12 de setembro de 2014

Adotem, não comprem...

Perante esta campanha, não é preciso dizer mais nada...



19 comentários:

CAP CRÉUS disse...

A campanha imbecil com os "famosos" e os seus cães comprados e todos de raça, ao colo é de bradar aos céus.

Vespinha disse...

Isto diz tudo, não é?

J. disse...

Que dor... Já fiz voluntariado na UZ e, apesar de não ser um canil de abate, a verdade é que parte o coração ver os cães e gatos ali fechados (mas bem tratados, atenção), quando há pessoas a pagarem 500€/1000€ por cães de raça... é muito triste vespinha, muito triste mesmo.

CAP CRÉUS disse...

Diz mesmo tudo.
:-(

Vespinha disse...

Eu também não compreendo. Apesar de haver raças lindas de morrer, os outros também o são tanto! Além de que na maioria das vezes são de uma dedicação sem preço.

Ophelia disse...

Isto é propaganda da pior espécie. Desculpem lá, mas qual é o problema de comprar animais? Não fossem as pessoas que os compram e as pessoas que com tanto carinho os criam, muitas raças iriam simplesmente entrar em extinção, o que seria uma perda séria dessa riqueza da variedade de raças.

É estranho para mim alguém apoiar algo que iria, em última instância, provocar uma perda para nós, para a história dos animais e que iria fazer com que muitas pessoas não pudessem criar animais com as condições em que o fazem.

O que as pessoas têm que entender é que é preciso é respeitar os animais, não os maltratar, não os abandonar e esterilizar se forem gatos nossos que andem na rua. E também têm que entender que há gatos que existem para estar na natureza, que conseguem sobreviver bem, e que são parte dela, e que não necessitam de ser histericamente levados para um canil se alguém os vir algures, nomeadamente em montes e campos. As pessoas que o fazem não devem realmente gostar de animais, pois eu adoro ver gatos na natureza, e sei que eles sabem tomar conta deles. Antes de terem donos, já nadavam por aí a caçar pássaros e a trepar a árvores há séculos, e nós não devemos mudar isso.

De resto, ainda há uns meses considerei adoptar um novo gato para se juntar aos dois que tenho (apanhados directamente da rua em bebés, numa zona urbana e residencial) e dirigi-me ao canil municipal. Fiquei com a impressão de que tudo o que os canis e pessoas que lá trabalham tentam passar às pessoas não passa de um trabalho de fachada. Para além de gatos mortos por retirar, e de aceitar os gatos do monte o que é uma irresponsabilidade, nem sequer dividem os gatos por gaiolas, sendo que se um tiver uma doença, todos vão ter. Que cuidados são estes? Pelo dinheiro que iria dar e eventualmente perder para me certificar de que não traria para casa um animal doente, tendo em conta que tenho gatos saudáveis, posso poupar um pouco e comprar um gato que, para além de vir sem doenças e de ser um resultado do cuidado apuramento da raça, está habituado a ser meigo porque foi criado com carinho infinito, e não é o resultado de um qualquer ignorante que resolveu procriar os gatos e depois ai jesus.

Não que os animais tenham culpa, como já disse tenho gatos adoptados, mas também tenho outros dois de raça e honestamente há lugar para todos. Só não deveria haver lugar para quem não sabe cuidar dos seus animais, e para quem espalha este tipo de propaganda que, em vez de pôr as pessoas a aceitarem TODOS os animais, as faz discriminar uma fracção deles, como se gatos e cães de rua fossem o mesmo que animais de raça. Não é que em termos sentimentais sejam diferentes, mas obliterar as suas diferenças pela ignorância é simplesmente ridículo.

Vespinha disse...

Olá Ophelia,

A meu ver, tem razão em algumas coisas mas não tem noutras, porque julgo que nessas está a generalizar. Por exemplo:

- os animais de raça: não há qualquer garantia de que um animal de raça não tenha doenças, aliás, são muito mais sensíveis a algumas doenças do que animais que não tenham sido aprimorados. Porque claro que haverá boas exceções, mas muitos criadores ignoram simplesmente os problemas da consanguinidade, cruzando animais irmãos, primos e até filhos e pais. O resultado são problemas como a displasia na anca nos pastores alemães e nos golden retrievers (veja-se fotografias dos mesmos hoje e há 30 ou 40 anos, quando tinham um porte muito mais equilibrado do que agora, em que a parte de trás é muito baixa resultando nesse problema) e a dificuldade na reprodução dos buldoques ingleses (por a fêmea ser muito mais estreita, o acasalamento tem quase sempre de ser feito por inseminação artificial e o parto por cesareana). A criação de animais é um negócio, o que não seria mau se muitas vezes não fosse pouco rigoroso.

- os canis: é verdade que há alguns com condições péssimas e desumanas, onde as doenças se disseminam (isto é muito frequente entre os gatos) e geridos por pessoas que muitas vezes nem gostam de animais. Mas também é verdade que começa a haver muitos com dignidade, com bons espaços para os gatos e para os cães, onde há cuidados com as vacinas, com as temperaturas e em não misturar animais saudáveis com doentes. A Casa dos Animais, da CML, é um bom exemplo disso. É recém inaugurada e tem excelentes condições, além de acompanharem durante algum tempo os animais que lá são adotados, chipando-os, vacinando-os e dando muito boas condições para quem os quer esterilizar. E há ainda as associações, que em vez de terem os animais consigo arranjam famílias de acolhimento temporário até se arranjar um dono definitivo.

- os animais em liberdade: sim, há muitos animais mais felizes em liberdade, tenho aqui perto de casa um exemplo disso. Um gato preto que por vezes me segue e que visita o meu pátio por causa das gatas, mas que não se deixa apanhar porque julgo que prefere mesmo ter a sua vida independente.

Por último, uma história que é verdadeira: o resgate da cadela em que participei esta semana, a Nala, não foi feito de modo histérico, porque a Nala andava há duas semanas realmente perdida e tinha sido abandonada, sem hipóteses de uma longa sobrevivência se não fosse ajudada. Andou perto do aeroporto, por Moscavide e acabou por ser apanhada na Expo, exausta, estando agora com uma FAT que provavelmente se tornará na sua família definitiva. E sabe porque é que a Nala terá sido abandonada? Porque parece um labrador, e ainda o devia parecer mais quando era pequenina. Pois a Nala cresceu e agora assemelha-se mas nitidamente não o é, com um formato diferente de cabeça. Alguém não deve ter gostado desta transformação.

Em resumo, por todas estas razões, continuarei a defender a adoção em vez da compra, porque se pode ajudar animais que de outro modo não teriam futuro e porque não estou a alimentar a manipulação genética que se faz sem qualquer tipo de controlo.

Mais uma nota: já foi a uma exposição de animais ou a um concurso? É triste ver como aqueles animais são apáticos e pouco reativos, só fazendo aquilo que se lhes manda. Esses sim, se calhar gostariam de andar por aí atrás dos pássaros, a roer uma bola ou a apanhar um raio de sol quando lhes apetece.

Ophelia disse...

Vamos em primeiro lugar esclarecer a minha ideia de criador, que é aquele que tem as licenças e afixos da parte das identidades portuguesas que os podem emitir, ou seja, o Clube Português de Fenicultura, onde, posso garantir-lhe, não há lugar para criadores que tenham gatos com doenças, mesmo genéticas, e que o método de selecção é apertado, no sentido de se ter de cumprir uma miríade de condições em relação aos animais, bem como pagar bem, para lá poder estar. Creio que com os cães será semelhante no CPC.

Gostaria de referir a questão de ser um negócio: uma vez mais em relação aos gatos, verá que são raros os criadores que não têm outro trabalho para além da criação. Porque estas pessoas e os que cruzam animais irresponsavelmente e depois os vendem nas lojas, na net, etc, sem sequer terem registos dos animais, como sendo de raça, têm objectivos e uma forma de tratar os animais que não poderiam estar mais longe uma da outra. Enquanto que os criadores registados querem, como referi anteriormente, apurar a raça, não procriarem animais com doenças genéticas (é difícil existirem contagiosas) e estão de facto preocupados com as características dos animais, como o porte e restantes detalhes (que são determinantes em concurso), também gastam imenso dinheiro com eles. Estes gatos têm todos os cuidados veterinários disponíveis, e isso não é de maneira nenhuma barato. São alimentados com as melhores rações e com carne (dependendo da raça) e têm imensa dedicação da parte dos criadores. E se for ver, a maioria dos que cria e que tem afixo, e que participa nas feiras, é assim que trata dos animais. E repare que há pessoas que mesmo com gatos saudáveis podem ser negligentes e infligirem-lhes problemas de saúde, por isso se acontecer um gato de criador ter uma doença, isso é mais uma questão de ter tido azar do que ser negligência do criador. Acredite que raramente os 500-800 euros por um gatinho vão cobrir estas despesas todas, porque as ninhadas são reduzidas, nem sempre vendem todos os gatos da ninhada por escolha pessoal.

Os outros "criadores" são apenas pessoas que não percebem de raças de gatos (ver como ridiculamente chamam "persas" aos gatinhos farfalhudos que aparecem em lojas), que não percebem de criação,são apenas sub-humanos que vêm nos animais uma desculpa nojenta para fazerem 200 euros. O que é ridículo também porque, onde é que no mundo as pessoas acham que um persa vende por esse preço?

1/2

Opheliac disse...

Em relação aos canis, sim, pode haver alguns com condições mas esses são os que aparecem na tv, não a maioria deles. E algumas associações fazem um bom trabalho, outras mais uma vez, são apenas para inglês ver: também contactei associações quando quis adoptar um gato e umas nem me atenderam, outras ficaram de me enviar e-mails com os gatos disponíveis já lá vão três meses. Eu tentei, mas enfim.

Em relação a ter apanhado um cão: não sei se leu que a parte do histerismo que escrevi se refere a gatos. Cães que já tiveram uma casa dificilmente se adaptam à rua. Por favor leia melhor antes de se defender de acusações que não foram de maneira nenhuma sequer insinuadas. E o que escreveu uma vez mais vem de encontro ao que eu digo: o que tem de mudar é o comportamento das pessoas, e é nesse sentido que deve existir uma educação e consciencialização. E não vir dizer às pessoas para não comprarem.

E sim, digo-lhe que vou anualmente a feiras de exposição de animais e é incrível como as feiras a que vamos devem ser de mundos diferentes. Vejo muitos gatos dorminhocos, é verdade, mas também lhe digo que quando os donos levam brinquedos e brincam com eles, raramente resistem a fazê-lo, e muitos estão a brincar espontaneamente. E já agora, alguns criadores têm jardins fechados onde os gatos brincam e trepam a árvores, por isso não entendo o que é que a leva a achar que aqueles gatos estão 24/7 numa gaiola. São apenas dois dias, e quando está com esses gatos em casa, pode acreditar que eles brincam, e muito, e são meiguinhos e mimalhos. Apanham muito sol e roem muitos brinquedos. Uma vez mais, o argumento de quem apenas vê e não conhece.
2/2

Ophelia disse...

Em relação aos canis, sim, pode haver alguns com condições mas esses são os que aparecem na tv, não a maioria deles. E algumas associações fazem um bom trabalho, outras mais uma vez, são apenas para inglês ver: também contactei associações quando quis adoptar um gato e umas nem me atenderam, outras ficaram de me enviar e-mails com os gatos disponíveis já lá vão três meses. Eu tentei, mas enfim.

Em relação a ter apanhado um cão: não sei se leu que a parte do histerismo que escrevi se refere a gatos. Cães que já tiveram uma casa dificilmente se adaptam à rua. Por favor leia melhor antes de se defender de acusações que não foram de maneira nenhuma sequer insinuadas. E o que escreveu uma vez mais vem de encontro ao que eu digo: o que tem de mudar é o comportamento das pessoas, e é nesse sentido que deve existir uma educação e consciencialização. E não vir dizer às pessoas para não comprarem.

E sim, digo-lhe que vou anualmente a feiras de exposição de animais e é incrível como as feiras a que vamos devem ser de mundos diferentes. Vejo muitos gatos dorminhocos, é verdade, mas também lhe digo que quando os donos levam brinquedos e brincam com eles, raramente resistem a fazê-lo, e muitos estão a brincar espontaneamente. E já agora, alguns criadores têm jardins fechados onde os gatos brincam e trepam a árvores, por isso não entendo o que é que a leva a achar que aqueles gatos estão 24/7 numa gaiola. São apenas dois dias, e quando está com esses gatos em casa, pode acreditar que eles brincam, e muito, e são meiguinhos e mimalhos. Apanham muito sol e roem muitos brinquedos. Uma vez mais, o argumento de quem apenas vê e não conhece.
2/2

Ophelia disse...

Desculpe o duplo post; a internet teve um bloqueio temporário.

Vespinha disse...

Sim, eu percebi.

Já agora, uma vez que parece ser bastante conhecedora do meio, só queria saber a sua opinião acerca da manipulação genética que tem sido feito às raças ao longo dos tempos, inclusive sob supervisão dos clubes oficiais. Aquela que eu referi como gerando problemas físicos que grande parte das raças na sua origem não tinham.

Obrigada

PS: Eu nunca disse que os animais que vão a exposições está 24/7 numa gaiola, só que vivem uma vida altamente condicionada com pouco espaço para os seus instintos, pois só assim poderão ganhar a série de concursos que há.

Ophelia disse...

Eu não sou assim tão conhecedora do meio. A informação a que eu tenho acesso é a informação que qualquer comum mortal também tem, se se der ao trabalho. Directivas do CFP, sites dos criadores e algum contacto com eles. É só.
De qualquer forma, é sempre interessante ver como continua a insistir na questão dos cães, quando já lhe disse que não tenho muita informação sobre esses casos, e que não tenha questionado nada em relação aos gatos, que foram o foco do meu comentário.

Em segundo lugar, em relação às manipulações genéticas e resultantes problemas, não sei que parte do meu comentário em que referi que os criadores dos dias de hoje fazem de tudo para as evitar, seleccionando cuidadosamente os animais a procriar, é que não quis entender.
Eu já conheci pessoas com Labradores com a parte de trás muito baixa, como referiu, e que efectivamente tiveram problemas de displasia da anca. Adivinhe onde arranjaram os animais. Dica: não foi em nenhum criador devidamente autorizado, mas sim em lojas de animais. Mais uma vez, obrigada por ter lido atentamente o que escrevi.

Defender a criação de animais não é defender todas as manipulações que se fazem, ou que se fizeram, mas sim defender o bem estar dos animais e a procriação dos que são saudáveis. Estamos em 2014, não sei se já reparou. Muitas práticas antigamente eram questionáveis em muitos campos da ciência. Mas criadores não são cientistas e não têm laboratórios malucos em casa. Os cruzamentos que se fazem hoje em dia cá, e do que pode ver nas exposições são de cores, e isso também ocorre noutros gatos na natureza de maneira natural.

Se quiser continue a insistir na teoria da conspiração. Mas é pena que tenha a mente tão fechada e generalize as coisas dessa maneira. Se alguém criticasse o seu ramo profissional da mesma maneira que a Vespa está a fazer, iria ficar incrivelmente indignada. Porque o faz em relação aos outros, sem sequer saber bem do que está a falar?

Os gatos que vê na exposição não vivem "uma vida altamente condicionada", e não consigo perceber de onde foi desencantar tal ideia. No máximo, vivem tão condicionados como os nossos gatos domésticos, e muitos são têm melhores condições do que o gato doméstico comum. Eu não defendi que todos os gatos devem viver em natureza, defendi que há gatos que não são feitos para estar em casa e que não há necessidade de os levar para o gatil, onde estarão destinados a doenças e morte, e não à vida saudável e livre que levariam se ninguém tivesse tido um bloqueio mental.

Em último lugar, obrigada por ter ignorado todos os outros pontos que referi, intencionando invalidá-los com uma tentativa falaciosa.

Vespinha disse...

Cara Ofélia,

Lamento mas não estamos mesmo a falar a mesma linguagem. No meu último comentário nem de cães falei, como pode dizer que insisto nisso? Aliás, apenas quis, de modo genuíno, saber a sua opinião acerca de um assunto de que me parecia ser mais conhecedora.

A Ofélia é que está a levar tudo para acusações que nunca fiz (não critiquei a profissão de criador em geral, mas o que "alguns" fazem), comentário atrás de comentário.

Porque a minha intenção, desde o início, sempre foi defender a adoção em detrimento da compra, porque acho que é a melhor forma de acabar com a miséria em que tantos animais vivem.

Ophelia disse...

>"No meu último comentário nem de cães falei, como pode dizer que insisto nisso?"
Porque disse "Aquela que eu referi como gerando problemas físicos que grande parte das raças na sua origem não tinham". Vá ao seu comentário. Veja a que é que se referiu.

>"não critiquei a profissão de criador em geral, mas o que "alguns" fazem"
Quem criou uma distinção entre criadores fui eu, que fique claro. Antes, tudo o que a Vespa referiu foram apenas os criadores em geral. Volte a ler o seu comentário.

E não está a criticar na sua ideia, mas ao dizer "não compre" e suportar essa ideia, como se os criadores tivessem alguma culpa que outras pessoas reproduzam os seus animais inconscientemente, que não tomem medidas de prevenção ao esterilizar e que os abandonem, está a desvalorizar e oprimir o trabalho deles. Não sei que interesses é que esta campanha tenta servir, mas é preciso ter os olhos fechados para alguém achar que a mesma não tem impacto na opinião em relação a quem os cria e vende (na sua opinião apenas um negócio, como escreveu, pode ir ler) e é preciso não pensar duas vezes para não entender que quando dizemos para adoptar e não comprar, não estamos em última análise a criticar algo, ou a discriminar quem vende animais.

>"A Ofélia é que está a levar tudo para acusações que nunca fiz"
Se afirma isto, com certeza que poderia explicar aonde é que inventei objecções suas. Era o que eu faria. Mas lendo este seu comentário, começo a perder as esperanças de que esteja a ler o que eu escrevo.

>"defender a adoção em detrimento da compra"
Porque é que não apela à adopção por si só? Porquê envolver outras pessoas que nada têm a ver com isso? Que agenda curiosa.

>"porque acho que é a melhor forma de acabar com a miséria em que tantos animais vivem."
Isto pode parecer chocante, mas, prepare-se, já pensou que pode não ser? E o senso comum diz-nos que essa ideia apenas irá trazer uma má mentalidade em relação aos criadores, que é um mundo visto com uma certa demonização pela parte da população, aliás, como o seu comentário em resposta ao primeiro que fiz mostra. Não sabem, não querem saber, e ainda dizem para não se comprar.

A solução passa, como já referi, por educar as pessoas e espalhar a palavra das medidas de prevenção, e pela penalização de quem abandonar, quando pode ser comprovado. Com esta campanha, é apenas conferir negativismo à parte do comprar, como se essa fosse a razão dos animais abandonados, e não a estupidez das pessoas.

Mas bem, é pena que as pessoas não pensem um pouco mais nas coisas antes de as espalharem e apoiarem. Talvez a Vespa tenha outros interesses para tão de forma tão descansada poder apoiar esta propaganda. Uma vez mais, gostaria de a ver quando um dia fizerem o mesmo em relação ao seu ramo. Aí cai o carmo e a trindade.

Vespinha disse...

1. «Porque disse "Aquela que eu referi como gerando problemas físicos que grande parte das raças na sua origem não tinham". Vá ao seu comentário. Veja a que é que se referiu.»
Sabe o que são exemplos? Desculpe-me na altura não ter dado exemplos de gatos, que também os há.

2. «Quem criou uma distinção entre criadores fui eu, que fique claro. Antes, tudo o que a Vespa referiu foram apenas os criadores em geral. Volte a ler o seu comentário.»
Linhas 6 e 7 da primeira resposta que lhe dei.

3. «E não está a criticar na sua ideia, mas ao dizer "não compre" e suportar essa ideia, como se os criadores tivessem alguma culpa que outras pessoas reproduzam os seus animais inconscientemente, que não tomem medidas de prevenção ao esterilizar e que os abandonem, está a desvalorizar e oprimir o trabalho deles. Não sei que interesses é que esta campanha tenta servir, mas é preciso ter os olhos fechados para alguém achar que a mesma não tem impacto na opinião em relação a quem os cria e vende (na sua opinião apenas um negócio, como escreveu, pode ir ler) e é preciso não pensar duas vezes para não entender que quando dizemos para adoptar e não comprar, não estamos em última análise a criticar algo, ou a discriminar quem vende animais.»
Já expliquei várias vezes que defendo a adoção em detrimento da compra sempre que existe essa opção, e já dei os meus motivos.

4. «Se afirma isto, com certeza que poderia explicar aonde é que inventei objecções suas. Era o que eu faria. Mas lendo este seu comentário, começo a perder as esperanças de que esteja a ler o que eu escrevo.»
«... não entendo o que é que a leva a achar que aqueles gatos estão 24/7 numa gaiola.»; «... continue a insistir na teoria da conspiração». Chega?

5. «Porquê envolver outras pessoas que nada têm a ver com isso? Que agenda curiosa.»
Ver ponto 3.

6. «Isto pode parecer chocante, mas, prepare-se, já pensou que pode não ser? E o senso comum diz-nos que essa ideia apenas irá trazer uma má mentalidade em relação aos criadores, que é um mundo visto com uma certa demonização pela parte da população, aliás, como o seu comentário em resposta ao primeiro que fiz mostra. Não sabem, não querem saber, e ainda dizem para não se comprar.»
Nesse comentário fiz questão de referir que há boas exceções. Afinal quem não está a ler bem é a Ofélia.

7. «A solução passa, como já referi, por educar as pessoas e espalhar a palavra das medidas de prevenção, e pela penalização de quem abandonar, quando pode ser comprovado. Com esta campanha, é apenas conferir negativismo à parte do comprar, como se essa fosse a razão dos animais abandonados, e não a estupidez das pessoas.»
Totalmente de acordo, só que a Ofélia refere-se à razão dos animais abandonados e eu refiro-me à solução (ou a um caminho para).

8. Mas bem, é pena que as pessoas não pensem um pouco mais nas coisas antes de as espalharem e apoiarem. Talvez a Vespa tenha outros interesses para tão de forma tão descansada poder apoiar esta propaganda. Uma vez mais, gostaria de a ver quando um dia fizerem o mesmo em relação ao seu ramo. Aí cai o carmo e a trindade.»
Não tenho quaisquer interesses nas atividades ligadas ao mundo animal, a não ser minimizar o seu sofrimento. Quanto ao meu ramo, já é suficientemente atacado e eu lido com isso conforme posso.

Ophelia disse...

Sei o que são exemplos, mas se são os exemplos que dá, depois não diga que não referiu.
Em relação aos criadores, mesmo que tenha feito a excepção, continuou a não os distinguir, insistindo na questão de que "muitos fazem". As pessoas que o fazem não são criadores, ponto. Há uma diferença entre criar sabendo o que se faz e procriar animais no quintal.

Eu estava a contestar os seus motivos, e não indiquei apenas as razões, indiquei o caminho/solução que seriam campanhas de educação ao público em geral. Obviamente a Rita continua a achar que eu não o fiz, e que apenas a não compra irá mudar as coisas. Só acho que se reflectisse iria compreender como isso não vai ajudar os animais nos canis, apenas denegrir a imagem dos criadores. Não é uma solução. É apenas propaganda. Até lhe referi o facto de nem haver muitas ninhadas por ano. Não há assim tantos gatos à venda para justificar a ideia de que a sua compra impediria a adopção. Mas já perdi a esperança de que compreendesse este ponto.

Foi a Rita que sugeriu que os animais nas gaiolas são apáticos, que eles é que precisariam de correr à vontade. Se sabe que eles não vivem todos os dias assim, porque é que me apresentou um argumento que não é real? Então porquê referir que eles precisariam de andar atrás de pássaros, e para quê voltar a suster a ideia ao dizer que " vivem uma vida altamente condicionada", quando não vivem? Foi a Rita que disse, eu apenas a informei da realidade que, aliás, poderia verificar por si própria ao ir ver os sites ou através de pensamento lógico. Relativamente à teoria da conspiração, isso nem sequer é uma acusação que eu penso que me tenha feito, é apenas a forma como percepciono parte do seu pensamento. É o típico popular: "parece-me mal, mas não conheço, mas falo na mesma. Que se lixem os outros.". E nem a primeira parte foi uma acusação, apenas contestei uma ideia sua. Como vê, não levei nada do que disse para acusações. Bem me parecia que eu não o tinha feito, é apenas a Rita que não está a perceber que eu não a estou a atacar nem acho que me esteja a atacar a mim; apenas as ideias são contestadas.

Em relação ao ponto 6, tudo o que vem a dizer mostra, apesar da sua salvaguarda (que aliás não faz muito sentido - a maioria dos criadores é boa; há excepções más) que não não está a par do que se faz nesse sentido e consequentemente coloca uma etiqueta nas pessoas. Uma vez mais, dizer que "há boas excepções" não apaga, em nada, tudo o resto que tem dito. É injusto e não é ético. E é a isso que me refiro.

E todos os ramos têm ataques, mas o que quero dizer é que o seu ramo não costuma ser atacado de uma forma tão à descarada. O seu pensamento de que ao apelar para não se comprar animais porque isso iria fazer descer as quantidades de gatinhos nos gatis é tão coerente como dizer às pessoas que a única maneira possível de salvar as árvores é deixando de comprar livros e manuais escolares. Quando todos sabemos que há muitas soluções entre elas, e sabemos que tanto o que a Rita está a dizer, como o exemplo que lhe dei não passam de falsas dicotomias.

Vespinha disse...

Infelizmente isto tornou-se uma conversa de surdos, porque nem eu compreendo a sua acérrima defesa dos criadores nem a Ofélia compreende a minha acérrima defesa da adoção. Poderíamos ficar a discutir o assunto todos os dias que nunca chegaríamos a uma conclusão.

O meu ramo não é atacado descaradamente? Todos os anos, na comunicação social, ao longo de todo o mês de setembro, e por vezes também por quem não sabe do que está a falar. Mas isso também daria pano para mangas e tempo, muito tempo para explicar, coisa que nesta altura não tenho.

O problema pode estar em mim, ou em si, ou em ambas, a verdade é que desta discussão nenhuma verdade absoluta sairá.

Ophelia disse...

O problema reside em não entender que eu também defendo a adopção, só não defendo que se culpem pessoas que nada têm a ver com isso. Bom para si se dorme descansada com acusações ridículas. Expliquei-lhe muito bem o sentido de falsa dicotomia, e sendo uma pessoa formada, também a Rita deveria entender.

Não há verdades absolutas a retirar de uma discussão, e esse é o seu problema. É não entender que a contestação que fiz não a quer fazer a si gostar de criadores, mas simplesmente ser correcta e não falar sem saber. Isso é que está mal.

O ramo editorial está muito bem estabelecido em Portugal. Não é o que se diz na comunicação social que o vai mudar, até porque se há característica inerente ao jornalismo em Portugal é a estupidez e a ignorância, de uma maneira geral. E sim, há muito por onde fundamentar isso, mas tal como a Rita, também não tenho tempo de lhe explicar, visto que também não creio que fosse entender.

Já uma campanha destas é só deitar abaixo mais quem já não é muito bem visto pela maioria das pessoas. Entenda a diferença.

Adoptar, sim. Fazer campanha desonesta contra criadores, não. Até porque uma coisa não implica a outra e dificilmente serão para o mesmo público. Mas a Rita não entende, enquanto eu entendo o que está a dizer mas não percebo como não consegue abrir a sua compreensão ao que os outros dizem. Porque este seu comentário só mostra que não entendeu. Enfim.