25 de agosto de 2008

Incidente em Antares, de Erico Veríssimo

E se os mortos regressassem ao mundo dos vivos e, sem nada a perder, desatassem a revelar os podres dos que por cá andam?

Em Incidente em Antares, a par de um retrato fantástico do Brasil e do Rio Grande do Sul desde o século XIX, Erico Verissimo aproveita para fazer uma elaborada crítica social, atingindo coronéis, delegados e prefeitos, a par de toda a população de uma pequena cidade gaúcha.

Descritivo sem ser monótono, irónico sem ser evidente. Oportunidade ainda para me ir habitando à nova grafia que aí vem para a língua portuguesa.

21 de agosto de 2008

As últimas passageiras...

... a abandonar a casa velha hoje de manhã foram estas 2 scooters.
Passageiras exigentes, pela fita que fizeram por não quererem sair. A Heinkel do meu irmão, porque está toda desconjuntada, sem ar nos pneus e sem pegar há uns anos. A minha Vespa, porque à última hora decidiu que não queria que lhe tirassem o cadeado. Valeu-me um funcionário de uma obra que, com o seu super alicate de corte, resolveu o assunto. A Heinkel morará na Ericeira até ver. A Vespa fará nova viagem (mas dessa vez terá de se esforçar um pouco mais, comigo em cima) quando a casa nova estiver pronta.

19 de agosto de 2008

Satisfações

Porque as devo a quem me lê, eis os motivos para tão prolongado «silêncio»:

- na 4.ª feira passada, apanhei um pequeno susto com os meus olhos que me obrigou a manter-me mais tempo afastada do computador;

- durante o fim-de-semana, deixei de vez o meu apartamento sem ainda ter o novo pronto. Foram dias cansativos física e psicologicamente;

- fiquei assim sem PC fixo e socorro-me agora de um portátil com placa de internet cedido pela empresa. Que, como portátil que é, tem as suas limitações de acessibilidade à rede. Ainda por cima, com este teclado, estou constantemente a escrever com erros...

- last but not least, estou de férias durante 3 semanas, na Ericeira, onde vivo oficialmente até ter a casa nova operacional.

10 de agosto de 2008

O Absolut português?

Ou algo ainda melhor? São assim as campanhas da Super Bock: criativas, positivas, surpreendentes. Tão boas que me fazem ter IMENSA pena de não suportar cerveja, nem mesmo o cheiro.

Nos anúncios de TV, o espírito é tão positivo, sempre com imagens tão fortes e músicas tão boas, que ficamos a acreditar que beber cerveja é acima de tudo uma atitude social, de partilha entre amigos.

Nos outdoors a imaginação vai para além dos limites. Senão, veja-se as últimas campanhas associadas a emblemáticas praias portuguesas:

A última vez que...

A 5 dias de deixar esta casa, agora com data certa e definitiva, estou numa fase terrível, porque dou por mim com pensamentos do género:

- Este é a última 6.ª feira em que adormeço no sofá nesta sala.
- Este é último sábado em que vou sair à noite e regresso a esta casa.
- Este é o último domingo em que acordo tarde neste quarto.
- Esta é a última vez em que vou às compras e as arrumo nesta cozinha.

E tantas outras «últimas vezes» que se vão repetir até à derradeira noite de 5.ª para 6.ª, quando for mesmo a última noite a dormir aqui. Por um lado, queria acabar depressa com isto, porque estou a entrar em angústia. Por outro, queria prolongar isto ao máximo, para que a última vez nunca chegasse.

Entretanto, «entretenho-me» a fazer caixotes com livros e a esventrar a casa ainda mais.

5 de agosto de 2008

Os homens que odeiam as mulheres, de Stieg Larsson

Nada o fazia prever, mas «Millenium - Os homens que odeiam as mulheres», de Stieg Larsson, ameaça tornar-se num fenómeno. Porque o livro é bom? Talvez. Mas, muito, por o autor ter morrido repentinamente de ataque cardíaco pouco depois de ter entregue a trilogia na sua editora sueca.

Em «Os homens que odeiam...», Stieg conta a história de um jornalista que, tendo de se afastar temporariamente da profissão, aceita um trabalho de investigação para descobrir o mistério de um desaparecimento há 40 anos. Com a ajuda de uma hacker marginal, Blomkvist muda-se durante meses para uma aldeia gelada da Suécia na tentativa de descobrir o mistério da família Vanger. E acaba por descobrir segredos muito piores do que estaria à espera.

O que mais gostei: a capa (que foi quase determinante para comprar o livro), as paisagens, as referências às sanduíches...

O que menos gostei: também a capa. Na tentativa de se assemelhar à capa da revista Millenium (de que Blomkvist é sócio), contém demasiada informação relativa à trama. O que acontece é que, nas primeiras 100 ou 200 páginas, muito pouco descobrimos de novo.

Mas ainda há mais dois livros da trilogia. Vamos esperar.

4 de agosto de 2008

Bons sonhos

Descobri este produto há cerca de um ano e desde aí uso-o todos os dias. Levo-o quando vou de fim-de-semana. Levo-o quando vou de férias. Só não o usei no mês a seguir à cirurgia aos olhos, com medo de alguma alergia. Mas agora voltei.

Umas borrifadelas na almofada e uma noite descansada.

3 de agosto de 2008

Hoje

A Adraga estava assim: bandeira vermelha, mar muito bravo, água muito fria, boa para bodyboarders. Muitos estrangeiros, poucos portugueses, poucas vozes, muito barulho das ondas. Como eu gosto.

2 de agosto de 2008

«Em Agosto trabalha-se pouco» = mito urbano

Em Agosto, 90 por cento das pessoas vai de férias. Ficam 10 por cento das pessoas na empresa. Mas o trabalho, a diminuir, diminui quando muito em 50 por cento, e já é muito. Logo, quem fica tem de trabalhar muito mais.

Em Agosto, o pessoal vai de férias com o argumento de que fica quase tudo feito. Mas quem fica rapidamente percebe que o quase tudo é muito pouco e que o que falta ainda é muito.

Em Agosto, o tempo está bom e os dias são longos. Mas quem fica não os pode aproveitar porque, para despachar trabalho, tem de trabalhar quase até o sol se pôr, o que significa ficar sempre muito mais horas do que durante o resto do ano.

Este Agosto, e na sequência do mês de Julho, estou a trabalhar no mínimo 12 horas por dia, no mínimo 6 horas em cada sábado, e passo as noites a pensar no que ainda falta fazer. A 18 de Agosto, irei eu, mas por essa altura estará o grosso da coluna a regressar. Nunca mais aprendo. Mas agradeço aos poucos que, em Agosto, adiaram voluntariamente as suas férias para ajudar a mim e os outros poucos que ficaram.