26 de junho de 2018
Serviço Nacional de Saúde: mixed feelings
A minha sobrevivência é unicamente fruto do Sistema Nacional de Saúde, de uma conjugação do momento certo com o lugar certo e com os técnicos certos. Devo-lhe a vida, incondicionalmente. Mas não me posso impedir de o criticar.
Na semana passada a minha mãe sofreu um acidente numa escada rolante, e teve de ser levada para um hospital público com suspeita de uma fratura no fémur. Uma hora depois de ter caído já estava no hospital e já tinha feito um raio-x. Foi então colocada numa maca, num corredor, para ser avaliada em ortopedia.
Durante 2 horas e meia fomos simplesmente ignoradas, apesar dos meus vários pedidos para lhe darem pelo menos algo para as fortes dores. Finalmente foi observada por uma médica ainda nova, que em pleno corredor lhe levantou o vestido para lhe avaliar a perna e, com os exames feitos, concluir que era uma lesão muscular grave e mandá-la ir para casa, andar com canadianas por 2 ou 3 semanas e controlar a dor.
No dia seguinte falei com o meu pai, e a primeira coisa que me perguntou foi: E a ecografia? Tornou-se óbvio: se era algo muscular grave dever-se-ia ter avaliado qual o estado da coisa, que não se vê num raio-x. Eu no hospital não relacionei, a minha mãe estava tão aflita que também não, mas a médica deveria tê-lo feito.
Resultado: uma ecografia feita por fora ontem que revelou uma rutura muscular, seguida de uma ressonância magnética a fazer na próxima semana, para avaliar a extensão da mesma. Na verdade, quase duas semanas para chegar a um diagnóstico que deveria ter sido feito em meia de dúzia de horas no hospital.
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