4 de janeiro de 2013

Instrumento de tortura

Calculo que seja uma das muitas lisboetas que sente uma enorme nostalgia da nossa velhinha Feira Popular em Entrecampos.

Do cheiro a farturas, dos desgraçados dos empregados a chamarem-nos para os restaurantes de frangos, da casa dos espelhos e da casa maldita, dos comboios-fantasma onde fechava sempre os olhos, da looping minúsculo, fo poço da morte e dos carrosséis de onde saía quase sempre enjoada.

Mas nada se deve comparar a este verdadeiro instrumento de tortura que existiu na Feira Popular em 1951. A «coisa» chamava-se Rotor Centrífugo, e as pessoas entravam lá dentro para serem lançadas contras as paredes pela força centrífuga. À volta, outras limitavam-se a assistir. Cheira-me, a avaliar por estas imagens que encontrei no livro Crónica em Imagens de Portugal dos anos 50, que não seria coisa para mim.

Parece-me que as pessoas a assistir nas galerias se estavam a divertir bem mais
do que quem estava dentro do poço...

7 comentários:

MJ With Love disse...

Qu'horror!
Não tenho mais palavras.

homem sem blogue disse...

Ainda hoje uso a expressão: "cheiras a feira popular"

Saudades.

homem sem blogue
homemsemblogue.blogspot.pt

jao disse...

esta feira era onde hoje está a gulbenkian. tinha outos divertimentos bizarros como o watershoot que era uma montanha russa mas em que se caia na água. um horror. este rotor existiu na feira do campo grande mas o pessoal ia preso. os bócós a assistir são uma norma nestas máquinas de tortura voluntária

Miguel Oliveira disse...

É impressão minha ou até há sapatos pelo ar, perdidos?

Vespinha disse...

Mas estes não parecem estar presos...

Vespinha disse...

E já repararam na cara de horror de duas das moças?

Sexinho disse...

Lembro-me deste rotor mas com as pessoas presas (na feira do Campo Grande).
Era horrivel só de ver; havia quem vomitasse (sim e ia tudo para cima dos outros) e havia sempre sapatos pelos ares.
Ao principio era engraçado de se ver mas depois o panico dos outros atingia-nos também e só queríamos ver aquilo parar com as pessoas a salvo.