Calculo que seja uma das muitas lisboetas que sente uma enorme nostalgia da nossa velhinha Feira Popular em Entrecampos.
Do cheiro a farturas, dos desgraçados dos empregados a chamarem-nos para os restaurantes de frangos, da casa dos espelhos e da casa maldita, dos comboios-fantasma onde fechava sempre os olhos, da looping minúsculo, fo poço da morte e dos carrosséis de onde saía quase sempre enjoada.
Mas nada se deve comparar a este verdadeiro instrumento de tortura que existiu na Feira Popular em 1951. A «coisa» chamava-se Rotor Centrífugo, e as pessoas entravam lá dentro para serem lançadas contras as paredes pela força centrífuga. À volta, outras limitavam-se a assistir. Cheira-me, a avaliar por estas imagens que encontrei no livro Crónica em Imagens de Portugal dos anos 50, que não seria coisa para mim.
Parece-me que as pessoas a assistir nas galerias se estavam a divertir bem mais do que quem estava dentro do poço... |
7 comentários:
Qu'horror!
Não tenho mais palavras.
Ainda hoje uso a expressão: "cheiras a feira popular"
Saudades.
homem sem blogue
homemsemblogue.blogspot.pt
esta feira era onde hoje está a gulbenkian. tinha outos divertimentos bizarros como o watershoot que era uma montanha russa mas em que se caia na água. um horror. este rotor existiu na feira do campo grande mas o pessoal ia preso. os bócós a assistir são uma norma nestas máquinas de tortura voluntária
É impressão minha ou até há sapatos pelo ar, perdidos?
Mas estes não parecem estar presos...
E já repararam na cara de horror de duas das moças?
Lembro-me deste rotor mas com as pessoas presas (na feira do Campo Grande).
Era horrivel só de ver; havia quem vomitasse (sim e ia tudo para cima dos outros) e havia sempre sapatos pelos ares.
Ao principio era engraçado de se ver mas depois o panico dos outros atingia-nos também e só queríamos ver aquilo parar com as pessoas a salvo.
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