Desde que tenho gémeas que agarro tudo o que tenha gémeos pelo meio, e este livro tem a vantagem de abordar o Holocausto, tema que sempre me interessou bastante. Já sabia que o doutor Mengele tinha uma fixação por gémeos, com os quais podia fazer experiências sempre com diferentes variáveis disponíveis, mas não sabia em concreto que tipo de coisas fazia, e que quando um gémeo morria o outro deixava de ter préstimo.
Mas, à parte uma pequena percentagem do livro que aborda estas experiências, é mais uma história de sobrevivência, neste caso em concreto de uma criança de 10 anos que se reveza para sobreviver e manter viva e motivada a sua irmâ gémea.
Eva Mozes Kor dedicou o resto da vida a divulgar a sua história, fundando inclusive a CANDLES (Children of Auschwitz Nazi Deadly Lab Experiments Survivors) e um museu do Holocausto em Indiana, EUA.
Resumindo, é mais uma história interessante mas que não acrescenta muito de novo ao que já sabia sobre Auschwitz. Mas bom para quem está a começar a entrar no tema.
31 de outubro de 2019
24 de outubro de 2019
A Luísa ao seu telefone (= um comando avariado)
- Pois...
- ... (pausa)...
- Diz?
- ... (pausa)...
- Diz?
- ... (pausa)...
- Não estou a ouvir.
- ... (pausa maior)...
- Ah, já percebi! Beijinhos, até logo!
Gostava de saber como é o resto do diálogo dentro da cabeça dela.
- ... (pausa)...
- Diz?
- ... (pausa)...
- Diz?
- ... (pausa)...
- Não estou a ouvir.
- ... (pausa maior)...
- Ah, já percebi! Beijinhos, até logo!
Gostava de saber como é o resto do diálogo dentro da cabeça dela.
16 de outubro de 2019
Vê-las a dormir
A propósito desta crónica de Eduardo Sá sobre ver os nossos filhos a dormir, confirmo que sim, é uma das melhores coisas do mundo, olhar para eles na penumbra e sentir que aquele sono profundo é a prova da confiança total que têm em quem os guarda.
Todas as noites vou ver a Luísa e a Maria a dormir durante uns minutos, e digo-lhes sempre ao ouvido «Gosto muito de ti», para que sonhem com isso e, subconscientemente, sintam isso como uma verdade absoluta.
Todas as noites vou ver a Luísa e a Maria a dormir durante uns minutos, e digo-lhes sempre ao ouvido «Gosto muito de ti», para que sonhem com isso e, subconscientemente, sintam isso como uma verdade absoluta.
A Luisinha a dormir quando tinha apenas 1 ano. |
14 de outubro de 2019
Milkman, de Anne Burns
Tudo se passa nos anos 70 numa cidade sem nome de um país sem nome, que facilmente percebemos serem Dublin e a Irlanda do Norte. O ambiente é opressivo e de desconfiança permanente, entre os pró-governo («os de lá») e os antigoverno («os de cá»), em que quase todas as famílias já viram um ou mais dos seus assassinados por motivos políticos.
A protagonista (e narradora) é uma rapariga de 18 anos cujo nome nunca conhecemos, que sempre tentou passar despercebida, porque quando não se dá nas vistas corremos menos perigos. Até que um dia se levanta um boato de que anda envolvida com um leiteiro com o dobro da sua idade, homem sabido e influente dos antigoverno que subtilmente a persegue. A partir daqui, toda a sua vida é condicionada por este boato, que limita os seus movimentos, os seus interesses, os seus relacionamentos e até os seus sentimentos, até se sentir quase apática.
A escrita, que segue sempre a linha de pensamento da rapariga, é fluida apesar de todos os desvios que o pensamento implica, mas fácil de acompanhar se estivermos concentrados.
Um bom retrato do ambiente vivido aquando dos conflitos entre as duas Irlandas a propósito de um caso de assédio sexual.
Nota: Este livro ganhou o Man Booker Prize 2018 e foi bem merecido.
A protagonista (e narradora) é uma rapariga de 18 anos cujo nome nunca conhecemos, que sempre tentou passar despercebida, porque quando não se dá nas vistas corremos menos perigos. Até que um dia se levanta um boato de que anda envolvida com um leiteiro com o dobro da sua idade, homem sabido e influente dos antigoverno que subtilmente a persegue. A partir daqui, toda a sua vida é condicionada por este boato, que limita os seus movimentos, os seus interesses, os seus relacionamentos e até os seus sentimentos, até se sentir quase apática.
A escrita, que segue sempre a linha de pensamento da rapariga, é fluida apesar de todos os desvios que o pensamento implica, mas fácil de acompanhar se estivermos concentrados.
Um bom retrato do ambiente vivido aquando dos conflitos entre as duas Irlandas a propósito de um caso de assédio sexual.
Nota: Este livro ganhou o Man Booker Prize 2018 e foi bem merecido.
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