31 de julho de 2011

Hoje não vou

Eu hoje não vou ao concerto de Bon Jovi. Mas há 22 anos fui. Foi o primeiro concerto da minha vida e o primeiro concerto de Bon Jovi em Portugal.

Não me lembro de como cheguei ao extinto pavilhão do Dramático de Cascais, mas lembro-me bem de os meus pais me terem ido buscar. E de eu, apesar disso e do zumbido que me ficara nos ouvidos, desabituada de ouvir música alto (sim, na época só depois dos 15 ou 16 anos é que podíamos «começar» a ir a discotecas), me ter sentido verdadeiramente importante.


(Gravação ao vivo via YouTube.)

29 de julho de 2011

26 de julho de 2011

Porque eles não são coisas

Campanha da União Zoófila para o verão, quando, com a desculpa da crise ou qualquer outra esfarrapada, centenas de pessoas abandonam, sem pestanejar, aqueles que as consideravam amigas e companheiras. Vinte figuras públicas dão a cara, acompanhadas de animais abandonados e ostentando frases feitas ditas habitualmente por quem os deixa para trás. Oportunidade ainda para apelar à adoção e não à compra.

Afonso Pimentel, ator, com Sky e Cristal
Teresa Guilherme, apresentadora, com Babas
Mafalda Pinto, atriz, com Úrsula
Pedro Giestas, ator, com Peludo
Ricardo de Sá, ator, com Bartnúvia
Rui Melo, ator, com Lucky
Nuno Markl, humorista, com Farófia
Sandra Barata, atriz, com Baptista
João Manzarra, apresentador, com bebés
Jorge Nuno Oliveira, jornalista, com Gelado
Ana Sofia, modelo, com To Be Hamlet
Carlota Crespo, apresentadora, com Nero
Ana Bacalhau, cantora, com Lili
Ana Guiomar, atriz, com Rubi
Diogo Valsassina, ator, com Slavika
Manuel Luís Goucha, apresentador, com Faneca
Ana Galvão, apresentadora, com Baltazar
Eduardo Madeira, ator, com Mateus
João Didelet, ator, com Nine
Jessica Athayde, atriz, com Camões

25 de julho de 2011

Uma semana no aeroporto, de Alain de Botton


Ouvi pela primeira vez Alain de Botton numa TED Talk, onde, em cerca de 20 minutos, falou de sucesso e de falhanço profissional, e de como isso acaba por nos definir unilateralmente perante a sociedade, e não devia. Depois pesquisei um pouco e descobri que Alain de Botton é um filósofo dos tempos modernos, alguém que fala a nossa linguagem e que nos consegue atingir, sempre na perspetiva de ajudar cada um a ser mais feliz.

Por isso não hesitei em comprar este pequeno livrinho, escrito durante uma semana quando de Botton se tornou no primeiro escritor residente num aeroporto. Durante sete dias em Heathrow, observou a tristeza das partidas e a por vezes alegria das chegadas, vagueou pelo backstage dos bagageiros, do pessoal do catering, dos responsáveis pela segurança, conversou com dezenas de pessoas e, acima de tudo, refletiu em como um aeroporto pode ser um microcosmos que representa a sociedade maior.

A propósito de tudo e de nada, de Botton escreveu algumas passagens que quero partilhar, não por serem teorias altamente elevadas, antes por representarem coisas tão simples com que me identifico mas que, por não me chamar Alain de Botton, nunca tinha verbalizado:

- sobre uma vez na vida podermos correr riscos que nesse momento não são riscos: «... neste momento a calma reina no pedaço de pista que, só por si, é responsável pelo fim da paz e do sossego de dez milhões de pessoas. Podemos atravessá-lo sem pressa e até podemos ceder à tentação de nos sentarmos de pernas cruzadas no seu centro, um gesto que partilha algo da sensação sublime de se tocar num cabo de alta tensão desligado, passar os dedos ao longos dos dentes de um tubarão anestesiado ou de nos lavarmos na casa de banho de mármore de um ditador deposto.»

- sobre o medo de termos culpa ainda que saibamos que não a temos: «Uma longa espera na fila do detetor de metais pode induzir em muitos de nós a começar a interrogarmo-nos se afinal não teremos saído de casa com um explosivo escondido na mala ou se não nos teremos submetido involuntariamente a um curso de vários vezes de formação de terroristas. (...) O sentimento de culpa por vezes torna-se tão forte na idade adulta, que pode compelir uma pessoa a prestar declarações falsas às autoridades, ou mesmo a cometer crimes reais, como meio de conseguir algum alívio da sensação extremamente opressiva de já ter feito algo errado.»

- sobre a sensação de estranheza no regresso a casa depois de uma viagem: «O nosso país, de repente, parece-nos o mais estranho dos destinos, com cada pormenor a ser relativizado pelas outras terras que visitámos. Que peculiar nos parece a luz matinal, quando comparada com a memória da madrugada nos montes Obudu; que invulgar é o som dos anúncios gravados, depois do vento nas montanhas do Atlas; e quão inexplicavelmente inglês é o tagarelar de duas mulheres do pessoa de terra, quando ainda temos nos ouvidos o estridor de um mercado de rua em Lusaca! Desejamos nunca perder esta perspetiva. Queremos continuar a contrapor a pátria ao que conhecemos doutras realidades alternativas, como as que existem em Tunes ou em Hyderabad. Queremos nunca esquecer que nada aqui é normal, que as ruas são diferentes em Wiesbaden e Luoyang, que isto aqui é apenas um de muitos mundos possíveis.»

24 de julho de 2011

A voz das vítimas



É a todos que aconselho a visita à exposição A voz das vítimas, na antiga cadeia do Aljube, bem perto da sé de Lisboa. Uma exposição extraordinariamente bem concebida, distribuída por 3 andares e que culmina na visita a uma reconstituição das gavetas ou curros, cubículos solitários e pequeníssimos onde os presos sofriam um castigo ainda maior do que o castigo que já tinham.

Durante quase 40 anos, ao Aljube viu ali entrar e sair dezenas de presos políticos, homens e mulheres para quem aquelas paredes eram apertadíssimas. Hoje, lá dentro, descobre-se as origens da cadeia, aprende-se sobre a tortura durante a ditadura, conhece-se histórias de fugas bem e mal sucedidas, sente-se o que seria passar um dia que fosse numa cela com 1 metro por 2, comunicando com os outros através de toques nas paredes na esperança de não deixar morrer a humanidade.

Pouco antes de sair, conheci um ex-detido, hoje talvez com uns 65 anos, que tinha sido preso por ter ido ao festival da juventude de Moscovo. Quando lhe perguntei se tinha estado preso nos curros, respondeu-me humildemente: «Sim, mas foram 15 dias, outros estiveram muito mais.»

23 de julho de 2011

Diabólico


Parafraseando Nuno Rogeiro, que há pouco ouvi a comentar os massacres na televisão, diabólico é o único adjetivo que consigo encontrar para classificar o que se passou na Noruega. Um homem ter o sangue frio para fazer explodir uma bomba no centro de Oslo e depois, disfarçado de polícia, ir para uma pequena ilha cheia de jovens matá-los a sangue frio é algo que não consigo conceber. Digno dos mais violentos thrillers que hoje em dia já vou tendo dificuldade em ver.

18 de julho de 2011

Sem papas na língua

Impossível deixar de partilhar aqui este comentário de um jornalista brasileiro à atribuição da medalha Machado de Assis ao futebolista Ronaldinho Gaúcho pela Academia Brasileira de Letras.

Que, a propósito, me faz lembrar dois episódios de há cerca de um ano: a receção de Cavaco Silva no Palácio de Belém à seleção portuguesa de futebol, pouco tempo antes de ter faltado às cerimónias fúnebres do nosso único Nobel. Estava de férias.

17 de julho de 2011

Feeling well


Uns 30 anos depois das minhas primeiras recordações na barragem da Aguieira, de inverno e com os meus pais, tenho agora outras mais recentes, de verão e com os meus amigos. Só lhes posso agradecer por me fazerem sentir tão bem.

E por este fim de semana terem contribuído para, cada vez mais, ter vontade de voltar a este bocadinho das minhas origens.

14 de julho de 2011

10 de julho de 2011

Dois motivos por que simpatizo com a rainha

O seu amor pelos cães, desde criança até agora. Os welsh corgi são os seus preferidos, e durante anos não prescindia de ter pelo menos quatro exemplares em simultâneo.



O prazer que tem em conduzir um Land Rover, seja um sofisticado Range em que se apresenta impecável, seja um duro Defender que conduz de galochas e de lenço na cabeça.


7 de julho de 2011

Penso eu depois de ver as notícias sobre o país e de, dois anos depois de andar a implorar para se tratar do condomínio, receber uma conta de €1.200 para pagar.

4 de julho de 2011

Compromisso

De que desta vez vou tentar levar a sério as minhas idas ao ginásio. Não apenas porque pago mas, acima de tudo, porque preciso de reforçar as minhas costas.