10 de novembro de 2015

Lembras-te disto?

O título promete, os conteúdos também, e quanto ao design tenho a certeza de que estará fantástico, ou não fosse do Luís Alegre, que além de meu amigo é um excelente criativo.

O lançamento é hoje às 18h na Fnac do Chiado, apresentado por Eládio Clímaco e Fernando Alvim. Então, promete ou não promete?

Carta de Natal

O IKEA fez uma experiência com 10 famílias: pedir a 10 crianças para escreverem uma carta com os seus desejos dirigida aos Reis Magos (o anúncio é espanhol) e outra dirigida aos seus pais. É muito interessante perceber aquilo que no fundo desejam.


9 de novembro de 2015

26 anos sem Muro


O mais horrível é que, entretanto, tantos outros se tenham levantado.

Gosto tanto, tanto

No Metro da Gare do Oriente


É incrível a quantidade de mulheres ciganas que se encontram encostadas às máquinas de compra de bilhetes no Metro da Gare do Oriente. Dizem que estão ali para a ajudar, mas a verdade é que estão ali para fazer pressão, pedindo moedas às pessoas que têm a certeza de que as têm, uma vez que estão a vê-las a fazer um pagamento.

Numa estação com tantos turistas (e não só) a chegar e a partir, é vergonhoso que não haja ninguém (até porque a PSP fica um ou dois pisos abaixo) que as mande sair dali, pela pressão que estão a fazer. Não gosto de tratar mal quem pede esmola, mas aquele esquema organizado irrita-me bastante, e dei por mim a pensar numa palavra que não queria: «enxotar».

8 de novembro de 2015

É aproveitar

Eu já encomendei dois, daqueles acabadinhos de sair: Lição de anatomia, de Philip Roth, e Em teu ventre, de José Luís Peixoto.

6 de novembro de 2015

Adoro emprestar livros de que gostei...

... e claro que adoro que mos devolvam. E não me importo nada que venham com uma dobrinha a mais ou com a lombada mais vincada. O que interessa é que sejam lidos. 

Os sismos explicados às crianças

Este filme de animação já tem alguns anos, mas achei que fazia sentido relembrá-lo aqui, depois de no domingo terem passado 260 anos sobre o grande terramoto de Lisboa.

Fazia parte da série Tinoni e Companhia, tem voz de António Feio, e explica de forma leve e divertida o que é um sismo e o que se deve fazer quando acontece. Acho que todos os miúdos o deviam ver.


Dom La Nena

Dominique Pinto, mais conhecida como Dom La Nena, é uma cantora, compositora e violoncelista brasileira de apenas 26 anos que acho de uma ternura fantástica. Ouvi-a pela primeira vez há dois anos, num concerto de Rodrigo Leão e ficou-me logo no ouvido e no coração.



5 de novembro de 2015

Sobre o bullying

O que fariam se vissem uma criança a ser vítima de bullying à vossa frente? Eis uma série de reações:


É hoje!


Combinações perfeitas: realização de Sam Mendes, Christoph Waltz como vilão, vários Land Rovers, um Aston Martin lindo de morrer. muita neve, e a oportunidade de confirmar, depois de Skyfall, a excelente escolha de Ben Whishaw e Ralph Fiennes como os novos Q e M.

You fathers, where are they? And the prophets... , de Dave Eggers

Cada vez gosto mais deste autor, aliás, vou querer ler todos os livros dele. Neste Your fathers, where are they? And the prophets, will they live forever?, Eggers constrói, num pequeno livro, uma espécie de thriller político quase exclusivamente baseado em diálogos.

Diálogos do protagonista com um astronauta da NASA cuja carreira não correu exatamente como planeado, com um ex-congressista que nunca se opôs a intervenções militares, com um antigo professor fascinado por jovens rapazes, com um polícia que foi muito além do que era o seu dever, com uma funcionária do hospital onde faleceu o seu melhor amigo, e com a própria mãe, que acusa de nunca o ter realmente sido. E tudo isto se passa numa antiga base militar abandonada, com cada interveniente preso num edifício separado.

Os diálogos são rápidos, e põem em causa grande parte da sociedade dos nossos dias, não sem um toque de humor negro no tipo de intervenções feitas pelo narrador. Vou já acrescentar à minha wishlist os (felizmente) muitos livros de Eggers que ainda me falta ler.

PS: Para ler a minha opinião sobre outros três livros dele, clicar aqui (Uma obra enternecedora de assombroso génio), aqui (The Circle) e aqui (Conhecereis a nossa velocidade!).

4 de novembro de 2015

Como eu gosto destes bicharocos...

A Feira Popular vai voltar!

Não a feira que conhecíamos e de que, apesar de decadente, tanto gostávamos. Essa era a feira das farturas, do frango assado, das buzinas dos carrosséis, dos carrinhos de choque, da pequena montanha-russa com o looping minúsculo, do poço da morte e comboios-fantasma.

Segundo a Câmara Municipal de Lisboa, a nova Feira Popular não será um gigante parque temático (como eu, no fundo, gostava de ter na zona de Lisboa), mas uma feira mais digna do que a que tínhamos, com espaços verdes, diversões mais suaves e outras com mais adrenalina, uma roda gigante sobre a água e uma data de outras coisas ainda não divulgadas.

Claro que já há uma série de protestos a chover por todo o lado: que a localização é péssima, que a feira deveria ter outra dimensão, que o dinheiro deveria ser gasto noutras coisas... O costume quando se inova por cá.

Para verem mais pormenores, é clicar sobre a imagem abaixo.

https://www.facebook.com/camaradelisboa/videos/1075611595792123/

Às vezes vale mesmo a pena

3 de novembro de 2015

Surreal...

... acabo de me aperceber que quem usou ilegitimamente os dados do meu cartão abriu com ele uma conta numa plataforma de pagamentos seguros tipo PayPal! Aguardo os próximos episódios.

Se for verdade, acho tão romântico...

Fui vítima de fraude via cartão de débito/crédito


Neste momento não consigo adiantar muita coisa, mas contarei tudo assim que haja resolução à vista. Para já, cuidado, muito cuidado (eu só fazia compras com o PayPal).

2 de novembro de 2015

Do medo do comunismo

Em pleno século XXI, e em Portugal, confesso que não consigo perceber o medo visceral que tanta gente ainda tem dos comunistas.

Como diz o meu pai, antigamente dizia-se que os comunistas comiam criancinhas ao pequeno-almoço, mas o que esta gente faz é comer o pequeno-almoço às criancinhas (e, já agora, aos velhinhos também).

Sobre os manuais escolares


É muito raro eu escrever aqui sobre o meu trabalho, mas desta vez tem mesmo de ser. O ano letivo começou há algum tempo, as editoras foram amplamente acusadas de ganância e lucros milionários, e optei por não dizer nada. Agora já passou algum tempo, então vamos a isso.

Vem isto a propósito deste artigo publicado no Público de ontem, em que se comparam duas edições do mesmo manual escolar. Diz o artigo, recorrendo a essas duas edições, que 80% do manual se mantém igual, sendo vendido como novo e enganando os utilizadores. E isso é verdade (a parte dos 80% iguais). Mas há que conhecer muito bem todas as facetas deste problema para podermos tirar conclusões.

1. Porque é que se editam dois manuais para o mesmo ano e disciplina num intervalo inferior a seis anos (o período de vigência previsto na lei) com tão poucas alterações?
Porque na Educação toda a gente gosta de mexer, a começar pelo Ministério. E este implementou ao longo dos últimos anos as Metas Curriculares, documentos que complementam os programas mas que às vezes até os contrariam. Mas as Metas é que valem. E, na sequência da decisão, os manuais teriam de ser reformulados e certificados para poderem ser oficialmente usados. Ainda que as alterações pudessem não ser muitas.

2. Mas as editoras tinham mesmo de os alterar?
Sim, não podendo as antigas edições serem vendidas por não cumprirem as Metas. Essas edições tiveram de ser retiradas do mercado.

3. Várias declarações do Ministério sugerem publicamente que os alunos podem usar invariavelmente as duas edições. É verdade?
Oficialmente tal não deveria ser possível, se não, para quê implementar as Metas se alguns alunos não as pudessem seguir? Na verdade, se há disciplinas, como Ciências Naturais ou História, em que as alterações são poucas, em outras, como o Português e sobretudo a Matemática, as alterações são bem maiores. Em Português, obras que eram obrigatórias num ano passam a ser obrigatórias noutro. Em Matemática, conteúdos de 5.º ano passam para o 4.º (e às vezes vice-versa), além de os métodos de ensino serem bastante diferentes. E de voltarem a ser ensinados conteúdos que não o eram há muitos anos (isto é aplicável sobretudo no ensino secundários).

4. O que ganham as editoras com isto?
Praticamente nada, e em editoras mais pequenas até se perde dinheiro. Isto porque, quando se planeia um manual escolar, se fazem as contas para o mesmo durar seis anos, com alterações mínimas como uma ou outra gralha. Ora, alterar um manual dois anos depois de este ter sido editado pela primeira vez deita toda a rentabilidade abaixo.

5. Os manuais são mesmo assim tão caros? 
Os preços de cada manual variam bastante, dos cerca de €9 no 1.º ciclo aos mais de €20 no ensino secundário. Talvez pareça caro aos encarregados de educação, que têm de comprar muitos, mas pensemos nos custos da sua produção: 
- em média, um ano de trabalho por manual antes da sua publicação (autores, editores, paginadores, criativos);
- custos com ilustradores criativos, fotógrafos e desenhadores técnicos;
- pagamento a consultores pedagógicos e científicos que permitem afinar todos os conteúdos;
- pagamento da certificação prévia, que varia entre os €3500 e os €5500 por manual consoante o ciclo de ensino. De notar que com as reformulações das Metas, muitas certificações tiveram de ser pagas duas vezes em três ou quatro anos;
- custos de impressão e distribuição;
- pagamento de direitos de autor.
Parece pouco? Mas não, é muito. Não é um negócio milionário, é um negócio que se vai mantendo rentável à custa de muito boa gestão e de muito trabalho.

6. Quanto «vale» então um manual escolar?
Na minha perspetiva, o seu valor intrínseco é muito alto, se pensarmos que será usado durante todo um ano letivo e que, muitas vezes, os manuais são os únicos livros a que muitas crianças têm acesso. Compramos best-sellers por €20, lemo-los e colocamo-nos na prateleira. Mas se gastarmos €15 num manual escolar, a usar durante nove meses, já achamos muito. Podia ainda explorar o tema dos pais que se queixam do preço dos manuais mas que depois compram as melhores mochilas, as da moda, gastam dinheiro em jogos para as consolas de que os miúdos se fartarão depressa e gastam dezenas de euros em concertos a que levam os filhos para que eles não fiquem mal vistos perante os colegas. Mas isso será tema para outra vez.

Peço desculpa pela extensão deste tópico (que não é nada meu hábito escrevê-los tão longos), mas queria mesmo expor a minha perspetiva e alguns factos que muitos não conhecem.