11 de maio de 2017

Canção doce, de Leila Slimani

Precisam de um livro que vos agarre bem a sério e que à noite vos obrigue a dormir um pouco menos para ler um pouco mais? É este. Sessenta páginas por noite foi a minha média (hoje em dia só consigo ler já depois de me deitar), o dobro ou o triplo do que costumo ler.

Leila Slimani é uma jovem escritora franco-marroquina (tem apenas 35 anos) que, com este Canção doce, ganhou o Prémio Goncourt 2016, que premeia livros de que gosto quase sempre.

Este livro começa pelo final, pelo assassínio de duas crianças pela ama que cuidava delas. Mas já sabendo o final, vamos querer saber o que levou a ele, e aqui deparamo-nos com Louise, uma mulher praticamente sem vida própria que se agarra à vida das pessoas para quem trabalha. À medida que as páginas avançam, Louise vai-nos sufocando cada vez mais através da sua intromissão naquela família que a ela recorreu para que a mãe possa ser também uma profissional.

Não é um livro policial, nem um thriller, mas antes uma análise à vida dos nossos dias, em que trabalhar e ter filhos se torna um desafio e que nos leva a tomar decisões que nem sempre são as melhores. Gostei muito.


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