E assim vai a saúde no nosso país

Todos os dias há pessoas que têm AVC ou suspeitas disso. Pessoas que caem, batem com a cabeça e têm de ser de imediato examinadas. Que precisam de fazer exames que, se feitos cedo, lhes podem salvar a vida.

E, no entanto, foi com isto que a minha mãe se deparou ontem no Hospital Fernando da Fonseca, que todos os dias serve (ou devia servir) milhares de pessoas:

«Hoje de manhã desloquei-me ao Hospital Amadora-Sintra ( ospital Fernando da Fonseca) para acompanhar uma amiga que tinha de ir a uma urgência. Tento fazê-lo sempre que posso, pois devido à minha profissão tenho alguns privilégios.

Enquanto aguardávamos não pude deixar de observar e OUVIR. Pois é – o aparelho das TAC está avariado desde ontem! Penso que é prioritário que esse aparelho, muitas vezes necessário, tenha de estar funcional.
Mas trata-se de uma máquina que pode avariar... Logicamente, pensei que os técnicos já estariam a tentar solucionar o problema.

Entretanto, vi passar um colega junto de uma maca, onde estava deitado um senhor idoso que disse: "Doutor, estou aqui desde ontem de manhã, à espera de fazer uma TAC." O colega respondeu: "Hoje não há TAC's."

Entretanto a minha amiga foi chamada e observada. A colega disse que lhe ia passar uma carta para entregar à médica de família. Fiquei à espera que ma entregasse.

E novamente ouvi uma conversa: «Pois é, hoje de manhã, "por sorte", vem cá um técnico ver a peça que é necessário substituir no aparelho e, "por sorte", será arranjado à tarde, senão só amanhã..."

Mas estamos a brincar "aos médicos"?

Numa população enorme que tem obrigatoriamente de se dirigir àquele hospital, "isto" é tolerável?
Quanto a mim, é demasiado preocupante.»