/news/2015/11/arab-cartoonists-pick-pens-paris-attacks-151115134516175.html

Cristina Torrão disse...

João, tudo o que diz tem a sua razão de ser e é digno de reflexão. Mas, cingindo-me ao tema deste post, penso que estes muçulmanos sentem vontade de pedir desculpa, porque há sempre a tendência de julgar o todo pela parte. Na França, na Alemanha e no Reino Unido (só para dar alguns exemplos) há milhões de muçulmanos (só na Alemanha são 5 ou 6 milhões). A esmagadora maioria deles nada tem a ver com este tipo de terror e eles querem deixar isso claro.

Vespinha disse...

João, tens toda a razão, somos em grande parte responsáveis pelo que está a acontecer, afinal quem ganha dinheiro com a venda das armas que utilizam? E quem os segrega, tantas vezes de modo impiedoso? Talvez por isto alguns tenham necessidade de se justificar, de mostrarem que são gente como nós, que não se identificam com a tal pequena parte que não é o todo.