23 de janeiro de 2019

Um holograma para o rei, de Dave Eggers

Dave Eggers nunca me desiludiu. Porque consegue sempre transportar-me para outras vidas num fenómeno de imersão total.

Este livro tem algo de kafkiano, pois implica uma espera que dura praticamente o livro todo. Alan Clay tem a sua vida dependente de conseguir vender uma rede de Tecnologias da Informação à KAEC (King Abdullah Economic City), na Arábia Saudita. É uma cidade real, construída no meio do nada, que se pretende seja um paraíso na Terra, mas que Alan encontra ainda muito no início (e que ainda hoje é quase uma miragem).

Durante aquilo que nos parecem semanas, Alan e a sua equipa de três jovens informáticos aguardam por uma audiência com o rei para lhe apresentar a sua tecnologia inovadora. Numa tenda provisioriamente montada, no início sem wifi e insuportavelmente quente sem ar condicionado, esperam dias a fio, com saídas de Alan para tentar chegar ao contacto com alguém e para pernoitar num hotel em Jidá. Durante a espera, vai fazendo tentativas de escrever uma carta à filha, que se encontra em conflito com a mãe, e desenvolve uma amizade com Yousef, um jovem saudita que ganha a vida como motorista.

Um livro que nos exaspera pela espera e que por isso mesmo, por transmitir na perfeição esse sentimento, vale a pena ler.

4 comentários:

Netas da Casa Azul disse...

Estava a ler e a pensar "esta história não me é estranha"... Depois lembrei-me: noutro dia, apanhei parte de um filme com o Tom Hanks, que é uma adaptação deste livro.

Vespinha disse...

A sério? Gostava muitio de ver...

Netas da Casa Azul disse...

https://cinecartaz.publico.pt/Filme/359992_negocio-das-arabias
Beijinhos

Vespinha disse...

;)