Laëtitia Perrais era uma jovem francesa de 18 anos que, em janeiro de 2011, foi brutalmente assassinada numa pequena cidade da costa atlântica francesa. Os membros e a cabeça de Laëtitia foram encontrados num lago duas semanas depois, e o tronco só três meses mais tarde.
Neste livro, Ivan Jablonka faz duas abordagens principais: uma delas é sobre como tudo pode correr mal na vida de uma pessoa; a outra, sobre a projeção que a sua morte teve.
Laëtitia nunca foi feliz. Filha de um pai alcoólico e de uma mãe com problemas mentais, cedo foi viver para instituições juntamente com a sua irmã gémea, Jessica. Acabaram por ir viver com uma família de acolhimento, os Patron, onde pelo menos Jessica foi vítima de abusos sexuais. No entanto, apesar de no seu último dia de vida Laëtitia ter ultrapassado uma série de limites, aparentemente era uma jovem que estava no caminho de uma vida independente, trabalhando na área da hotelaria.
O seu desaparecimento e as consequentes buscas tiveram fortes repercussões políticas, com o envolvimento do próprio Nicolas Sarkozy. O então Presidente de França criticou ferozmente o sistema judicial por ter libertado sem vigilância Tony Meilhon, o assassino de Laëtitia que era um criminoso reincidente, apesar de por pequenos delitos.
Por parte do autor Ivan Jablonka, houve muita investigação a todos os níveis que envolviam a vida da jovem, tornando-se este livro num estudo sociológico sobre o que é ser uma mulher frágil nos nossos dias. Achei um pouco exagerados todos os louvores que faz a Laëtitia como rapariga exemplar, pois ninguém é assim, mas de um modo geral gostei do livro e das abordagens que apresenta.
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