Este livro entrou mesmo dentro de mim, de várias formas.
De forma resumida, é narrado por um jovem de 21 anos que morreu de forma inesperada e que conta e observa o luto dos pais (sobretudo do pai). Desde a análise de cada momento passado com os pais na semana que antecedeu a sua morte, passando pelo processo em que a mesma aceleradamente aconteceu, pelas cerimónias fúnebres e pela posterior deposição das cinzas.
Não há morbidez, mas uma montanha-russa de emoções, que após muitos altos e baixos de laivos de alegria e tristezas, termina lá no cimo, com a conclusão de que se consegue viver com uma tragédia destas.
Sofri com este livro sob vários prismas. Por um lado, do ponto de vista de uma mãe que não consegue de modo nenhum imaginar a dor que será a morte de um filho. Por outro, do ponto de vista de uma filha que já esteve muito perto da morte e que sofre só de pensar na angústia passada pelos pais. E foi este último ponto que mais me tocou, pensar que a dor que os meus pais e família anteciparam terá sido muito pior do que tudo aquilo que eu possa imaginar.
É um livro que se sente na pele e que nos deixa alguns arranhões.
Nota: Importante realçar que ganhou o Prémio Goncourt Primeiro Romance 2011.
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