Confirma-se o motivo por que gosto cada vez mais de policiais nórdicos. Porque, além da resolução de um crime em si, descrevem muito o contexto social ou político em os crimes são cometidos.
Neste volume enquadrado nos Wallander thrillers (falei de outro aqui), a propósito de dois corpos encontrados numa balsa ao largo da Suécia, Mankell leva-nos para uma investigação na Riga do início dos anos 90, quando os estados bálticos se encontravam em transição após a queda da União Soviética. E o que nos mostra é uma sociedade sombria, com medo, em que o tráfico de influências ainda domina e onde mal se pode dar um passo sem se ser vigiado. Neste The dogs of Riga, o foco desvia-se quase completamente da vida familiar de Kurt Wallander (com algum destaque em Faceless killers) para dar todo o protagonismo à sua investigação em terra alheia, onde tudo lhe parece (e é) diferente.
Mais um que vale a pena ler.
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