E, já com os cartões todos cancelados (e depois de ter pago boas maquias para não serem usados por mais ninguém), comecei a lembrar-me do resto que tinha na carteira: fotografias de grande parte da minha família, algumas exemplares únicos. Um bilhete escrito para mim pelos meus avós em 1983. Um bilhete em que o meu afilhado me convidava para ser madrinha dele... E chorei.
Almocei num dos meus restaurantes preferidos mas poucas vezes estive lá. Passei a tarde em reuniões e voltei para casa tarde. Hoje, ao acordar, o meu primeiro pensamento foi para a carteira, as fotografias, os bilhetes. Há bocado, ouvi a porta do patamar a bater e a minha campainha a tocar. Era a minha carteira, nas mãos de um segurança da obra que só queria que eu verificasse se a carteira tinha tudo lá dentro. E eu queria lá saber disso, só queria voltar a ler os bilhetes. Dei-lhe uma garrafa de vinho, porque não tinha mais nada para lhe oferecer. Ele não queria aceitar. Mas eu obriguei-o a levá-la. Porque me fez ganhar o dia, o fim-de-semana, o mês.
6 comentários:
Também eu guardo Histórias da Vida na minha carteira...
Que sorte essa recuperação feliz! :)
Se calhar vou ter de deixar de as guardar na carteira ou então digitalizá-las... para poder andar com elas, porque assim me sinto protegida...
Fiquei comovida com todas estas coisas, tanto que já voltei cá para reler e até o mostrei ao Paulo. O senhor não mediu a importância do acto, mas a garrafa de vinho era de facto o mínimo para essas coisas que lá tinhas. Só esses bilhetes dos avós e do menino V. são uma preciosidade. Às vezes as pessoas conseguem ser bonitas.
:o)
Muito bonitas, muito bonitas mesmo, querida prima... Um beijinho.
Um final feliz! ;)
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