24 de janeiro de 2009

Um anjo bateu-me à porta

Ontem tive um dia péssimo, apesar de antes de sair de casa me parecer um dia bom. Era sexta-feira, tinha um almoço combinado com um grupo dos bons, estava bom tempo. Até que me apercebi de que tinha perdido a carteira na noite anterior. Mesmo à porta de casa, mesmo à porta do carro. Passei a manhã de banco em banco, na PSP, na obra à frente de casa a tentar localizá-la.

E, já com os cartões todos cancelados (e depois de ter pago boas maquias para não serem usados por mais ninguém), comecei a lembrar-me do resto que tinha na carteira: fotografias de grande parte da minha família, algumas exemplares únicos. Um bilhete escrito para mim pelos meus avós em 1983. Um bilhete em que o meu afilhado me convidava para ser madrinha dele... E chorei.

Almocei num dos meus restaurantes preferidos mas poucas vezes estive lá. Passei a tarde em reuniões e voltei para casa tarde. Hoje, ao acordar, o meu primeiro pensamento foi para a carteira, as fotografias, os bilhetes. Há bocado, ouvi a porta do patamar a bater e a minha campainha a tocar. Era a minha carteira, nas mãos de um segurança da obra que só queria que eu verificasse se a carteira tinha tudo lá dentro. E eu queria lá saber disso, só queria voltar a ler os bilhetes. Dei-lhe uma garrafa de vinho, porque não tinha mais nada para lhe oferecer. Ele não queria aceitar. Mas eu obriguei-o a levá-la. Porque me fez ganhar o dia, o fim-de-semana, o mês.

6 comentários:

Juro disse...

Também eu guardo Histórias da Vida na minha carteira...

Que sorte essa recuperação feliz! :)

Vespinha disse...

Se calhar vou ter de deixar de as guardar na carteira ou então digitalizá-las... para poder andar com elas, porque assim me sinto protegida...

Anónimo disse...

Fiquei comovida com todas estas coisas, tanto que já voltei cá para reler e até o mostrei ao Paulo. O senhor não mediu a importância do acto, mas a garrafa de vinho era de facto o mínimo para essas coisas que lá tinhas. Só esses bilhetes dos avós e do menino V. são uma preciosidade. Às vezes as pessoas conseguem ser bonitas.

Mariana disse...

:o)

Vespinha disse...

Muito bonitas, muito bonitas mesmo, querida prima... Um beijinho.

Cláudia Abreu Antunes disse...

Um final feliz! ;)