Chegou a vez da Gronelândia como cenário de um policial nórdico. Paisagens desoladoras, capazes de nos fazer frio até enrolados no melhor edredão do mundo, imaginando águas geladas e grandes icebergues a passar em frente à janela.
Este é um dos tipos de policiais de que mais gosto, os que juntam a parte do crime propriamente dito à contextualização sociológica onde o mesmo decorre. O autor, Christoffer Petersen, viveu sete anos na Gronelândia, onde se imbuiu de toda a sua cultura, hábitos e preocupações, e isso é visível no livro.
A história tem como protagonista o ex-polícia David Maratse que, lesionado e reformado, escolhe a pequena vila de Inussuk para viver, caçando, pescando e observando os icebergues. Logo à sua chegada, numa saída de barco, encontra um cadáver na água, que se vem a saber ser da filha da primeira-ministra gronelandesa. E a história desenvolve-se a partir daqui. Mas, como já disse, o que a torna mais interessante é o que a rodeia: o que é ser ou não ser gronelandês, a luta por uma identidade de uma região que pertence à Dinamarca.
Vale a pena experimentar. Eu fiquei com curiosidade de ler os próximos.
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