Mais uma vez, Rentes de Carvalho não me desiludiu (que me lembre, dos seis livros que já li, só não gostei de O rebate). Desta vez, Rentes foge um pouco dos locais da sua infância e do Norte de Portugal (apesar de também lá dar um salto) para localizar a(s) história(s) sobretudo numa quinta no Algarve.
Jorge, um cinquentão divorciado, reservado e com um passado traumático em África, gere a sua propriedade com a preciosa ajuda do feitor Samuel e de duas idosas amas gémeas. Sarah, inglesa filha de um magnata italiano e uma mulher do mundo, vive num anexo alugado na quinta, tentando escrever um livro. A relação entre ambos é cordial e não mais do que isso, o que não deixa de nos parecer estranho.
Até que um dia aparece na quinta o "Biafra", uma personagem que traz uma chantagem com base no passado, e com isso muita coisa muda. Sarah acaba por se retirar durante algum tempo, indo para Amesterdão onde mantém algumas relações não muito recomendáveis. Jorge passa algum tempo no hospital. E Samuel tem de lidar com todas as situações novas.
Posso dizer, sem estragar a história, que no final o livro dá uma volta razoável que vale a pena conhecer. E que a escrita de Rentes de Carvalho continua irrepreensível, rica mas limpa, conseguindo sempre envolver-nos por completo naquilo que conta.
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