Maude viveu 15 anos presa numa quinta pelo pai. Não para abusar dela sexualmente como tantas outras histórias reais que conhecemos, mas antes porque tinha como grande objetivo criar um super-ser, alguém superior que seria capaz de tudo enfrentar e de todos dominar.
Maude era um projeto do pai. Desde os seus três anos que pai e mãe, esta totalmente submissa, dedicaram todas as suas horas a criar esse ser. Não podia ir à escola, aprendendo apenas o que pai e mãe lhe ensinavam. Era regularmente submetida a violentas provas físicas, como ser fechada numa cave escura cheia de roedores, ter de beber álcool e depois realizar provas de perícia, tomar sempre banhos água fria no interior e no exterior, aprender a tocar um sem número de instrumentos, ser uma ginasta exemplar. Mas também a lavagens cerebrais, lendo os livros que o pai escolhia e tendo de admirar quem o mesmo admirava (e até isto é bizarro, tendo em conta que o pai havia sido um acérrimo defensor dos judeus e havia ajudado muitos a fugir).
O que a ia ligando à vida e limitando uma possível fuga era, acima de tudo, o seu amor pelos animais que viviam na mesma quinta que ela, vítimas da mesma prisão e das mesmas sevícias.
Hoje, Maude Julien é uma terapeuta de 56 anos, com duas filhas e três netos, uma mulher que conseguiu ultrapassar os seus tenebrosos primeiros dezanove anos de vida e transformar-se num super-ser, sim. Mas não no super-ser que o seu pai idealizara. Antes, numa super-mulher humanista e com muito de bom para dar.
Podem conhecê-la melhor aqui.
4 comentários:
Aterrador! Com a melhor das intenções, mas, mesmo assim, aterrador.
Ainda bem que ela conseguiu superar.
Depois de ler o livro, é quase inacreditável como o conseguiu... grande mulher!
Mas que história fantástica!!!! Já tinha visto por aí!
Vale a pena ler, é uma aprendizagem.
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