Não gostei à primeira, e a meio também ainda não estava rendida. Mas de repente fez-se um clique e este Debaixo de algum céu, vencedor do Prémio Leya 2012, prendeu-me até ao fim. Nesse momento, voltei atrás, reli diversas passagens e tudo passou a fazer sentido.
À partida, a fórmula não parece nova, a história dos habitantes de um edifício de três andares à beira-mar plantado: um jovem solitário criador de personagens para um programa informático; um velho sonhador que vai construindo uma geringonça com objetos que recolhe do lixo dos outros; um jovem casal com uma bebé choramingona; uma viúva que vive com um gato; um casal que vive com os filhos adolescentes e pré-adolescentes; um padre cheio de dúvidas sobre si próprio e sobre Deus; e um apartamento vazio que mais à frente no livro perceberemos porquê.
A ação é contada por um narrador externo e de vez em quando a voz passa para alguns dos habitantes. Decorre em 8 dias, de 24 de dezembro a 1 de janeiro, e a mudança de ano acaba por trazer também grandes mudanças aos moradores do prédio e às relações entre eles. Neste livro há solidão, há traição, há desespero; mas também há redenção, paixão e aproximação.
Se puderem leiam-no e se, como eu, não se agarrarem à primeira, insistam porque acaba por valer a pena.
9 comentários:
Os livros vencedores do Prémio Leya deixaram um amargo de boca na minha mãe.
O de 2011 foi entregue a um tal de João Ricardo Pedro com um livro intitulado "O teu rosto será o último" - eu nunca ouvi a minha mãe conjugar o verbo 'detestar' em relação a um livro, até ao citado exemplar.
Apesar de não conhecer a tua mãe, percebo que não tenha gostado, a minha também não gostaria... há por lá muito palavrão. :) Eu gostei (vê aqui: http://vespaaabrandar.blogspot.pt/2012/11/o-teu-rosto-sera-o-ultimo.html), e deste também, num registo totalmente diferente.
O único Prémio Leya que me fez sofrer de aborrecimento foi o primeiro, «O rastro do jaguar», e o segundo, «O olho de Hertzog», não li.
Palavrões à parte :-), a minha mãe não gostou da escrita do senhor, e acho o fim sem nexo.
Adorei cada frase desse livro. :)
Tenho algumas páginas com os cantinhos dobrados. :)
Não gostei à primeira, à segunda primeira e à última primeira tentativa.
Não consigo entender a atribuição do prémio a esta proposta de romance, porque de romance não se trata, a esta ideia de literatura.
Ao contrário do vencedor do ano anterior, este não atingirá sequer uma 2ª edição, por muitos compradores-coleccionadores de prémio Leya que tenham adquirido o rabisco. O livro é mau, fraco, simplório, sem enredo e mal escrito.
Não concordo, mas por isso é que se publica tanto em Portugal, para agradar a todos. :)
pelos vistos há pessoas pagas para serem criticas que pensam o memso do que eu sobre o livro: é mau.
http://ipsilon.publico.pt/livros/critica.aspx?id=319582
Os críticos são pagos para dar a sua opinião, a dizer bem ou a dizer mal. Mas para mim o facto de ler uma crítica não valida ou invalida a minha opinião. Essa é a minha.
Enviar um comentário