22 de abril de 2013

Debaixo de algum céu, de Nuno Camarneiro

Não gostei à primeira, e a meio também ainda não estava rendida. Mas de repente fez-se um clique e este Debaixo de algum céu, vencedor do Prémio Leya 2012, prendeu-me até ao fim. Nesse momento, voltei atrás, reli diversas passagens e tudo passou a fazer sentido.

À partida, a fórmula não parece nova, a história dos habitantes de um edifício de três andares à beira-mar plantado: um jovem solitário criador de personagens para um programa informático; um velho sonhador que vai construindo uma geringonça com objetos que recolhe do lixo dos outros; um jovem casal com uma bebé choramingona; uma viúva que vive com um gato; um casal que vive com os filhos adolescentes e pré-adolescentes; um padre cheio de dúvidas sobre si próprio e sobre Deus; e um apartamento vazio que mais à frente no livro perceberemos porquê.

A ação é contada por um narrador externo e de vez em quando a voz passa para alguns dos habitantes. Decorre em 8 dias, de 24 de dezembro a 1 de janeiro, e a mudança de ano acaba por trazer também grandes mudanças aos moradores do prédio e às relações entre eles. Neste livro há solidão, há traição, há desespero; mas também há redenção, paixão e aproximação.

Se puderem leiam-no e se, como eu, não se agarrarem à primeira, insistam porque acaba por valer a pena.

9 comentários:

GATA disse...

Os livros vencedores do Prémio Leya deixaram um amargo de boca na minha mãe.

O de 2011 foi entregue a um tal de João Ricardo Pedro com um livro intitulado "O teu rosto será o último" - eu nunca ouvi a minha mãe conjugar o verbo 'detestar' em relação a um livro, até ao citado exemplar.

Vespinha disse...

Apesar de não conhecer a tua mãe, percebo que não tenha gostado, a minha também não gostaria... há por lá muito palavrão. :) Eu gostei (vê aqui: http://vespaaabrandar.blogspot.pt/2012/11/o-teu-rosto-sera-o-ultimo.html), e deste também, num registo totalmente diferente.

O único Prémio Leya que me fez sofrer de aborrecimento foi o primeiro, «O rastro do jaguar», e o segundo, «O olho de Hertzog», não li.

GATA disse...

Palavrões à parte :-), a minha mãe não gostou da escrita do senhor, e acho o fim sem nexo.

A. F. disse...

Adorei cada frase desse livro. :)

Vespinha disse...

Tenho algumas páginas com os cantinhos dobrados. :)

Anónimo disse...

Não gostei à primeira, à segunda primeira e à última primeira tentativa.
Não consigo entender a atribuição do prémio a esta proposta de romance, porque de romance não se trata, a esta ideia de literatura.

Ao contrário do vencedor do ano anterior, este não atingirá sequer uma 2ª edição, por muitos compradores-coleccionadores de prémio Leya que tenham adquirido o rabisco. O livro é mau, fraco, simplório, sem enredo e mal escrito.

Vespinha disse...

Não concordo, mas por isso é que se publica tanto em Portugal, para agradar a todos. :)

Anónimo disse...

pelos vistos há pessoas pagas para serem criticas que pensam o memso do que eu sobre o livro: é mau.

http://ipsilon.publico.pt/livros/critica.aspx?id=319582

Vespinha disse...

Os críticos são pagos para dar a sua opinião, a dizer bem ou a dizer mal. Mas para mim o facto de ler uma crítica não valida ou invalida a minha opinião. Essa é a minha.