30 de maio de 2017

Perdidos, de Leonel Vieira

Seis amigos que não se veem há bastante tempo juntam-se num fim de semana para celebrar o 30.º aniversário de um deles: um casal com um bebé de seis meses, um casal que não é casal mas que poderia ser e um casal de passagem. A ideia é passarem dois dias no veleiro de um deles, partindo de Porto Santo.

A bordo, algumas relações são tensas, graças ao passado que não os larga, mas tudo vai correndo na normalidade até que alguém decide mergulhar em mar alto. E depois segue-se outro. E outro. Até que a mãe do bebé, que sempre teve medo da água, é também lançada à água numa brincadeira parva (o bebé não estava com ela, sublinhe-se, mas na coberta). Acalmado o susto de Ana, entra-se de repente no susto geral, quando se apercebem de que ninguém desceu a escada que lhes permitiria regressar ao veleiro. Em vão, tentam durante horas chegar lá acima, cada vez mais irritados, cansados e a perder o discernimento. Na embarcação, o bebé chora, cá em baixo os adultos discutem.

Desde cedo nos apercebemos de que aquilo vai acabar mal, só não sabemos como e quão mal. Há neste filme pormenores dispensáveis, como o estereotipo do menino rico que foi à falência e que viaja no seu veleiro pela última vez, o típico casal de recém pais em crise que a tentam disfarçar, a mulher com talassofobia mas que acede em viajar emmar alto. Mas, no cômputo geral, gostei deste filme. Porque me criou ansiedade como se eu lá estivesse, e era isso que se pretendia num filme como este.

28 de maio de 2017

The Mum

Esta coleçao de livros, How it works, é hilariante. Com um design vintage, retrata situações irónicas dos nossos dias. Escolhi algumas páginas deste The Mum para ir publicando nos próximos tempos.

26 de maio de 2017

Barrel fever, de David Sedaris

Sou fã de Sedaris, já o disse aqui várias vezes, tanto que já esgotei praticamente toda a leitura dele (faltar-me-ão dois ou três livros). Este Barrel fever (em português talvez se possa traduzir por Ressaca) é o seu primeiro livro, e talvez por isso aquele de que gostei menos. Na primeira parte, «Histórias», houve poucas de que tenha verdadeiramente gostado. Uma já conhecia de outro livro, e é das minhas favoritas, «Season's greetings to our friends and family!»

A segunda parte, mais pequena, são quatro ensaios com base na experiência própria do escritor, e esses já os conhecia todos, mas não pude deixar de me rir de novo. Um deles é aquele em que Sedaris trabalha como duende num Natal no Macy's, «Santaland diaries», e já o tinha referido aqui. Os restantes fui-os encontrando noutros livros.

Em suma, não recomendo para quem nunca tenha lido nada do escritor, porque há tanta coisa tão boa que não vale a pena começar por um que deveria ficar para os restos, como eu fiz.

25 de maio de 2017

O novo Supergel

Lembram-se do Supergel, aquela pasta meio transparente com cheiro a petróleo que vinha numa bisnaga e que tirava todas as nódoas? Pois agora a minha mãe deu-me a conhecer outra maravilha, esta com a vantagem de não cheirar mal e de poder ser colocada na máquina de lavar a roupa. Chama-se KH7 e até agora tirou-me nódoas mesmo de tudo (vinho, sangue, cocó - das bebés, entenda-se...).

Nota: Também existe em versão para tirar gorduras na cozinha, desincrustar calcário, limpar motores, limpar vidros...

24 de maio de 2017

Ser mãe de gémeas é... #34

... assistir ao acordar mais alegre de sempre, ainda por cima em dose dupla, em que duas mãozinhas se tentam tocar através das camas de grades no meio de guinchos e gargalhadas.


22 de maio de 2017

Eu que nunca me casei...

... vejo-me agora a tentar organizar um batizado e dois aniversários sozinha. Tratar das coisas na igreja e tentar gerir as compatibilidades para se ser madrinha ou padrinho. Procurar um local agradável mas que não me leve à falência e ter de escolher o menu. Organizar as mesas e dar-lhes um nome. Pensar na decoração do(s) bolo(s). Escolher a roupa e os sapatos das minhas duas patuscas. Escolher a minha roupa. Fazer os convites e recolher as moradas de toda a gente para que fossem entregues «à moda antiga». Escolher quem irá fotografar. Imaginar o que poderei fazer para marcar o dia nas recordações dos convidados. E saber que alguma coisa importante me vai escapar.

Mas valerá a pena. Celebrar no mesmo dia o batismo, um ano de vida e o início do processo que me salvaria a vida é algo que não poderia ser feito de ânimo leve.

18 de maio de 2017

Ter um Bordallo ao preço da chuva

Para quem quer ter umas peças de louça de Bordallo Pinheiro ou oferecer uma peça bem portuguesa sem gastar muito dinheiro, a empresa lançou agora uns ímanes amorosos de €6 a €28 que são bem catitas.

Ora vejam:

Podem ser comprados online aqui.

17 de maio de 2017

Ser mãe de gémeas é... #33

... entrar num centro comercial já com duas fraldas sujas na mão, que tive de mudar no estacionamento no porta-bagagens do carro.

11 de maio de 2017

Canção doce, de Leila Slimani

Precisam de um livro que vos agarre bem a sério e que à noite vos obrigue a dormir um pouco menos para ler um pouco mais? É este. Sessenta páginas por noite foi a minha média (hoje em dia só consigo ler já depois de me deitar), o dobro ou o triplo do que costumo ler.

Leila Slimani é uma jovem escritora franco-marroquina (tem apenas 35 anos) que, com este Canção doce, ganhou o Prémio Goncourt 2016, que premeia livros de que gosto quase sempre.

Este livro começa pelo final, pelo assassínio de duas crianças pela ama que cuidava delas. Mas já sabendo o final, vamos querer saber o que levou a ele, e aqui deparamo-nos com Louise, uma mulher praticamente sem vida própria que se agarra à vida das pessoas para quem trabalha. À medida que as páginas avançam, Louise vai-nos sufocando cada vez mais através da sua intromissão naquela família que a ela recorreu para que a mãe possa ser também uma profissional.

Não é um livro policial, nem um thriller, mas antes uma análise à vida dos nossos dias, em que trabalhar e ter filhos se torna um desafio e que nos leva a tomar decisões que nem sempre são as melhores. Gostei muito.


9 de maio de 2017

Ser mãe de gémeas é... #32

... preparar a roupa no dia anterior para elas vestirem, não preparando a minha. E, ao chegar à escola, dizerem-me que o que visto está a combinar com elas. É recorrente e inconsciente, garanto.

7 de maio de 2017

Há um ano e uma semana...

... comemorava o Dia da Mãe ainda sem ter visto as minhas filhas.


Hoje, foi com elas cá fora:

5 de maio de 2017

Comprei uma coisa para mim

Ultimamente, sempre que entro numa loja, dirijo-me sem olhar para o lado para a secção de bebé, e já nem me lembro da última vez que comprei uma coisa para mim sem serem livros. Pois desta vez vi este saco na montra da Zara Home e comprei-o para mim. A pensar que é grande para levar para a praia com parte das coisas delas, claro. Adoro.

4 de maio de 2017

Goodbye, Columbus, de Philip Roth

Li este livro e só no final, após alguma pesquisa, percebi que era o primeiro livro de Roth, aos 26 anos, e isso explica muito. Explica a genialidade do escritor, que lho na primeira obra nos cativa para não perder mais nenhuma.

Em "Goodbye, Columbus", a primeira história deste livro, o jovem Neil Klugman apaixona-se por Brenda, uma rapariga de uma boa família em que ele acaba por se imiscuir.

Todas as outras cinco histórias, incluindo esta, retratam judeus, americanos de segunda ou terceira geração. Vale a pena ler. Para quem nunca leu Roth, é uma surpresa. Para quem já leu, também. E uma confirmação.


3 de maio de 2017

11 meses

Ainda não andam nem gatinham, mas rastejam e depressa. Ainda não comem sozinhas, mas comem bem e gostam de tudo. Ainda não falam, mas palram e riem-se muito. Os meus amores estão a ficar crescidos.

2 de maio de 2017

Step by step...

Ontem foi um grande passo que demos como país. Não, não se trata de nada sobre a dívida pública, crescimento económico ou renegociações, mas de algo, a meu ver, mais humanista e de que já estávamos à espera há muito tempo.

A partir de dia 1 de maio de 2017, entrou em vigor o novo estatuto jurídico dos animais, que passa a considerá-los não como coisas, mas como "seres vivos dotados de sensibilidade e objeto de proteção jurídica". Quer isto dizer várias coisas:
- quem maltrate ou mate um animal tem de indemnizar o seu proprietário ou quem o tenha socorrido pelas despesas no seu tratamento;
- o dono de um animal tem de assegurar o seu bem-estar e respeitar as características de cada espécie;
- quem roube um animal pode ser sujeito a uma pena de prisão de três anos ou uma multa;
- quando há uma separação familiar, os animais de companhia devem ser confiados a um ou a ambos os cônjuges, considerando os interesses de cada um, o dos filhos do casal e o do bem-estar do animal.

Todos os pontos são importantes, mas é neste último que se começa a vislumbrar o animal como um membro da família. Finalmente.