29 de novembro de 2018
28 de novembro de 2018
Onde estão as crianças?, de Mary Higgins Clark
Depois do desaparecimento e morte dos seus dois filhos em circunstâncias trágicas, e consequente suicídio do marido, Nancy muda-se para a isolada zona de Cape Cod para iniciar uma nova vida. Ali, com uma aparência diferente, acaba por se casar com o agente imobiliário que lhe alugou a casa e têm dois filhos.
Sete anos depois do desaparecimento dos seus primeiros filhos, Nancy vive o pesadelo novamente, quando Mike e Missy desaparecem do jardim onde estavam a brincar. Tendo escapado ao julgamento dos primeiros crimes, em que era a principal suspeita, Nancy vê-se agora confrontada com o desespero de perder os filhos e de ser novamente suspeita.
Apesar de não ser uma assídua leitora desta escritora de livros policiais, gostei deste (o seu primeiro livro), pelo ambiente que conseguiu criar, numa zona inóspita, e pelo inesperado que consegue esconder quase até ao fim. Apenas um pouco inverosímeis tantas desgraças na vida daquela mãe e o súbito altruísmo de alguns vizinhos numa localidade muito pouco acolhedora. Mas o livro cumpre a sua função de se ler em meia dúzia de dias e de entreter quando não queremos ter muita coisa em que pensar.
Sete anos depois do desaparecimento dos seus primeiros filhos, Nancy vive o pesadelo novamente, quando Mike e Missy desaparecem do jardim onde estavam a brincar. Tendo escapado ao julgamento dos primeiros crimes, em que era a principal suspeita, Nancy vê-se agora confrontada com o desespero de perder os filhos e de ser novamente suspeita.
Apesar de não ser uma assídua leitora desta escritora de livros policiais, gostei deste (o seu primeiro livro), pelo ambiente que conseguiu criar, numa zona inóspita, e pelo inesperado que consegue esconder quase até ao fim. Apenas um pouco inverosímeis tantas desgraças na vida daquela mãe e o súbito altruísmo de alguns vizinhos numa localidade muito pouco acolhedora. Mas o livro cumpre a sua função de se ler em meia dúzia de dias e de entreter quando não queremos ter muita coisa em que pensar.
27 de novembro de 2018
A Polícia nas rotundas
Se há coisa que não compreendo, e que me irrita bastante, é o hábito que a Polícia tem de fazer operações stop a carrinhas comerciais em tudo o que seja uma rotunda grande/larga. Eu percebo que ali se apanhe mais casos, mas a verdade é que empatam o trânsito, dificultam a visibilidade e infringem uma regra básica do código da estrada (artigo 49.º): não parar nem estacionar nas rotundas.
Foto: Clube Português de Motocicilismo. |
22 de novembro de 2018
21 de novembro de 2018
Pequenos fogos em todo o lado, de Celeste Ng
Há um grande burburinho em torno deste livro, e eu gostei mas não adorei. O cenário é a pequena cidade de Shaker Heights, uma cidade realmente existente perto de Cleveland, no estado do Ohio. Shaker Heights é uma cidade toda pensada e desenhada para ser perfeita, com as casas com as dimensões ideiais, as cores certas, os habitantes exemplares.
É a esta cidade que chegam Mia e a sua filha Pearl, entranhando-se, cada uma à sua maneira, na vida dos seis membros da família Richardson. A influência de Mia, uma fotógrafa que vive de empregos menores para sustentar a sua arte, faz-se sentir em várias frentes, desestabilizando a paz de algumas famílias. Ateando, nem sempre deliberadamente, fogos por todo o lado.
Gostei mais da segunda metade do livro, quando percebi que ia um pouco mais além do que a mera vida num subúrbio norte-americano, mas não muito. O livro vai dar em série, e não é difícil perceber porquê, pois tem os ingredientes todos.
É a esta cidade que chegam Mia e a sua filha Pearl, entranhando-se, cada uma à sua maneira, na vida dos seis membros da família Richardson. A influência de Mia, uma fotógrafa que vive de empregos menores para sustentar a sua arte, faz-se sentir em várias frentes, desestabilizando a paz de algumas famílias. Ateando, nem sempre deliberadamente, fogos por todo o lado.
Gostei mais da segunda metade do livro, quando percebi que ia um pouco mais além do que a mera vida num subúrbio norte-americano, mas não muito. O livro vai dar em série, e não é difícil perceber porquê, pois tem os ingredientes todos.
20 de novembro de 2018
19 de novembro de 2018
Duas vezes com sorte
É bom saber que moro na considerada a melhor freguesia da Grande Lisboa para viver, e que uma das minhas «segundas casas» (= casas dos pais) fica na freguesia que ficou em segundo lugar, a Ericeira.
16 de novembro de 2018
Touradas: em que ficamos?
Primeiro aparece uma proposta no Orçamento de Estado que prevê uma descida do IVA para os espetáculos culturais, com exceção das touradas. Entretanto, vem a bancada parlamentar do PS propor uma alteração ao OE: que afinal o IVA das touradas baixe também. Por fim, surge o Primeiro-Ministro a declarar que não concorda com esta proposta do seu próprio partido, e que a desconhecia.
Trate-se de questões culturais, civilizacionais, fiscais ou outras que tais, espero que não deem o dito pelo não dito e que se fiquem pela primeira proposta. Queremos ou não progredir como país humanista?
Trate-se de questões culturais, civilizacionais, fiscais ou outras que tais, espero que não deem o dito pelo não dito e que se fiquem pela primeira proposta. Queremos ou não progredir como país humanista?
Esquadra de polícia, de Susana Durão
Julgo que este é o livro de que menos gostei de todos os que li da Fundação. O ponto de partida é interessante: conhecer como funciona uma esquadra de polícia, como se organiza, quem a preenche. Mas, talvez por partir de uma tese escrita há mais de 10 anos, falta-lhe fluidez, está carregado de frases e vocabulário complexo, por vezes foge do objetivo.
É óbvio que trabalhar numa esquadra deve ser muito desgastante, mas será tudo mau? É o que parece, pois não há um depoimento positivo. E porque ocupar talvez um décimo do livro a explorar a violência doméstica a propósito de um caso quando poderia haver tantas outras situações para também relatar? (a propósito, a Fundação até tem um livro exclusivo sobre a violência doméstica, «Em nome da filha», por sinal bem mais objetivo e interessante).
Cansei-me a lê-lo, não o senti como uma reportagem do mesmo modo que senti os outros da coleção. Vou agora passar a um sobre os tribunais, espero lê-lo com mais entusiasmo.
É óbvio que trabalhar numa esquadra deve ser muito desgastante, mas será tudo mau? É o que parece, pois não há um depoimento positivo. E porque ocupar talvez um décimo do livro a explorar a violência doméstica a propósito de um caso quando poderia haver tantas outras situações para também relatar? (a propósito, a Fundação até tem um livro exclusivo sobre a violência doméstica, «Em nome da filha», por sinal bem mais objetivo e interessante).
Cansei-me a lê-lo, não o senti como uma reportagem do mesmo modo que senti os outros da coleção. Vou agora passar a um sobre os tribunais, espero lê-lo com mais entusiasmo.
15 de novembro de 2018
«Enjoadinho», de Vinicius de Moraes
Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
14 de novembro de 2018
Mais uma vez, o meu obrigada ao SNS
Depois de o Serviço Nacional de Saúde, via Hospital de Santa Maria, ter salvado a minha vida e a das minhas filhas há dois anos e meio, chegou a vez de o mesmo acontecer com a minha Mãe, via Hospital Amadora Sintra (vulgo, Fernando Fonseca).
Há 4 semanas, no dia 18 de outubro, levei a minha Mãe às urgências, na sequência de uma cólica renal que não lhe passava e que estava a causar vómitos e febre alta. O diagnóstico foi relativamente rápido, uma pielonefrite, infeção nos rins causada por uma pedra que bloqueou a passagem da urina pelo ureter. Ela ficou de imediato internada e no dia seguinte foi submetida a uma intervenção cirúrgica para «desentupir» o canal.
Só que a infeção já se tinha generalizado, causando uma septicemia, o que na minha Mãe, que tem uma saúde frágil, a colocou em estado muito crítico. Foram dias muitos duros nos cuidados intensivos, rodeada de máquinas e cheia de tubos que dela saíam e entravam. Em todos esses dias houve sempre médicos atenciosos que falaram connosco, explicando-nos tudo em linguagem acessível, numa perspetiva realista mas não derrotista.
Muito devagar, de dia para dia, revelaram-se pequenas melhorias, muito pequeninas mas que nos davam uma enorme esperança. Melhorias graças às excelentes equipas que a seguiram, ao espírito positivo de tantos e tantos amigos cá fora e à enorme força de vontade que ela tem.
Passou depois para os cuidados intermédios e finalmente para a enfermaria de Urologia, onde a equipa de enfermagem se revelou portadora de elevado sentido de humanismo. Motivo de queixa, um ou outro auxiliar que, se calhar mais cansado, não tinha paciência nem tato para com os doentes. De resto, nada a apontar.
Mais uma vez pude comprovar na minha própria vida que tenho sorte de viver num país em que o Serviço Nacional de Saúde ainda funciona quando precisamos mesmo, mesmo dele. As urgências podem estar num caos, mas quando o caso é grave nada fica por fazer.
Obrigada a todos.
13 de novembro de 2018
Lost on planet China, de J. Maarten Troost
Não sou uma grande leitora de livros de viagens, por isso não tenho termo de comparação. Mas gostei bastante deste.
Em primeiro lugar, porque foi escrito por um não especialista, isto é, por alguém que se preparou minimamente, que transmite informações interessantes sobre o povo e a cultura, mas nada de muito aprofundado, o suficiente para nos despertar o interesse. Troost é um excelente observador, e com um grande sentido de humor (só tenho pena de não ter percebido todas as piadas por estar a ler o livro em inglês) consegue descrever com minúcia e graça aquilo por que passa.
Em segundo, porque nos consegue provar que a China consegue ser mesmo quase um planeta, dada a diversidade de pessoas com quem contactou, coisas que viu e ambientes em que viveu. Através dos seus olhos, respiramos ar ultrapoluído, vemos paisagens de cortar a respiração, provamos coisas que antes nem me atreveria a imaginar, conhecemos pessoas que só poderiam mesmo existir noutro planeta.
A área geográfica abrangida é muito vasta, visitando as maiores cidades, muitas aldeias, indo ao Tibete e até quase tendo de colocar o pé na Coreia do Norte. Contrastes enormes unidos no entanto por um denominador comum: a sede de desenvolvimento e de crescimento, que tantas vezes se vira contra o património chinês.
Viajei, aprendi e diverti-me. Só preferia tê-lo lido em português.
Em primeiro lugar, porque foi escrito por um não especialista, isto é, por alguém que se preparou minimamente, que transmite informações interessantes sobre o povo e a cultura, mas nada de muito aprofundado, o suficiente para nos despertar o interesse. Troost é um excelente observador, e com um grande sentido de humor (só tenho pena de não ter percebido todas as piadas por estar a ler o livro em inglês) consegue descrever com minúcia e graça aquilo por que passa.
Em segundo, porque nos consegue provar que a China consegue ser mesmo quase um planeta, dada a diversidade de pessoas com quem contactou, coisas que viu e ambientes em que viveu. Através dos seus olhos, respiramos ar ultrapoluído, vemos paisagens de cortar a respiração, provamos coisas que antes nem me atreveria a imaginar, conhecemos pessoas que só poderiam mesmo existir noutro planeta.
A área geográfica abrangida é muito vasta, visitando as maiores cidades, muitas aldeias, indo ao Tibete e até quase tendo de colocar o pé na Coreia do Norte. Contrastes enormes unidos no entanto por um denominador comum: a sede de desenvolvimento e de crescimento, que tantas vezes se vira contra o património chinês.
Viajei, aprendi e diverti-me. Só preferia tê-lo lido em português.
12 de novembro de 2018
Cumplicidade
Cena: Chegamos a casa e as miúdas correm para o quarto, como é hábito, para irem brincar. Poucos minutos depois aparecem-me na cozinha totalmente lambuzadas até ao cabelo de creme de muda de fralda, que para quem não sabe é extremamente peganhento e pastoso. Levo-as para a casa de banho para as despir e enfiar debaixo de água, mas antes paro e pergunto-lhes:
- Quem é que foi buscar o creme?
(Silêncio e caras muito sérias e comprometidas.)
- Quem é que foi buscar o creme?
(Silêncio, caras ainda mais sérias e nem uma troca de olhares entre ambas.)
- Luísa, foste tu? (Porque já sei que é quem costuma fazer este tipo de coisas.)
- Tim. (= Sim.)
E assim foram para o banho sem muito mais conversas. Aquilo tinha chegado para as pôr em sentido.
Conclusão: Um misto de medo, por já se começarem a encobrir uma à outra, e de orgulho. Da Maria, por não ter feito queixas da irmã. Da Luísa, por ter confessado sem tentar sacudir a água do capote. Isto promete.
- Quem é que foi buscar o creme?
(Silêncio e caras muito sérias e comprometidas.)
- Quem é que foi buscar o creme?
(Silêncio, caras ainda mais sérias e nem uma troca de olhares entre ambas.)
- Luísa, foste tu? (Porque já sei que é quem costuma fazer este tipo de coisas.)
- Tim. (= Sim.)
E assim foram para o banho sem muito mais conversas. Aquilo tinha chegado para as pôr em sentido.
Conclusão: Um misto de medo, por já se começarem a encobrir uma à outra, e de orgulho. Da Maria, por não ter feito queixas da irmã. Da Luísa, por ter confessado sem tentar sacudir a água do capote. Isto promete.
9 de novembro de 2018
Em Berlim, duas datas que vale a pena recordar
Há 80 anos, em 1938: a Kristallnacht (Noite de cristal), quando mais de mil sinagogas e centenas de estabelecimentos de judeus foram destruídos, quase cem judeus foram espancados até à morte e mais de 20 mil levados para campos de concentração. Era o início da «solução final».
Há 29 anos, em 1989: a queda do Muro, construído em 1961, símbolo da bipolarização do Mundo durante a Guerra Fria. Era o início da Alemanha unida e de um Mundo mais livre.
Há 29 anos, em 1989: a queda do Muro, construído em 1961, símbolo da bipolarização do Mundo durante a Guerra Fria. Era o início da Alemanha unida e de um Mundo mais livre.
8 de novembro de 2018
Em pausa
Venho aqui só para justificar que esta pausa que dura já há 3 semanas se deve a problemas de saúde familiares (felizmente já em remissão) e a outros do dia a dia que me têm impedido de publicar coisas interessantes.
Prometo regressar assim que a minha cabeça esteja mais livre para voltar a merecer o vosso interesse.
Prometo regressar assim que a minha cabeça esteja mais livre para voltar a merecer o vosso interesse.
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