11 de fevereiro de 2019

A zona de interesse, de Martin Amis

A Zona de Interesse era, em Auschwitz-Birkenau, o local onde se fazia a triagem entre os recém-chegados que sobreviveriam durante mais uns tempos, a trabalhar, e os que seriam de imediato encaminhados para os «duches» das câmaras de gás.

Com o tempo de ação em 1942, antes dos gaseamentos em massa e quando os corpos das vítimas ainda eram queimados a céu aberto, é narrado por três personagens, todas masculinas: Angelus Thomsen, um oficial das SS sobrinho de um alto funcionário do III Reich, Paul Doll, comandante do campo, secretamente ridicularizado por muitos, e Szmul, um judeu que chefia uma equipa de prisioneiros encarregada dos mortos e que assim vai sobrevivendo mais tempo do que o habitual.

As vidas dos três cruzam-se de várias maneiras, e não apenas de modo hierárquico. Thomsen vive obcecado pela mulher de Doll, sem no entanto poder concretizar nada; Doll despreza a mulher ao ponto de «encomendar» o seu assassínio; Szmul vai deambulando pela narrativa até ser diretamente contratado por Doll. Pelo meio, vamos assistindo aos jogos de poder, ao modo como cada um olha para a operação de extermínio e, de modo indireto, aos dramas de quem desembarca naquele destino.

Um livro interessante mas por vezes um pouco confuso, para o que não contribui haver muitos termos em alemão, não traduzidos.

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