12 de abril de 2008

Saudades de quem mal conheci

Do meu avô João, cujas recordações que tenho são apenas de fotografias comigo ainda pequena, de totós na escada do jardim da casa de Colares, e , já com os meus irmãos, na casa desenhada por ele em Fontanelas. Em pessoa, tenho apenas uma vaga ideia de o ver algures num apartamento junto ao Areeiro, doente e a morrer novo.


Sei que era muito alto, impondo respeito ao sair de um Mini. Que nasceu na Beira Alta mas que veio pequeno para Lisboa, julgo que por causa de uma doença, sendo criado por uns padrinhos. Que por vezes era irascível. Que se divorciou da minha avó mas que teve a sorte de ter encontrado alguém para estar sempre ao seu lado quando ficou incapacitado devido a uma trombose. Que morreu no Hospital de Santa Maria, numa maca sem qualquer assistência. Que marcou muito o meu pai. Que nasceu no dia de São João, que acabou por lhe dar o nome. Que era arquitecto e com bom gosto.


Hoje descobri mais um bocadinho. Estes edifícios são dele:

Escola António Arroio, Lisboa.

Hospital da Cruz Vermelha, Lisboa.

6 comentários:

Anónimo disse...

Realmente a única coisa que tenho em memória dele, era o Avõ João nessa casa (não sabia que era no Areeiro), já sem ver (perdeu a visão com a doença) e de me estar a dar uma mota eléctrica... :(

Como é óbvio tenho/temos muita pena de ter perdido todos os nossos Avós muito cedo, mas da parte do Papá tenho mesmo uma pena muito profunda, talvez por não ter "enchido a barriga" de memórias, se é que me faço entender correctamente.

Até porque o Avô João se hoje fosse ainda vivo e não tivesse tido todas as complicações de saúde que teve, seria certamente um arquitecto de "grande nome" se é que já não o era na altura, visto que teve obras bastante importantes e faladas.

Mas mais importante que a eventualidade de ser reconhecido, deixou-nos algo muito mais precioso, único e com o qual nos orgulhamos profundamente, os seus filhotes, ou seja, o nosso Papá e o nosso Tio que, para mim/nós, são de facto das melhores pessoas que conheço e são, como é óvbio, grandes inspirações de vida para nós. :)

By the way, talvez por "culpa" do Avô João é que estou na área que estou hoje. :)


Beijinhos,

Anónimo disse...

Mana, onde arranjaste as fotos?


Beijinhos,

Vespinha disse...

Pois, pelo menos da parte da Mamã temos memórias dos avós que nos fazem rir, sorrir e chorar...

Quanto aos 2 «velhos», hoje ao estar com o Zé reparei que estão cada vez mais parecidos!

PS: As fotos, procurei-as na Net pelo nome dos edifícios!

FatimaOliveira disse...

Descobri hoje este teu cantinho.
E..., dei uma espreitadela nele. Ao ler este teu artigo, que não é nada mais nada menos que um justo tributo a um dos homens mais importantes da minha vida, a seguir ao meu pai, pois ele faz parte das melhores recordações da minha infância e sempre elas relacionadas com alegrias.
Vieram-me as lágrimas aos olhos com as saudades que senti.
Só tens de estar orgulhosa com este AVÔ com que a vida te brindou, porque para mim ele foi o melhor tio e padrinho que uma sobrinha pode ter.
Beijinhos

Vespinha disse...

Olá prima, és sempre bem-vinda! Que bom saber como ele te marcou... é que nunca falámos sobre isso! Mais um assunto para pormos em dia quando nos voltarmos a encontrar...

Com ou sem lágrimas, é bom recordar os nossos... por isso tenho pena de não poder recordá-lo mais! Mas estarás cá tu para nos contar as histórias. :)

Vespinha disse...

Olá prima, és sempre bem-vinda! Que bom saber como ele te marcou... é que nunca falámos sobre isso! Mais um assunto para pormos em dia quando nos voltarmos a encontrar...

Com ou sem lágrimas, é bom recordar os nossos... por isso tenho pena de não poder recordá-lo mais! Mas estarás cá tu para nos contar as histórias. :)