31 de janeiro de 2011
Três homens num barco, de Jerome K. Jerome
29 de janeiro de 2011
Para mim, são perfeitos
Hoje ao iníco da tarde fui ao CCB ver a exposição Tinta nos nervos, banda desenhada portuguesa, que apresenta trabalhos de 41 desenhadores. Gostei, alguns surpreenderam-me pela novidade. De seguida fui ao Museu da Cidade de Almada à inauguração de Diários gráficos em Almada. E que diferença! Perdoem-me alguns dos desenhadores representados no CCB (até porque alguns também estão na exposição de Almada), se calhar estou aqui a escrever uma barbaridade, mas na maior parte dos casos o que vi em Almada dá 10 a 0 aos primeiros. São mais de 400 trabalhos de 30 desenhadores, que assim se descrevem a si próprios: «Não somos desenhadores perfeitos.» Pois eu acho que estão lá muito perto.
Maravilhei-me com aqueles cadernos cheios de vida, pequenos no tamanho mas tão grandes naquilo que contêm. Visões do dia-a-dia, de pessoas, de sítios, de momentos, de sentimentos. Sempre com um toque muito pessoal, recorrendo a técnicas que vão da tinta-da-china à colagem, passando pela simples esferográfica ou pelas canetas de feltro.
A qualidade do que vi não foi a maior surpresa, porque já a conhecia bem. Surpresa a sério foi a simpatia com que eu e uma amiga fomos recebidas. Ainda que já houvesse um elo de ligação, o extraordinário Eduardo Salavisa (também mentor em Portugal da divulgação desta forma de arte), surpreendeu-me a humildade daqueles artistas, sempre com um sorriso nos lábios, sempre interessados em quem se interessa pelo trabalho deles. E vale a pena ganhar interesse. Muito.
Vespas na Costa do Castelo, João Catarino.
Azinhaga em Carnide, Pedro Cabral.
27 de janeiro de 2011
Tenho uma pegada demasiado grande
26 de janeiro de 2011
Desliguem para se ligarem
23 de janeiro de 2011
As presidenciais de hoje, para mim
Ideia boa e barata
17 de janeiro de 2011
Desenhos todos os dias
16 de janeiro de 2011
A sala de vidro, de Simon Mawer
15 de janeiro de 2011
Hoje dou a palavra...
Há uns tempos, um dos proprietários de um grande grupo editorial disse numa entrevista que os editores de livros não escolares pouco acrescentavam a um livro. Embora suspeite de que não era bem isto o que queria dizer e saiba de alguns editores que não têm na verdade praticamente nenhuma intervenção no que publicam (além da selecção, mas até isso é muito), fiquei logo de cabelos em pé – e até gostava que alguns autores pudessem explicar-lhe o trabalho que muitos dos editores desenvolvem entre o momento em que enviam os livros para avaliação e a sua ulterior publicação. Não me cabe, porém, elogiar o meu próprio trabalho (até porque nenhum editor pode criar o talento onde ele não existe e o sucesso de um livro é sempre da responsabilidade do autor) e só por isso não escrevo este postpara me queixar de uma afirmação que considerei bastante infeliz (pronto, já me queixei), mas para dizer que efectivamente é uma pena que alguns editores escolares (ou coordenadores, como já lhes ouvi chamar muitas vezes) não tenham o reconhecimento que merecem nem apareçam referidos nos meios de comunicação como acontece tantas vezes aos editores de literatura geral. Porque fazer livros escolares deve ser mesmo uma tarefa hercúlea: escolher os professores-autores, garantir que entregam tudo a tempo (tratando-se de livros com prazo certo para serem apresentados às escolas e ao ministério, não há como adiar a sua publicação), escolher um layout e ilustrações adequados e apelativos, controlar a revisão que tem de ser absolutamente rigorosa e imaculada a nível da informação e da correcção gramatical (se aparece um erro num livro escolar, dá logo notícia nos telejornais), ser, enfim, responsável, em última instância, pela aprendizagem de determinada matéria por milhares de crianças e jovens em todo o País. E, embora tenha sido professora durante algum tempo e nem todos os livros escolares tivessem o mesmo nível, hoje quero partilhar com os leitores deste blogue a minha admiração pelos que, tão discretamente, fazem um excelente trabalho que o público nunca aplaude.
Só me compete agradecer-lhe.
13 de janeiro de 2011
Recado para quem está a pensar ficar em casa
10 de janeiro de 2011
A contradição humana, de Afonso Cruz
4 de janeiro de 2011
Faça sol
3 de janeiro de 2011
Persepolis, de Marjane Satrapi
História longa mas que vale a pena ler
Há quase um ano, em Janeiro, o cão do meu irmão não apareceu à hora de comer. De manhã estava lá; à tarde, já não. Desconfiámos que o jardineiro o teria deixado fugir e que alguém o teria apanhado logo de seguida. Apesar de o Cascão não ter por hábito andar fora do jardim, teria voltado para a casa nem que fosse por ouvir a Twiggy a ladrar. Percorremos todas as ruas da zona, a pé e de carro, passámos a pente fino as estradas circundantes, na hipótese de ter sido atropelado, o meu irmão ligou para o canil... nada.
Há duas semanas, num domingo de manhã, liguei-me ao Facebook. No feed de notícias, uma das primeiras era do grupo da Caderneta de Cromos, que por sua vez remetia para uma campanha de angariação de rações da União Zoófila. Juntei-me ao grupo da União Zoófila e, no mural, a primeira mensagem que apareceu referia um cão encontrado no dia anterior à noite, perto de casa do meu irmão, preso a uma grade, à chuva e com fome. A mensagem tinha uma fotografia. De um cão que parecia o Cascão. Mas uma coincidência destas era impossível. Pedi mais fotografias a quem tinha colocado a mensagem e, ao longo do dia, o que parecia impossível começava a deixar de o ser.
Entretanto, o Alfredo (nome que entretanto quem encontrou o cão à chuva lhe deu) tinha sido entregue no canil municipal, à espera que alguém o adoptasse ou que os donos aparecessem. Na segunda-feira, à hora de almoço, fui com o meu irmão ao canil e aqui a descrição dele é a melhor:
O senhor que nos guiou até lá disse: “Ele está ali ao fundo, nesta cela.” Sai de lá um cão que por um ou dois segundos estranhou a situação, ainda baralhado com tudo aquilo, e foi aí que se fez um click na cabeça dele, do Cascão! Ele deve ter pensado: “Espera lá, eles são os meus donos! Yupiiiiiiii!” Veio a correr para nós aos pulos de felicidade e a pedir mimos! Quanto mais diziamos “Cascão” mais ele pulava de contentamento, há um ano que não ouvia esta palavra. Pulava dava as suas mordidelas suaves de amizade na mão que lhe são típicas, enfim, não havia dúvidas, era o nosso Cascão. :)
O Cascão não pôde vir logo connosco, não tínhamos documentação que comprovássemos que era nosso, e a lei prevê um prazo mínimo até um animal poder ser dado para adopção. Assim, 8 dias depois, meia hora antes do fim do prazo, lá estávamos para adoptar o Cascão. Nós e três dos seus "padrinhos", graças a quem o Cascão foi reencontrado. Depois foi o preenchimento de uma série de papelada, a colocação do chip, a administração da vacina anti-rábica e, finalmente, o regresso a casa.
O próximo passo, causador de alguma ansiedade, era o reencontro com a Twiggy, que há quase um ano era senhora de todo o jardim. Algumas rosnadelas, alguma desconfiança, e segundos depois já o Cascão corria a toda a velocidade para o local onde costumava beber água e para sua casota. Horas depois, já os dois brincavam e saltavam como se nunca se tivessem separado.
Que este exemplo sirva para provar que as redes sociais até são uma coisa boa. Se não, leia-se Uma história sobre Oliveiras, publicada por mim em Junho e que também relata uma importante mudança na minha vida.
By the way, o Cascão agora também já tem página no Facebook.