Este livro, passado em 24 horas (a contar mais ou menos da hora do acidente) debruça-se sob o tema da doação de órgãos e de como é difícil propô-la a alguém e, do outro lado, aceitá-la. A partir das 17h30, quando os pais finalmente dão o sim ao transplante do coração, pulmões, rins e fígado, uma engrenagem entra em funcionamento, para salvar quatro vidas espalhadas por França. Dá-se início à preparação do jovem, à vinda dos cirurgiões, à retirada dos órgãos e finalmente, às 23h50, à paragem do coração, o último órgão a ser retirado e o primeiro que terá de ser implantado, logo na madrugada que se seguiu ao acidente.
A autora consegue descrever de forma direta e precisa todos os procedimentos, ao mesmo tempo que de modo exemplar penetra nos pensamentos dos médicos, dos pais de Simon e até da recetora do coração, numa série de considerações que qualquer um de nós faria nas mesmas circunstâncias. Um livro bem duro mas muito bom.
Nota: Sei que o livro foi passado a filme, tendo estado até há muito tempo nos cinemas. Infelizmente já não o consegui apanhar, mas deixo aqui o trailer.
6 comentários:
Parece muito interessante. Felizmente que (ainda )nunca tive de autorizar tal coisa. Deve ser uma dor enorme.
Beijinho
Maggie
Se deve... Que Deus nos livre de um peso desses...
Um tema duro e polémico. Não sei se conseguia ler o livro, ou ver o filme, mas é um assunto que me aflige, também no que toca aos próprios órgãos. Devo assinar uma autorização de doação, caso tenha um acidente semelhante? Não consigo decidir...
Julgo que cá à partida somos todos dadores, a não ser que expressemos a vontade contrária...
Na Alemanha, só é dador quem possuir autorização para tal, assinada pelo próprio, a chamada "identificação do dador". Quem não possui essa autorização, é a família que decide. Quem não se incluir em nenhum destes casos, penso que não é considerado dador e não é permitido retirar-lhe órgãos. Mas quem sabe...
Há pouco anos, houve um escândalo neste país à custa da doação de órgãos, mas era mais relacionado com listas de espera. Parece que havia gente que, pagando ou coisa parecida, passava à frente :(
O dinheiro acaba por comandar tudo... :(
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