Este livro encontra-se dividido em três partes muito distintas.
Na primeira parte, «Ensaios», percebi finalmente porque Raymond Carver não se aventurou num romance, ficando-se sempre pelos contos, além de ter ficado a conhecer as suas raízes e as suas inspirações.
A segunda parte é exclusiva para «Poemas», logo, a de que menos gostei. Apesar de não saber ser apreciadora de poesia, li algumas coisas interessantes, mas não o suficiente para lhes prestar mais atenção.
A terceira parte, «Narrativas», contém aquilo que já conheço de Carver: histórias não necessariamente com uma conclusão, mas episódios da vida de pessoas mais ou menos normais com vidas na mesma linha. Na sua linguagem certeira e limpa, como sempre.
Valeu a pena ler este livro para compreender um bocadinho mais toda a obra do escritor.
22 de outubro de 2018
18 de outubro de 2018
E Barcelona continua... Barcelona
Ainda não falei aqui da minha viagem «do ano», aquela que faço por esta altura graças à minha Mãe, que tem a coragem e a generosidade de ficar com as miúdas.
Desta vez fui com o meu Pai, para recordar outras viagens que fizemos há anos e porque ele é boa companhia e tem muita pedalada. Há oito anos que não ia à cidade e é impressionante as coisas novas que descobri apesar de já lá ter estado uma meia dúzia de vezes.
O que me impressionou mais, para o bem e para o mal:
- Casa Vicens - o primeiro projeto de Gaudí e o último a ser recuperado e aberto ao público, há cerca de um ano. Um encanto que mistura modernismo com a cultura oriental.
- Hospital de Sant Pau (complexo modernista) - projetado por Lluís Domènech i Montaner e construído entre 1905 e 1930, hoje parece saído de um conto de fadas. Composto por vários pavilhões, alguns visitáveis, foi até há bem pouco tempo um dos principais hospitais de Barcelona. A visita vale muito a pena.
- Comida boa e (relativamente) barata - basta sair um pouco do centro para encontrar tapas e pinxos a preços ótimos que nunca nos deixam com a barriga vazia.
- Palau de la Música Catalana - já lá tinha ido a um concerto mas desta vez fui a uma visita guiada. Além de ter visto maravilhas, fiquei a saber que para ir a um concerto é preferível ficar lá para cima e para trás, onde se tem uma visão mais global da sala.
- Parc d'Atraccions Tibidabo - infelizmente durante a semana só a parte panorâmica está aberta, mas é suficiente para ter uma vista brutal sobre a cidade e para matar um bocadinho as saudades de um parque de diversões. Não poder andar na montanha-russa foi a minha pedra no sapato.
- La Boquería - é sempre incontornável, este mercado. Pelos fabulosos sumos ao preço da chuva e pelas fantásticas sanduíches de presunto e queijo manchego da La Torna.
- Gente miserável - não falo de pedintes nem de sem-abrigo, mas de gente em estado mesmo miserável, transparente ao olhar e que por ali anda com uma dignidade abaixo de um animal.
- Bairro de Santa Catarina - do outro lado da Via Laietana, um bairro onde nunca tinha ido e que faz com que o Bairro Gótico pareça a Quinta Avenida. Ruas estreitíssimas e labirínticas, que poderiam ser encantadoras se não estivessem tão maltratadas e com urina por todo o lado.
- Manifestações independentistas - por acaso estava em Barcelona no 1.º aniversário do referendo, o que deu para presenciar várias manifestações, milhares de pessoas de todas as idades a lutar por autonomia. Mas nos outros dias, as bandeiras da Catalunha estão por todo o lado, e os lacinhos amarelos são uma constante nas lapelas.
- A moda das trotinetas - parece que entretanto já chegou a Lisboa através da Lime (a preços astronómicos), mas em Barcelona parece-me algo que não é novo, tendo em conta a quantidade de gente que se desloca de trotineta elétrica. Às centenas.
- As pequenas surpresas que estão sempre à espreita.
Desta vez fui com o meu Pai, para recordar outras viagens que fizemos há anos e porque ele é boa companhia e tem muita pedalada. Há oito anos que não ia à cidade e é impressionante as coisas novas que descobri apesar de já lá ter estado uma meia dúzia de vezes.
O que me impressionou mais, para o bem e para o mal:
- Casa Vicens - o primeiro projeto de Gaudí e o último a ser recuperado e aberto ao público, há cerca de um ano. Um encanto que mistura modernismo com a cultura oriental.
- Hospital de Sant Pau (complexo modernista) - projetado por Lluís Domènech i Montaner e construído entre 1905 e 1930, hoje parece saído de um conto de fadas. Composto por vários pavilhões, alguns visitáveis, foi até há bem pouco tempo um dos principais hospitais de Barcelona. A visita vale muito a pena.
- Comida boa e (relativamente) barata - basta sair um pouco do centro para encontrar tapas e pinxos a preços ótimos que nunca nos deixam com a barriga vazia.
- Palau de la Música Catalana - já lá tinha ido a um concerto mas desta vez fui a uma visita guiada. Além de ter visto maravilhas, fiquei a saber que para ir a um concerto é preferível ficar lá para cima e para trás, onde se tem uma visão mais global da sala.
- La Boquería - é sempre incontornável, este mercado. Pelos fabulosos sumos ao preço da chuva e pelas fantásticas sanduíches de presunto e queijo manchego da La Torna.
- Gente miserável - não falo de pedintes nem de sem-abrigo, mas de gente em estado mesmo miserável, transparente ao olhar e que por ali anda com uma dignidade abaixo de um animal.
- Bairro de Santa Catarina - do outro lado da Via Laietana, um bairro onde nunca tinha ido e que faz com que o Bairro Gótico pareça a Quinta Avenida. Ruas estreitíssimas e labirínticas, que poderiam ser encantadoras se não estivessem tão maltratadas e com urina por todo o lado.
- Manifestações independentistas - por acaso estava em Barcelona no 1.º aniversário do referendo, o que deu para presenciar várias manifestações, milhares de pessoas de todas as idades a lutar por autonomia. Mas nos outros dias, as bandeiras da Catalunha estão por todo o lado, e os lacinhos amarelos são uma constante nas lapelas.
- A moda das trotinetas - parece que entretanto já chegou a Lisboa através da Lime (a preços astronómicos), mas em Barcelona parece-me algo que não é novo, tendo em conta a quantidade de gente que se desloca de trotineta elétrica. Às centenas.
- As pequenas surpresas que estão sempre à espreita.
17 de outubro de 2018
Quem quer uma mobília de quarto?
É da minha mãe, que já não precisa dela. Encontra-se em Alfragide e estamos a vendê-la por €100, em bom estado e com colchão incluído (embora a maioria das pessoas prefira mudá-lo).
Eis os pormenores:
- cama - 140 x 200 x 60 cm
- 2 mesas de cabeceira com 2 gavetas cada - 48 x 38 x 60 cm
- cómoda com 3 gavetas - 105 x 46 x 90 cm
- espelho - 50 x 80 m
Eis os pormenores:
- cama - 140 x 200 x 60 cm
- 2 mesas de cabeceira com 2 gavetas cada - 48 x 38 x 60 cm
- cómoda com 3 gavetas - 105 x 46 x 90 cm
- espelho - 50 x 80 m
Acabadora, de Michela Murgia
Numa época em que tanto se debate sobre eutanásia, este livro fala-nos de uma «acabadora», Ti Bonaria, que numa vila da Sardenha dos anos 50 ajuda quem está quase no fim a atingi-lo mais depressa. Tudo feito de modo discreto, mas na verdade do conhecimento de toda a gente. Menos da sua «filha de alma», Maria.
Uma «filha de alma» era no fundo uma criança adotiva, cedida por uma família com dificuldade a outra que a pudesse criar. Aos seis anos, Maria passou a ter como mãe Ti Bonaria, crescendo junto dela e aprendendo graças a ela a ter a profissão de costureira, fugindo de uma vida miserável. Cresce sem nada lhe faltar, apenas estranhando as ausências esporádicas noturnas da mãe.
Mas um dia a verdade vem ao de cima, e Maria precisará de anos para conseguir compreender que há coisas que, mesmo que não queiramos, têm de ser feitas.
Um livro pequenino mas que com uma linguagem muito bem escolhida e poética consegue abordar um assunto delicado e ao mesmo tempo retratar a vida numa pobre vila italiana do pós-guerra. Um tempo de leitura bem passado.
Uma «filha de alma» era no fundo uma criança adotiva, cedida por uma família com dificuldade a outra que a pudesse criar. Aos seis anos, Maria passou a ter como mãe Ti Bonaria, crescendo junto dela e aprendendo graças a ela a ter a profissão de costureira, fugindo de uma vida miserável. Cresce sem nada lhe faltar, apenas estranhando as ausências esporádicas noturnas da mãe.
Mas um dia a verdade vem ao de cima, e Maria precisará de anos para conseguir compreender que há coisas que, mesmo que não queiramos, têm de ser feitas.
Um livro pequenino mas que com uma linguagem muito bem escolhida e poética consegue abordar um assunto delicado e ao mesmo tempo retratar a vida numa pobre vila italiana do pós-guerra. Um tempo de leitura bem passado.
16 de outubro de 2018
12 de outubro de 2018
11 de outubro de 2018
10 de outubro de 2018
Desdicionário: Dinheiro, trabalho e finanças
É de bom tom pedir nem que seja um café. |
Linguagem internacional. |
Ainda é melhor do que encontrar dinheiro no chão, porque é mais honesto. |
Também se pode chamar «dar graxa». |
Aquilo que nos deprime quando devíamos estar contentes. |
Sorte de quem as apanha (mas é melhor um totobolso). |
E ai de nós se a tivermos mais de três vezes. |
1 de outubro de 2018
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