Andei dois anos à espera para lê-lo e valeu bem a pena. Depois de A queda dos gigantes, que retrata o mundo nos primeiros 30 anos do século XX, Ken Follett continuou a sua lição de História em O inverno do mundo, que começa por alturas da ascensão de Hitler ao poder, atravessa a II Guerra Mundial e termina no início do período da Guerra Fria, passando pela Guerra Civil de Espanha e pelo nascer da era atómica.
Tudo isto poderia ser uma enorme maçada, não fosse o talento de Ken Follett em recorrer a pessoas comuns para nos mostrar tudo o resto. As famílias retratadas são muitas (alemãs, inglesas, escocesas, americanas e russas) e sim, as personagens são imensas, daí a necessidade de o livro começar logo com 4 páginas que elencam a composição de cada família (páginas a que aconselho dobrar os cantinhos, pois voltei lá uma série de vezes). Quase todas já vinham d'A queda dos gigantes, e um dos desafios neste livro foi ir relembrando cada uma à medida que se avança. Foi uma das coisas que me deu mais prazer.
Isso e a capacidade de Ken Follett de nos levar para o centro dos acontecimentos e de fazer com que os sintamos na pele. No último mês, atravessei os Pirenéus a pé, percorri a costa durante o desembarque na Normandia, vi cadáveres de deficientes numa morgue, tremi de medo a bordo de um frágil barco em Pearl Harbour e assisti aos primeiros testes atómicos. Follett teve ainda a mestria de não exagerar o foco da narrativa ao Holocausto (aliás, foca-o poucas vezes), optando por retratá-lo como mais um dos impressionantes episódios da época, entre muitos outros.
Tenho a certeza de que com a publicação do terceiro volume da Trilogia do Século, daqui por dois anos, teremos nas mãos um excelente compêndio da História do século XX.
6 comentários:
Parece muito bem.
E é! :)
Ok! Eu ia comprar o Inverno do mundo, mas já percebi que é o 2º de uma trilogia. Tenho de ler o 1º, primeiro.
xx
Fantástico,
Fiquei com vontade de ler também! muito interessante tuas impressões!
Estou desejando ler… e agora com as tuas impressões mais ainda (já confirmei algumas de outros livros!), mas há velocidade que ando agora a conseguir ler… nem tão cedo acabo o que tenho em mãos!!!
Olá Lúcia, ainda bem que tens gostado das «críticas», sempre servem para alguma coisa! :)
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