Conta-me como foi merece aqui estar porque, para além dos episódios de
House e de uma ou outra série, é a única série portuguesa que não me posso esquecer de gravar. Não conheço a versão espanhola, mas a portuguesa é muito, muito boa. Para quem quer aprender história sem dar por isso, para quem quer recordar os tiques, os problemas, as roupas e os objectos de há 40 anos.
É a história dos Lopes (Miguel Guilherme e Rita Blanco), família lisboeta da classe média baixa. Ele, escriturário, ela, modista e proprietária de uma «boutique». Com 3 filhos: a aspirante a actriz, o universitário e o mais novo, o Carlitos, que só pensa em pregar partidas e armar confusão. A viver com as 2 sogras: a despachada, velhota mas sempre pronta para intervir, e a rezingona, sempre a queixar-se das doenças e à espera da morte que vem a caminho.
Narradas pelo filho mais novo, hoje um homem, as peripécias desta família mostram-nos algo tão fantástico como o dia-a-dia de final dos anos 60. Com direito a alusões à política, ao desporto, aos espectáculos da época.
E eu, que já nasci nos anos 70, adoro rever os velhos telefones pretos, as caixas de plástico para arroz, farinha e afins, o jogo do Sabichão… e relembrar lanches feitos de coisas simples, como café com leite e pão com queijo ou marmelada, tal como eu lanchei uns anos depois. Os jantares com toda a família junta, com sopa, prato e fruta, em que ninguém se levantava sem pedir licença. E a hoje inusitada (mas na altura tão comum) cena do casal no quarto, com ele deitado na cama a ler o jornal e a fumar…
Nota: É transmitida aos domingos à noite na RTP1 e, pelo que sei, já anda por aí uma
petição a exigir a edição em DVD. Eu já assinei.