21 de março de 2019

Privados e ADSE: uma explicação?

Hoje quem conta a história é a minha Mãe, uma história passada ontem, no Hospital dos Lusíadas, antiga Clínica de Santo António, e que pode ser um bom indício do que se passa com os pagamentos da ADSE aos privados.

Ontem, fui sujeita a uma pequena intervenção cirúrgica (quisto sinovial num punho) no Hospital dos Lusíadas, vulgo Clínica de Santo António, Reboleira. Algo semelhante à que me foi feita no ano de 2015, às duas mãos (síndrome do canal cárpico), com o intervalo de 1 mês, na mesma clínica.
Cirurgias muito semelhantes, ambulatórias.
As três correram bem, felizmente.
Mas... há 4 anos, quando cheguei, aguardei na sala que me indicaram, a cirurgia foi feita no bloco de otorrino e pouco depois vim-me embora.
Era a Clínica de Santo António.


Mas agora NÃO. É Hospital dos Lusíadas.
Quando cheguei aguardei um pouco e fui conduzida a um quarto, onde estava uma doente que tinha sido intervencionada aos intestinos 2 dias antes. Disseram-me que tinha de me despir e deitar dentro da cama. Comecei a protestar, ligeiramente. Era uma cirurgia a um punho, em ambulatório, para quê?
Protocolo… Palavra que ouvi várias vezes.
Levaram-me para o Bloco Central. Luzes, enfermeiras, aparato, [monitores, sensores e coisas a apitar]… Disseram-me que a tensão arterial estava muito alta. Pudera, com tanto aparato, respondi.
A cirurgia correu bem. Obrigada, Sr. Doutor.
Levaram-me para a sala de recobro (!?). Comecei a ficar farta. Que cena, que encenação… Pedi e levaram-me para o quarto, onde me vesti e vim embora. Rapidamente. Estava com um vestido. Nem meias calcei. A minha querida Amiga Manela, trouxe-me para casa.


Agora o que me atrevo a especular:
Todos estamos a par, através dos canais televisivos da «guerra» entre privados e ADSE. Eu pertenço à ADSE. Fiz o pagamento da caução que me foi pedido (muito semelhante à de há 4 anos).Os Lusíadas provavelmente irão apresentar os meus «gastos» de ontem: um internamento, o uso de uma cama, a utilização do bloco central e da sala de secobro e saída, tudo o que utilizei foi, com certeza, desinfetado. Gastos...

Tenho termos de comparação, sou médica e MUITO atenta, observadora. Foram gastos fúteis, desnecessários. Claro que quando a ADSE protesta contra gastos dos privados tem razão. Estes atos foram efetivamente realizados, mas ABSOLUTAMENTE desnecessários. VERGONHA…


Não deixem, s.f.f., o SNS acabar. TODOS podemos precisar dele.
Garanto-vos, por experiência familiar e própria, que é MUITO bom.

4 comentários:

CAP CRÉUS disse...

Incrível.
Nunca tinha pensado nisto, desta forma.

Vespinha disse...

Nem nós. Ver para crer.

Barreto disse...

Já fui operado 3 vezes em ambulatório. Num hospital da "província"; Águeda e Cantanhede. 5 estrelas. Viva o SNS! Até a pequeno almoço tive direito. Em Águeda tive quarto e em Cantanhede fui tratado como um Rei.

Vespinha disse...

Eu também sou adepta do SNS, quando são casos a sério continua a ser a melhor opção!