22 de fevereiro de 2019

A mulher, de Björn Runge

Joseph Castleman (Jonathan Pryce) é um escritor consagrado, que na casa dos 70 anos atinge o auge da sua carreira com a atribuição do Nobel da Literatura. Mas na sombra vive a sua mulher de há 40 anos, Joan (Glen Close), que conheceu quando era seu professor numa cadeira de literatura. Joan sempre foi muito boa a escrever, desenvolvendo uma técnica narrativa inovadora, mas, graças à sua condição de mulher, depressa foi colocada de lado para dar apoio à escrita do marido, a quem não faltavam boas ideias.

Com a atribuição do Nobel, e espicaçada por um jornalista abelhudo que desconfia que o talento de Joseph não é só dele, Joan começa a refletir no que foi a sua vida, sempre muito elogiada e reconhecida pelo marido mas constantemente posta de parte e traída diversas vezes.

A completar o ambiente de muita tensão em que decorre todo o filme está um dos filhos de ambos, aspirante a escritor mas que sabe que o pai nunca o encarará a sério como tal.

Em Estocolmo, a bomba acaba por rebentar, embora na esfera privada e com consequências totalmente inesperadas. Um filme duro, muito centrado na relação do casal e com um ambiente gélido de quebrar apenas com um lança-chamas. Não se lhe fica indiferente.

Glen Close está nomeada para melhor atriz nos Óscares, e acho que até o pode merecer, apesar de por agora a minha preferida ser Olivia Colman em A favorita.

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