3 de janeiro de 2017

Lion - um longo caminho para casa, de Garth Davis

Vi este trailer uma data de vezes noutras idas ao cinema, e desta vez acabei por ir ver o filme. Lion está basicamente dividido em duas partes: a perda e a procura.


Na perda, o pequeno Saroo, criança indiana de cinco anos vivendo num local remoto e muito pobre, perde-se do irmão Gudu numa estação de caminhos de ferro. Acaba por entrar no primeiro comboio que encontra e vai parar à confusão de Calcutá, onde vive na rua, é perseguido por recolhedores de crianças, cobiçado para redes de tráfico infantil, até que é recolhido num orfanato. E, em pouco tempo, adotado por uma família australiana.

Na procura, Saroo é já um homem, um jovem estudante de 25 anos que vai estudar para Melbourne e que, uma noite, se dá conta de que tem de encontrar a sua família de origem. Com a ajuda do Google Earth, de cálculos matemáticos e de memórias entrecortadas que tem, empreende uma busca para tentar encontrar a sua mãe e irmãos que deixou numa região paupérrima.

A primeira parte é impressionante, pela interpretação de Sunny Pawar, tão bem escolhido pela capacidade de representação e pelos enternecedores olhos negros (não há quem lhes resista...), e por sabermos que todos os anos na Índia se perdem assim cerca de 80 mil crianças. A segunda parte é um pouco menos plausível, pela forma como a busca é efetuada. Mas não posso deixar de sublinhar as interpretações de Dev Patel (o rapazito de Quem quer ser milionário? que agora se tornou num homem bem interessante), no papel do Saroo adulto, e de Nicole Kidman, no papel da mãe adotiva australiana.

Verte-se umas lágrimas, vale a pena ver. Resta dizer que a história é inspirada muito diretamente num caso verdadeiro.

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