11 de abril de 2016

Bem-vindo, estranho

Tenho de publicar hoje sobre esta peça, uma vez que só estará em Lisboa até dia 17, domingo, apesar de depois seguir para Vila Nova de Famalicão (21 a 24 de abril), Póvoa do Varzim (28 de abril a 1 de maio) e Figueira da Foz (6 e 7 de maio).

Fui vê-la sem saber ao que ia. Da autoria da britânica Angela Clerkin, foca a relação claustrofóbica entre mãe e filha (Regina Duarte e Mariana Loureiro, respetivamente), desestabilizada pela chegada do namorado da segunda (Kiko Bertholini). Depois de no princípio sermos recebidos por uma mãe possessiva mas divertida, ao longo da peça vamos ficando angustiados com tanta intromissão, numa tensão crescente entre as personagens que passa na perfeição para o público e que culmina em alguns episódios imprevisíveis. Muito suspense.

Para quem se habituou a ver Regina Duarte como mulher extravagante, não há desilusão, mas antes a capacidade de transformar essa exuberância em algo impossível de suportar. Não posso deixar de sublinhar a vitalidade da atriz, que com 69 anos faz inveja a muitas rapariguinhas.

Se puderem, vão ver. E não se esqueçam de prestar atenção a esta fantástica música de Patrícia Coelho:

2 comentários:

PEQUENOS DELITOS RENOVADOS disse...

Hummm... que delícia de post....
Uma crítica de uma profissional de crítica de teatro!!!! És mesmo uma ótima escritora Vespinha.
A música é linda, um piano sensacional!!!

Vespinha disse...

Obrigada, PDR, sei de pelo menos uma pessoa que entretanto já comprou bilhetes para ir ver. :) Sim, a música é linda, não imaginas o trabalho que me deu a encontrá-la! Mas valeu a pena...