… por mais dois museus de Lisboa, um onde nunca tinha ido, outro a que já não ia há anos e que está com uma exposição que não podia perder:
MUSEU FUNDAÇÃO ORIENTE
Primeiro, o edifício, que, visto da 24 de Julho, já albergou tantos e tantos cartazes de publicidade, alguns com a dignidade de não esconderem os baixos-relevos de Barata Feyo. Venceu-se a indefinição em que estava e esta construção portuária dos anos 40 transformou-se, pela mão de, entre outros, Carrilho da Graça (o mesmo arquiteto do Pavilhão do Conhecimento e da Esc. Sup. de Comunicação Social), em mais um espaço que vale a pena visitar mais do que uma vez.
E, depois, as coleções.
Presença portuguesa na Ásia – documenta a presença portuguesa no Oriente, com destaque para Timor, China, Japão e Índia. Biombos, peças de porcelana, mobiliário, têxteis, estátuas e estatuetas, gravuras, altares, tudo num ambiente escuro mas muito bem iluminado. Único e grande senão: ao quererem dar tanto destaque às peças, parece que se esqueceram da importância da catalogação, com grande parte das legendas praticamente ilegíveis. E se para mim foi difícil ler algumas, imagino o que terá sido para aquele senhor mais entradote que vi todo torcido a tentar decifrar o que lá estava escrito…
Deuses da Ásia – outra das exposições permanentes, uma viagem espiritual pelo hinduísmo, taoísmo, budismo… Complexa mas muito completa, a rever noutro dia numa visita exclusiva a esta exposição.
MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA
Encompassing the globe: Portugal e o Mundo nos séculos XVI e XVII – Tenho de começar por citar parte de um artigo do New York Times, porque assim ficará quase tudo dito: «A little-known fact: A version of the Internet was invented in Portugal 500 years ago by a bunch of sailors with names like Pedro, Vasco and Bartolomeu. The technology was crude. Links were unstable. Response time was glacial. (A message sent on their network might take a year to land.)» De facto, ao visitar esta exposição produzida pela Smithsonian Institution, é precisamente a ideia com que fico: a impressionante rede de contactos e trocas comerciais que os Portugueses conseguiram criar numa época em que tudo era ainda tão desconhecido. E, sabendo que das cerca de 200 obras expostas muitas foram cedidas por outros museus e colecionadores particulares, foi com algum orgulho que concluí que, para mim, as mais imponentes são mesmo as que constam da coleção permanente do museu: os biombos namban, a custódia de Belém (recentemente recuperada, a brilhar tanto que até dá gosto), os painéis de São Vicente, a fonte bicéfala.
Exposição permanente – um bocadinho desfalcada devido à quantidade de obras emprestadas à outra exposição, mas ainda assim a valer a pena visitar, nem que seja para rever cada pormenor das Tentações de Santo Antão de Bosch, o São Jerónimo de Dürer, o terrível cenário do Inferno ou os incríveis contadores indo-europeus de madrepérola embutida.
3 comentários:
Vi a última a que fazes referência e apenas o que me chocou foi o pouco cuidado a que são vetadas algumas das obras...
Bj
Por falar em coisas bonitas...
Visitei a Igreja de S.ROQUE e o Museu,
Não percam! É linda
xx
Já tinha ouvido que o museu de São Roque tinha sido recuperado... tenho de lá ir espreitar!
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