Em Agosto, 90 por cento das pessoas vai de férias. Ficam 10 por cento das pessoas na empresa. Mas o trabalho, a diminuir, diminui quando muito em 50 por cento, e já é muito. Logo, quem fica tem de trabalhar muito mais.
Em Agosto, o pessoal vai de férias com o argumento de que fica quase tudo feito. Mas quem fica rapidamente percebe que o quase tudo é muito pouco e que o que falta ainda é muito.
Em Agosto, o tempo está bom e os dias são longos. Mas quem fica não os pode aproveitar porque, para despachar trabalho, tem de trabalhar quase até o sol se pôr, o que significa ficar sempre muito mais horas do que durante o resto do ano.
Este Agosto, e na sequência do mês de Julho, estou a trabalhar no mínimo 12 horas por dia, no mínimo 6 horas em cada sábado, e passo as noites a pensar no que ainda falta fazer. A 18 de Agosto, irei eu, mas por essa altura estará o grosso da coluna a regressar. Nunca mais aprendo. Mas agradeço aos poucos que, em Agosto, adiaram voluntariamente as suas férias para ajudar a mim e os outros poucos que ficaram.