17 de setembro de 2019

Os tablets, sempre os tablets


Eu sei que isto é uma batalha perdida, mas tenho de insistir na impressão que me faz ver cada vez mais crianças agarradas aos écrãs.

Nas férias no Algarve, no restaurante, em cada três mesas com crianças, duas tinham os miúdos com os olhos vidrados num tablet ou num telemóvel, mexendo apenas a boca regularmente para os pais lhes enfiarem a comida pela boca abaixo. Miúdos a partir dos seis ou sete meses nisto, enquanto os pais faziam a sua vida como se nada fosse.

Quantos mais estudos é preciso divulgar mostrando o mal que isto faz sobretudo aos mais pequenos, ao nível da motricidade, da visão e do próprio raciocínio e desenvolvimento da capacidade de se entreterem?

8 comentários:

A TItica disse...

Um pouco controverso na verdade! Fiz à poucos dias um post sobre isso... e cheguei à conclusão que nem tanto ao mar nem tanto à terra. A verdade é que na minha opinião os momentos em família são para ser vividos e apreciados sem a necessidade de recorrer as electricnannys. Mas também como vivemos numa epoca diferente, ensinar a usar estes aparelhos é quase também essencial porque querendo ou não fazem parte do dia a dia, inclusive como parte do desenvolvimento, apenas tem ser feito com muita moderação!

PEQUENOS DELITOS RENOVADOS disse...

É batalha perdida.... as crianças e a infância se perderam nos meandros da tecnologia....
O mundo, no futuro, passará a ser pior, com menos valores morais.
Domingo, na missa, crianças, durante a consagração da hóstia, ligados no "maldito tablet", sob os olhos complacentes da mãe.... achando aquilo lindo!!!

Vespinha disse...

Não acho que tenhamos de os ensinar a usar os tablets, quando precisarem dele para a escola, por exemplo, aprenderão num instante. Desde que vi um vídeo de um macaco a procurar vídeos no YouTube sobre macacos concluí que não deve ser muito difícil para uma criança aprender, quando for necessário. ;)

Gisela disse...

Sim, também me faz muita impressão ver miúdos no restaurante entretidos com o tablet enquanto comem, ou fazem que comem...Há momentos para tudo, e as refeições deviam ser servir para além de comer, aprender a um convívio e partilha social e familiar.
Podem brincar com os tablets noutras idades e noutras alturas do dia.

Sérgio disse...

Lamento o tamanho do texto, mas o tema parece-me interessante. A minha criança que tem 10 anos, sabe usar um computador e o telemóvel!!! Uma das coisas que de vez em quando faz, é ver vídeos no youtube que ensinam a desenhar. Procuras assim no youtube "desenhar mickey". Depois vais seguindo o vídeo e desenhando. Uma vez estavamos à procura de vídeos para desenhar um boneco qualquer, quando só apareciam vídeos em inglês. Então disse-lhe "e se tentasses ver também em inglês para treinar também o inglês?". Ao que ela respondeu "mas eu há muito tempo que eu vejo os vídeos em inglês". Interessante o que se faz quando se está motivado para algo. Então pensei "e se assistisse a vídeos que ensinam inglês para aprender a matéria das aulas?". Metes "learn english for kids ", e aparecem sempre montes de vídeos, e sempre é mais fixe que a técnica do marrar à bruta. Estas férias estava ela na piscina com uma outra miúda inglesa, e para meu espanto, a dada altura estavam as duas a falar, a combinar um jogo e ela perfeitamente à vontade. Será coincidência? Claro que pelo meio também vê vídeos do Felipe Neto a fazer macaquices, mas a minha conclusão é a de que não usar as ferramentas que temos também é um desperdício. Mas agora dirão: mas ler ainda assim é melhor. Pois... Curiosamente acabou de ler o livro da Anne Frank há poucos dias, e já me disse que gostava que a próxima viagem fosse a Amsterdão porque esteve a pesquisar na net, e descobriu que é onde fica o museu da Anne Frank. Já agora, este verão fomos a Londres onde quis ir à Biblioteca de Londres, que sabia que existia porque pesquisou na net, e onde esteve a ler para aí durante 1h a história original da Alice no País das Maravilhas, e até lhe comprei uma cópia que está a ler agora. Claro que pelo meio também pesquisa na net o vestido e os sapatos que quer que lhe compre para levar a um casamento, e no outro dia apareceu com uma trança cheia de efeitos que aprendeu a fazer nuns vídeos do youtube, mas ainda assim, acho que se ganha mais do que se perde com as novas tecnologias, mesmo no caso dos miudos.

Vespinha disse...

Oh Sérgio, mas não é comparável a utilização da tecnologia por uma criança de 10 anos com uma com 4, 3 ou menos...

Paulo disse...

Quantas vezes já mostrei o meu tablet, aos meus alunos, de diferentes níveis etários, do 1.º ao 2.ºCEB, por forma a certificarem-se que não tenho nenhum jogo instalado? Só com o tempo, apercebem-se que é um instrumento de trabalho, para superar as lacunas da Escola, agilizando as aulas.
Ultimamente, tenho constatado que o YouTube é um mundo de perigos vários, o qual, assumo, não dominar. Passei anos a averiguar grupos que promoviam o suicídio entre outras condutas, numa outra plataforma juvenil e esta "passou-me" ao lado :(

Sérgio disse...

Oh Rita, não me lembro de ter referido crianças de 3 anos. Até foquei na faixa dos 10 ;)
O meu objetivo foi mostrar que as novas tecnologias disponibilizam oportunidades impensáveis em relação ao meu tempo. Porque não aproveitar?

Quanto aos perigos, há uns tempos por causa daquelas notícias do boneco malucos com aspeto de pássaro. Para meu espanto, já conhecia, já sabia tudo sobre o boneco e no final disse-me algo do estilo "isso é uma coisa parva, ninguém cai nisso... dahhhh..." Será que se tivesse vivido protegida num bunker, sem acesso às tecnologias, só a ver Branca de Neve e Bela Adormecida, teria este discernimento? Ou aí sim, é que ficaria impressionada ao ver os tais bonecos malucos?