... mas já estou a ficar cheia de medo.
30 de novembro de 2011
28 de novembro de 2011
Habemus o non habemus?
É mais um filme de Nanni Moretti e está quase tudo dito. Cómico, inesperado, extremamente humano, Habemus Papam retrata o drama de um cardeal (Michel Piccoli) que, ao ser escolhido para Papa, entra em pânico, fugindo (literalmente) a sete pés. Para o ajudar é convocado ao Vaticano um psicanalista (Nanni Moretti), que grande coisa não pode fazer para além de entreter as hostes.
Durante a crise do cardeal Melville, acompanhamos a rotina dos restantes cardeais, retidos no Vaticano enquanto o Papa deambula foragido pelas ruas de Roma e não se decide a ser proclamado. Vemos-los a jogar voleibol, a fumar, a jogar, a fazer grupinhos... quase como crianças mas acima de tudo como seres humanos.
E não posso dizer mais nada, se não perde a piada. E tem muita.
Durante a crise do cardeal Melville, acompanhamos a rotina dos restantes cardeais, retidos no Vaticano enquanto o Papa deambula foragido pelas ruas de Roma e não se decide a ser proclamado. Vemos-los a jogar voleibol, a fumar, a jogar, a fazer grupinhos... quase como crianças mas acima de tudo como seres humanos.
E não posso dizer mais nada, se não perde a piada. E tem muita.
Nanni Moretti a tentar conversar «em privado» com o Santo Padre. |
24 de novembro de 2011
Cemitério de pianos, de José Luís Peixoto
Resisti durante anos, por pura parvoíce. Porque é um escritor precisamente da minha geração e achava que, tal como eu, não era capaz de escrever livros. Porque não acreditava que um tipo cheio de piercings e tatuagens fosse capaz de produzir verdadeira literatura. E porque, ao longo dos anos e com raras exceções, me fui afastando da literatura portuguesa em busca dos anglo-norte-americanos, tão bons contadores de histórias.
Hoje, como agradeço à A. ter-me emprestado este Cemitério de pianos! Comecei cética, mas o ceticismo não sobreviveu à primeira página. Devorei este livro e as histórias que conta, adorei o ritmo e o estilo. Tudo, em resumo. Bastou-me este livro para perceber que José Luís Peixoto é genial e para me ver obrigada a recomendá-lo a todos os céticos como eu. Encontrei passagens brilhantes: o discurso entrecortado do pensamento de um corredor da maratona enquanto percorre os longos quilómetros; as palavras rasgadas quando se descreve a destruição de uma coleção de revistas cor-de-rosa; o tempo que passa de rápido a lentíssimo aquando de um nascimento.
Se o quiser comparar com alguém, talvez com Lobo Antunes até há uns 10 anos, antes de ter enlouquecido de vez (ou de eu ter perdido a paciência para o tentar acompanhar)... Mas com muito mais humildade e com tanto, tanto potencial.
Hoje, como agradeço à A. ter-me emprestado este Cemitério de pianos! Comecei cética, mas o ceticismo não sobreviveu à primeira página. Devorei este livro e as histórias que conta, adorei o ritmo e o estilo. Tudo, em resumo. Bastou-me este livro para perceber que José Luís Peixoto é genial e para me ver obrigada a recomendá-lo a todos os céticos como eu. Encontrei passagens brilhantes: o discurso entrecortado do pensamento de um corredor da maratona enquanto percorre os longos quilómetros; as palavras rasgadas quando se descreve a destruição de uma coleção de revistas cor-de-rosa; o tempo que passa de rápido a lentíssimo aquando de um nascimento.
Se o quiser comparar com alguém, talvez com Lobo Antunes até há uns 10 anos, antes de ter enlouquecido de vez (ou de eu ter perdido a paciência para o tentar acompanhar)... Mas com muito mais humildade e com tanto, tanto potencial.
23 de novembro de 2011
Quase a terminar o livro aqui ao lado...
... e a adorar. Que bom ler um autor pela primeira vez (ainda por cima jovem) e saber que ainda temos tantas leituras dele pela frente.
20 de novembro de 2011
Espírito de Natal
A árvore está feita, os presentes quase todos comprados, agora só falta mesmo ir a um mercado de Natal como este. Já fazia falta em Lisboa.
19 de novembro de 2011
Até podia parecer uma brincadeira...
... mas infelizmente faz todo o sentido celebrar um dia como este:
Num mundo em que 40 por cento da população não tem acesso a condições sanitárias adequadas, correndo grandes riscos de sofrer de diarreia, cólera e disenteria, temos de dar valor a fazer parte dos restantes 60 por cento. E de olhar com outros olhos para algo tão simples como as nossas casas de banho.
Num mundo em que 40 por cento da população não tem acesso a condições sanitárias adequadas, correndo grandes riscos de sofrer de diarreia, cólera e disenteria, temos de dar valor a fazer parte dos restantes 60 por cento. E de olhar com outros olhos para algo tão simples como as nossas casas de banho.
18 de novembro de 2011
Multitasking
Francês, Matemática, Português e ainda um bocadinho de Geografia. Leituras de ontem ao longo do dia.
15 de novembro de 2011
14 de novembro de 2011
Break it down, de Lydia Davis
São 34 contos em apenas 200 páginas, alguns com apenas meia página, outros um pouco mais longos. Mas grande parte com um sentimento comum: uma imensa mágoa e incompreensão de mulheres sozinhas, trocadas ou simplesmente deixadas para trás. Recordações que vêm ao de cima perante uma espinha, ou perante uma peúga. Noutros contos, sente-se um enorme desconforto, físico ou mental, uma insatisfação permanente.
Lydia Davis foi casada com Paul Auster durante quatro anos, entre 1974 e 1978. E a coisa deve ter acabado mal. Porque isso nota-se ao longo de todo o livro. A espreitar, sem dúvida.
Lydia Davis foi casada com Paul Auster durante quatro anos, entre 1974 e 1978. E a coisa deve ter acabado mal. Porque isso nota-se ao longo de todo o livro. A espreitar, sem dúvida.
13 de novembro de 2011
12 de novembro de 2011
10 de novembro de 2011
Os últimos dias dos Romanovs, de Helen Rappaport
Já tinha ouvido algumas coisas acerca do extermínio dos Romanov, mas sempre por alto, a propósito da revolução russa, e sempre assumindo que tinham sido fuzilados e pronto. Se é que isto se pode dizer assim.
Nas últimas duas semanas li Os últimos dias dos Romanov (recuso-me a colocar o s no plural como se refere no título da versão portuguesa, mas isso é outra conversa), de Helen Rappaport. Acompanhei de perto os seus últimos dias de cativeiro na Casa Ipatiev, em Ekaterinburg. Os dias que se sucediam praticamente sempre iguais e passados a rezar ou a jogar cartas, com tempo limitado para ir ao jardim, na total ignorância do que lá fora se passava. O avanço dos checos durante a I Guerra Mundial, a brutalidade de muitos bolcheviques, o apenas aparente alheamento de Lenine relativamente ao destino da família Romanov.
Durante três meses, 11 pessoas viveram fechadas na Casa Ipatiev: o czar Nicolau e a czarina Alexandra, as 4 filhas, o filho hemofílico e quatro acompanhantes (um médico e três criados). Até que, na noite de 16 para 17 de julho de 1918, todos foram conduzidos para a cave e brutalmente assassinados, de modo muito diferente do «simples» fuzilamento que sempre tinha imaginado. Depois, seguiram-se dois dias de frenesim na tentativa de esconder os corpos, alguns dos quais só em 2007 foram encontrados.
Helen Rappaport fez uma investigação profunda para recriar os últimos dias da família e bem sei que não pretendia fazer um retrato exaustivo do czar. No entanto, depois de ler o livro, fica-se com a ideia de que Nicolau foi apenas uma vítima, e não um antissemita também responsável por tantos massacres. Mas nada justificaria a chacina de uma família inteira (animais de estimação incluídos). Chacina essa que esta noite me tirou o sono e me proporcionou um valente pesadelo. Um livro não recomendável a mentes sensíveis. Mas recomendável a quem queira conhecer pelo menos uma parte da história do século XX.
PS: Impossível não referir a péssima revisão de que foi alvo este livro. Incomodativa, mesmo.
Nas últimas duas semanas li Os últimos dias dos Romanov (recuso-me a colocar o s no plural como se refere no título da versão portuguesa, mas isso é outra conversa), de Helen Rappaport. Acompanhei de perto os seus últimos dias de cativeiro na Casa Ipatiev, em Ekaterinburg. Os dias que se sucediam praticamente sempre iguais e passados a rezar ou a jogar cartas, com tempo limitado para ir ao jardim, na total ignorância do que lá fora se passava. O avanço dos checos durante a I Guerra Mundial, a brutalidade de muitos bolcheviques, o apenas aparente alheamento de Lenine relativamente ao destino da família Romanov.
Durante três meses, 11 pessoas viveram fechadas na Casa Ipatiev: o czar Nicolau e a czarina Alexandra, as 4 filhas, o filho hemofílico e quatro acompanhantes (um médico e três criados). Até que, na noite de 16 para 17 de julho de 1918, todos foram conduzidos para a cave e brutalmente assassinados, de modo muito diferente do «simples» fuzilamento que sempre tinha imaginado. Depois, seguiram-se dois dias de frenesim na tentativa de esconder os corpos, alguns dos quais só em 2007 foram encontrados.
Helen Rappaport fez uma investigação profunda para recriar os últimos dias da família e bem sei que não pretendia fazer um retrato exaustivo do czar. No entanto, depois de ler o livro, fica-se com a ideia de que Nicolau foi apenas uma vítima, e não um antissemita também responsável por tantos massacres. Mas nada justificaria a chacina de uma família inteira (animais de estimação incluídos). Chacina essa que esta noite me tirou o sono e me proporcionou um valente pesadelo. Um livro não recomendável a mentes sensíveis. Mas recomendável a quem queira conhecer pelo menos uma parte da história do século XX.
PS: Impossível não referir a péssima revisão de que foi alvo este livro. Incomodativa, mesmo.
9 de novembro de 2011
Novos horizontes
Pois então parece que a partir de abril de 2012 a Easy Jet vai abrir uma base em Lisboa, o que implica novas rotas para Copenhaga, Amesterdão, Veneza, Bordéus e Astúrias. Alargam-se assim os meus horizontes, eu que nos últimos tempos me tenho recusado a dar mais de 100 euros por uma viagem de avião e que já estava começar a ver as opções a esgotarem-se. Os três primeiros destinos passam a constar oficialmente da minha lista, já a partir da próxima primavera.
Brinquedos III: Inversão de papéis
Há uns tempos os jogos começavam por ser de tabuleiro e mais cedo ou mais tarde passavam para o computador. Hoje já é ao contrário:
Regresso às origens?
Regresso às origens?
8 de novembro de 2011
Brinquedos II: Se fosse hoje
Já se hoje voltasse a ter 4 ou 5 anos, não era quase certamente com os Barriguitas e com os Pinypons que quereria brincar. Mas sim com estas ternuras:
São as Lalaloopsy, têm umas caras amorosas e uns corpos flexíveis que permitem vestir e despir as roupinhas em pano. Roupinhas essas que também são o máximo, com tecidos que fariam inveja a qualquer artesão dos nossos dias. Cada uma ainda vem com um animal de estimação que, como não poderia deixar de ser, é também amoroso.
Meninas, espreitem aqui o site e não me digam que não gostavam de ter uma de cada...
São as Lalaloopsy, têm umas caras amorosas e uns corpos flexíveis que permitem vestir e despir as roupinhas em pano. Roupinhas essas que também são o máximo, com tecidos que fariam inveja a qualquer artesão dos nossos dias. Cada uma ainda vem com um animal de estimação que, como não poderia deixar de ser, é também amoroso.
Meninas, espreitem aqui o site e não me digam que não gostavam de ter uma de cada...
7 de novembro de 2011
Brinquedos I: Tão diferentes que eles eram
O catálogo de Natal da Toys"R"Us trouxe-me hoje recordações dos meus brinquedos de infância. Sei que eu e os meus irmãos sempre fomos privilegiados, pois sempre tivemos muitos: um quartinho só para os nossos brinquedos (que a minha avó trancava religiosamente nos dias de festas de aniversário, para aquilo não ficar tudo destruído), uma casinha de bonecas impecavelmente mobilada (a minha mãe trazia de Espanha as mini-mobílias que «não havia cá»), uma cozinha em miniatura e dezenas, dezenas de bonecas e de legos (em miúda, até tive direito a uma casinha em lego reprodução fiel da casa onde morávamos). Por isso, que surpresa tive ao ver como se transformaram alguns dos bonecos da minha infância.
Os Barriguitas eram assim:
Simples, com olhos pequeninos e menos expressivos, mas tão mais fofinhos... |
Hoje são assim:
Grandes olhos, muitos acessórios, mas tudo tão igual a tudo o resto. |
Os Pinypon eram assim:
Bem pequeninos, cores fortes e sólidas, acessórios amorosos. |
Hoje são assim:
De novo olhos gigantes, como a maior parte dos bonecos de hoje, aliás. |
5 de novembro de 2011
Eu nem gosto de vento...
... mas gostei tanto deste poema.
O valor do vento
Está hoje um dia de vento e eu gosto do vento
O vento tem entrado nos meus versos de todas as maneiras e
só entram nos meus versos as coisas de que gosto
O vento das árvores o vento dos cabelos
o vento do inverno o vento do verão
O vento é o melhor veículo que conheço
Só ele traz o perfume das flores só ele traz
a música que jaz à beira-mar em agosto
Mas só hoje soube o verdadeiro valor do vento
O vento actualmente vale oitenta escudos
Partiu-se o vidro grande da janela do meu quarto
Ruy Belo
4 de novembro de 2011
3 de novembro de 2011
1 de novembro de 2011
Já se instalava uma coisa destas no Tejo, ai instalava, instalava
Projetada para ser instalada num dos braços do Hudson, bem juntinho a Manhattan, a piscina flutuante + Pool propõe-se utilizar a água do rio filtrando-a através das suas próprias paredes, removendo bactérias e odores. Em cada um dos braços, uma subpiscina especializada - crianças, desportos, natação e lounge -, podendo também ser adaptada para competições. Para já não passa de um projeto mas, pelo que se diz, cada vez mais com pernas para andar.
Depois podem vir para Lisboa, podem, podem?
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