É maravilhoso, este livro. Narrado por um rapazinho de 10 anos, conta-nos do seu amor pela avó e da sua preocupação com a sua frágil saúde pulmonar, fruto da sua vida em Pripyat, na Ucrânia, aquando do desastre de Chernobyl.
A Babushka (avó, em russo) emigrou com a família para o Canadá, já apenas com a sua filha e o neto mais velho. Com a morte da filha por atropelamento, ficou com os dois netos a cargo, o mais novo apenas com cinco anos e já nascido na América. É este neto, numa linguagem que pretende que seja cuidada mas que por vezes é infantil, que ingenuamente decide assumir a missão de «salvar» a avó, tentando ir ao México em busca de um cato que fará um chá milagroso.
Expressões como «oncologia» em vez de «ornitologia», «loja de convivivência» em vez de «loja de conveniência», «ser de menoridade» em vez de «ser menor», «acampamento de concentração» em vez de «campo de concentração» e «gaseificada» em vez de «gaseada» são apenas algumas que usa no meio de textos mais complexos, o que gera em nós uma ternura infinita.
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