31 de dezembro de 2010

Nasci a encher balões...

E foi preciso chegar aos 37 anos para descobrir que a culpa de eu ter nascido no dia 30 dezembro foi da passagem de ano 1973/1974! No dia 30 de Dezembro de 1973, os meus pais enchiam balões para enfeitar a festa na casa do Banzão... tantos balões encheram que à minha mãe acabaram por rebentar as águas. Depois foi a vinda para Lisboa e o meu nascimento ao fim da noite.

É uma história tão gira... porque é que nunca ma tinham contado?

26 de dezembro de 2010

Manifesto sobre a intolerância

Bem sei que é Natal, que deveríamos ser todos muito tolerantes uns para os outros, mas este sentimento é mais forte do que eu. E declaro que estou cada vez mais farta do povo português. Da má educação, da falta de civismo, do egoísmo, da ganância, da falta de atenção e de respeito para com o outro. Só isto pode explicar atitudes de pessoas que, descaradamente, passam à frente em tudo o que é fila, que conduzem com uma agressividade constante e assassina, que nos olham com superioridade e desdém quando mostramos preocupação para com terceiros ou para com animais, que vibram e se alimentam de notícias sobre a crise, que se atropelam nos centros comerciais para conseguirem uma camisola ou um televisor com 20 por cento de desconto...

Fartinha, fartinha, estou mesmo fartinha disto. E quanto mais relatos ouço acerca das atitudes dos povos nórdicos mais me arrependo de nunca ter tomado a decisão (ou ter tido a oportunidade) de emigrar. Queria tanto, mas tanto, viver num país civilizado habitado por gente civilizada. Ou habitado por gente. Já não era pedir muito.

25 de dezembro de 2010

Reflexões natalícias


Este Natal não foi fácil nem sereno como eu sempre desejo, demasiadas emoções boas e más, alguma ansiedade mas também alguns momentos de boa histeria. Em resumo:
- falámos pela primeira vez ao telefone com o João Alexandre, directamente para o Rio;
- matámos um bocadinho de saudades (também por telefone) com o Marcos Vinicius, em Natal;
- deixámos uma mensagem louca e aos berros no voice mail da Mirna, na Holanda;
- o Marcos Vítor falou pela primeira vez connosco a partir do Brasil;
- não estivemos com a nossa querida priminha, que foi para Coimbra mas que daqui a uns dias estará connosco;
- demos um banho à Twiggy que nos deixou quase mais molhados do que ela;
- esperamos pelo regresso a casa do Cascão, reaparecido (graças ao Facebook e à persistência de três pessoas fantásticas) depois de quase um ano sem sabermos dele;
- tentámos alimentar e tratar do Matias, apesar de neste momento não termos grandes esperanças na sua recuperação;
- e outras coisas que não quero contar mas que sei que acabarão por passar.

13 de dezembro de 2010

Para homens de barba rija

Logo na primeira cena tive de fechar os olhos. Mas depois fiz um esforço e acompanhei tudo até ao fim.

Numa prisão de Zamora, um futuro guarda prisional quer conhecer melhor o espaço um dia antes de começar. Enquanto faz uma ronda com os futuros colegas, ainda vestido à civil, um motim explode entre os prisioneiros mais perigosos. Na precipitação da fuga, Juan Oliver fica para trás e, para sobreviver, tem de fingir que é um assassino acabado de prender.

A partir daqui é um jogo de nervos, o confronto e depois a cumplicidade com Malamadre, o líder da prisão. E o braço-de-ferro com as autoridades por melhores condições lá dentro, fazendo-se valer de terem como reféns 3 presos políticos da ETA.

Cela 211, realizado por Daniel Monzón, ganhou 8 dos prémios Goya, entre eles o de melhor realizador, melhor realizador, melhor actor principal, melhor actor revelação e melhor argumento. E tem ainda o mérito de grande parte dos figurantes serem prisioneiros a sério. Extremamente realista, extremamente bem realizado, extremamente bem representado.


PS: Alguém me ajuda a identificar quem me faz lembrar o Malamadre?

12 de dezembro de 2010

Campeão!

222 222 km não é para qualquer um. No meu Disco já cá cantam.

Assalto em pleno dia

Sempre ouvi dizer que os taxistas do aeroporto da Portela enganavam os turistas à grande, levando-os por Cascais para irem até à Baixa. Mas há outro local em Lisboa onde os turistas são bem enganados, e à vista desarmada. Aqui:

Num buraco sujo e a cheirar mal, sem qualquer tipo de dignidade e debaixo das escadas da rua do Carmo, juntam-se filas de turistas para subir no elevador de Santa Justa. Depois de uma longa espera, são recebidos por um ascensorista mal-encarado e entram numa cabine apinhada de gente sem qualquer hipótese de ser apreciada. É uma subida de 30 metros feita em menos de um minuto, e quando se chega lá acima nem ao topo se pode ir, porque está sempre fechado. Resta sair e atravessar o passadiço que leva ao largo do Carmo, aproveitando por breves instantes a vista sobre a Baixa.

Tendo em conta a imagem de modernidade que a Carris tem vindo a promover, este elevador já merecia uma intervenção. Tal como está, os €2,90 pela subida são um verdadeiro roubo. Às claras. E que me envergonham quando, como lisboeta, passo por lá e vejo aquela gente à espera.

Marina, de Carlos Ruiz Zafón

Hesitei meses em comprar este livro, mas por fim não resisti. E estava nas últimas páginas de Marina, de Carlos Ruiz Zafón, quando, nas minhas leituras atrasadas, deparo com a respectiva crítica na Time Out. E porque não poderia descrevê-lo melhor, aqui fica:

«Marina, que foi publicado originalmente como livro juvenil, surge por cá sem menção a escalões etários e será lido com agrado (...) pelos mesmos adultos que se deleitaram com O jogo do anjo. E faz sentido: ambos os livros são folhetins de mistério, ambientados numa Barcelona gótica e tenebrosa. Marina, recheado de clichés pilhados a Frankenstein e aos filmes de zombies, é mais gore e inverosímil e as suas duas personagens principais são adolescentes, mas é feito da mesma massa de O jogo do anjo.

Embora caiba na gaveta do folhetim neogótico, Zafón merece ser colocado um patamar acima das vampirices de Miss Meyer (...): Zafón tem dedo para intrigas rocambolescas, sabe criar suspense e exprime-se com desenvoltura. Para quem tenha 15 anos, bastará.»

Eu tinha gostado de A sombra do vento, precisamente pelo ambiente gótico da Barcelona do início do século XX. Gostei menos de O jogo do anjo, por encontrar uma fórmula demasiado parecida com a do outro mas menos sustentada. Mas, apesar de tudo, tinha curiosidade em ver como Zafón escreveria uma história passada numa Barcelona mais recente, dos anos 80. Pelos vistos, em Marina não mudou grande coisa. E até coches aparecem.

5 de dezembro de 2010

Mixed feelings

Não sei muito bem o que dizer acerca deste filme. Estava com grande expectativa em relação a O americano, a Time Out classificou-o bastante bem, o realizador vem dos videoclipes musicais, George Clooney é a personagem principal... No entanto, a verdade é que não o veria de novo. Achei-o previsível, paradote, com algumas incongruências, mas tenso... não foi uma boa escolha num sábado à tarde para desligar de uma manhã de trabalho. Mas se me deixou tensa lá terá o seu mérito.

O festim da aranha

Gosto muito de livros grandes, daqueles que demoram semanas a ler e dos quais acabamos por fazer parte. Mas, de vez em quando, também gosto de livros de contos, sobretudo se forem colectâneas de autores diferentes. Porque me permitem conhecer novos escritores e porque numa só noite leio histórias inteiras, por vezes mais marcantes do que alguns romances.

Este comprei-o porque o objecto me atraiu: capa toda em tons de vermelho, páginas tingidas por fora de vermelho. E depois o miolo não me desiludiu. São mais de 20 «histórias em estado de crueldade», muitas sem rodeios e com maldade pura, desde um quase linchamento gratuito até um emparedamento por um marido traído, passando por uma mulher que aperta a barriga durante a gravidez apenas para dar à luz seres que possa dispensar para feiras de curiosidades. Depois de ler O festim da aranha, quero ainda passar ao Este é o tempo dos assassinos (da mesma colecção), mas para já ficaram-me nomes como Dino Buzatti («Não esperavam outra coisa»), Saki («Sredni Vashtar»), Octave Mirbeau («As bocas inúteis»), Stanley Ellin («A pergunta»), Maupassant («A mãe dos monstros») e Balzac («A grande Bretèche»).

Não fuja deste livro quem é impressionável. Apenas duas ou três histórias me deram a volta à barriga. O que compensa tendo em conta a qualidade da generalidade do livro.

3 de dezembro de 2010

Técnicas de conquista

Há 7 anos trouxeram-me uma gata para casa. Depois de viver um ano sem bichos tendo vivido mais de 20 anos numa casa cheia de cães e gatos, foi uma das melhores surpresas que me podiam ter feito. Chamámos-lhe TT, por na época o «todo-o-terreno » ser uma parte importante das nossas vidas. A TT é uma gata siamesa e será sempre a «minha» gata por ter sido a primeira na minha vida independente.

Três meses depois achámos que a TT precisava de companhia, sozinha de manhã à noite. Pus-me em campo e tentei arranjar outra gata, de preferência também siamesa. Tive notícias de que havia uma algures numa quinta do Carregado, e num fim de tarde chuvoso de Janeiro lá fui buscá-la. Já estava escuro, mas logo me apercebi de que de siamesa não tinha nada. Magrinha, com os bigodes cortados, cheia de pulgas e com um pêlo de cor indefinida (branco, acastanhado, bege, etc...), mal lhe peguei agarrou-se a mim e desatou a fazer ronrom. Não tive coragem de a deixar para trás.

Hoje, a Vespa é uma gata linda, gordinha, com um pêlo de coelho e que me adora mais do que tudo. É, aliás, a única gata que conheço que vem à minha chamada em qualquer altura como só os cães fazem.

Tal como nós, os animais não precisam de ser perfeitos para nos conquistarem. Basta saberem fazê-lo:

Gosto muito desta pessoa - II

24 de novembro de 2010

Ingratidão

Serei só eu que considero ingrata a atitude da maioria dos trabalhadores da Volskwagen Autoeuropa ao fazerem hoje greve? Sim, esses que terão um aumento de 3,9% nos salários, que têm garantias de não haver despedimentos colectivos até ao final 2012 e cuja administração vai passar a efectivos os cerca de 500 trabalhadores temporários.

Se se queriam apenas solidarizar com os restantes grevistas do país podiam fazê-lo através de um comunicado, por exemplo. Agora... parar durante um dia? Deixar de fabricar cerca de 500 viaturas?

Chamaram a esta atitude «agir por indignação». Eu chamo-lhe morder a mão de quem lhes dá de comer.

22 de novembro de 2010

Black is black

Sem querer trair o meu Disco preto, não posso negar que fiquei com água na boca quando vi este Fiat 500 preto (modelo Black Jack)...

Entretanto, dou-me mesmo por muito feliz com a minha Vespa preta...

E com a minha Nespresso preta (modelo Just Black)...

Não, não me visto sempre de preto, mas há acessórios que acho que têm muito mais pinta nesta cor.

21 de novembro de 2010

Detesto extremos

Este foi o lindo trabalhinho que uns senhores ditos anarquistas fizeram na sé de Lisboa:

Não defendo os católicos mas também não defendo quem não vai à igreja. Não defendo os imigrantes mas também não defendo os xenófobos. Defendo o nosso património histórico e cultural e acho inadmissível que sequer passe pela cabeça de alguém escrever em edifícios como este.

PS: Segundo a Time Out, a limpeza das paredes da sé custará entre 10 a 20 mil euros. Saberão esses senhores anarquistas quanto custa isso a ganhar?

20 de novembro de 2010

Casei com um comunista, de Philip Roth

Ser comunista nos anos 40 e 50 não deve ter sido nada fácil. Sobretudo se se tiver vivido nos Estados Unidos de McCarthy e se se estiver apaixonado por uma actriz que se move no seio de uma burguesia deslumbrada.

Ira Ringold torna-se comunista durante a II Guerra Mundial; regressa a Nova Iorque e, por ser muito parecido com Abraham Lincoln, interpreta-o em peças e em programas de rádio, passando a ser conhecido por Iron Rinn; casa com Eve Frame, estrela do cinema mudo dominada por uma filha de um de muitos dos seus estranhos casamentos; o casamento degrada-se; Eve, manipulada por amigos de extrema-direita, publica Casei com um comunista; e a vida de Ira é destruída, não sem antes acabar por conseguir levar a mulher atrás.

Em Casei com um comunista, Philip Roth descreve cruamente a sociedade mccarthista, a «caça às bruxas» e o modo como o ódio anticomunista consegue invadir a vida privada. Não direi que este é um livro de leitura rápida, como os outros dois que tinha lido de Philip Roth (Animal moribundo e Indignação), mas é um livro de leitura rica, bom para ler em tempos de agitação política.

15 de novembro de 2010

Lado B

Há quase 3 anos escrevi um tópico sobre os Incorrigíveis, skteches das Produções Fictícias publicados regularmente online. Na altura, fui insultada por alguém que não tinha sentido de humor no que ao humor toca, apenas por gostar das peças de Bruno Nogueira.

Goste-se ou não se goste, a verdade é que Bruno Nogueira ganhou um lugar de mérito no humor em Portugal, com direito a prime time à sexta-feira à noite na RTP1. No talk show Lado B, Bruno mistura os convidados mais inusitados (uma vez, Odete Santos e José Castelo-Branco; na última sexta-feira, Carvalho da Silva e Margarida Rebelo Pinto), e o único sketch que apresenta por programa é imbatível.

Nem sempre vejo em directo, mas gravo sempre. Este foi um momento alto:

14 de novembro de 2010

E 15 anos depois...

... percebo que ainda sei andar de patins. Devagar, muito devagarinho. Com muitas hesitações e paragens pelo meio. Mas umas vinte «piscinas» aqui no pátio grande já me puseram mais um quilometrozinho nas pernas.

7 de novembro de 2010

Amadora BD II

Ainda no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, deparei com duas personagens que já conhecia mas de cuja importância ainda não tinha tomado consciência. Richard Câmara, o desenhador convidado, recriou-as para o festival, mas a verdade é que já em 1915 o Quim e o Manecas criados por Stuart de Carvalhais tinham uma modernidade incrível:

Estes dois companheiros de malandrice começaram a ser publicados num suplemento d'O Século no início de século XX e duraram até aos anos 50, retratando e criticando a burguesia e os costumes sociais através de peripécias endiabradas. Há alguém que não concorde que ainda hoje têm um design extremamente actual?

6 de novembro de 2010

Amadora BD I

Descobertas...

Daniel Silvestre da Silva (as maravilhas que se podem criar com uma simples caneta preta)


... e redescobertas:

Schuiten e Peeters (arquitectura surrealista criada por uma dupla que nunca me canso de apreciar)














Cristina Sampaio (a ilustradora e cartoonista que me põe sempre um sorriso nos lábios)






1 de novembro de 2010

Secret hopes

De há uns tempos para cá, não há mulher que não tenha uma secreta esperança de entrar na Nespresso e encontrar por lá o George Clooney. A partir de agora, até eu vou passar a espreitar para dentro das lojas Sacoor, não vá o Rob Lowe estar por lá. E, já agora, e porque não, ter esperança de que o Albano Jerónimo um dia me toque à porta quando ligar as luzes cá em casa.

Aprovadíssima a ideia de as grandes marcas contratarem actores bonitos e cheios de charme.

25 de outubro de 2010

Parar para quê?

Se eu, que ando na estrada apenas duas vez por dia, assisto a isto diariamente, como é que a polícia, que supostamente anda na rua todo o dia, não vê? Passar os semáforos com o sinal vermelho está a tornar-se um hábito em Lisboa, e ainda por cima um hábito impune.

Se dantes o amarelo era sinal de «acelera, antes que fique vermelho», agora passou a ser «calma, passo quando me apetecer». A primeira vez que assisti às consequências desta atitude foi no início do ano, em Belém, quando um condutor que passou com o vermelho não matou por pura sorte uma mãe e uma filha que passavam com o verde. Pelo que sei, foi a julgamento mas está tudo na mesma. Agora, foi um amigo meu, que na Gago Coutinho, ao passar calmamente com o verde, «apanha» de raspão com um que vinha de cima e que passara com o vermelho. Pormenor: enquanto o do primeiro caso teve de parar, porque se enfaixou num poste, este fugiu sem haver sequer tempo para ver a cor do carro.

Eu ando de Vespa muitas vezes e, como tal, estou sempre na fila da frente quando o sinal verde abre. E, mais do que nunca, nunca avanço antes de ter a certeza de que não vem ninguém a passar o vermelho. Mesmo habilitando-me a ouvir umas fortes buzinadelas. E garanto que muitas vezes já tenho evitado acidentes por esperar.

Mas que autoridades temos nós que, em vez de controlarem transgressões muito graves como esta, andam entretidas a passar multas e a controlar filmagens de televisão como já vi aqui no meu condomínio? Tenho cá para mim que seria muito mais lucrativo e muito mais pedagógico.

24 de outubro de 2010

Até Dezembro, ainda há tempo

Os meus cadernos de trabalho para os próximos meses (sim, porque todas as minhas reuniões ficam registadas em pequenos cadernos que depois de terminados guardo religiosamente... nem imaginam o jeito que este «arquivo » já me deu...) vão ter imagens destas:

Cada um custou €0,80 e são editados pelo Museu da Presidência da República. Comprei-os hoje depois de visitar a exposição Viva a República, altamente recomendável. Completíssima (tão completa que acho que um dia inteiro não daria para ler tudo o que lá está escrito e exposto) e muitíssimo bem montada, com especial destaque para a recriação da conhecida alegoria sobre a implantação da República e para a reconstituição das trincheiras portuguesas durante a I Guerra Mundial. Previa-se estar aberta até final de Outubro. Prolongou-se agora até 1 de Dezembro. Justifica-se.

18 de outubro de 2010

Há coisas fantásticas

Três anos depois de ter colocado o aparelho, posso finalmente voltar a comer maçãs à dentada e a provar todos os sabores de pastilha elástica que entretanto apareceram. E graças aos meus amigos e colegas nem sequer tive de ir às compras - tinha este presente em cima da minha secretária quando voltei hoje do dentista. Há coisas fantásticas tão simples, não há?

17 de outubro de 2010

E porque não há famílias perfeitas...

... não pude deixar de gostar desta novela gráfica a que não resisti em Barcelona: Fun Home - Una familia tragicómica, de Alison Bechdel.

Um livro de memórias, chocante, imoral e ao mesmo tempo ternurento, que retrata pessoas reais, com quem nos cruzamos todos os dias e que até podemos ter na nossa família ou sermos nós próprios.

Dizer que foi banido e censurado em algumas livrarias dos EUA e que foi seleccionado um dos melhores 10 livros de 2006 pela New York Magazine e pelo Times é mais do que suficiente.

14 de outubro de 2010

Três minutos depois...

... do 29.º aniversário do meu querido maninho, ainda é tempo de dizer publicamente que o adoro mais do que tudo na vida.

12 de outubro de 2010

High tech

Para quem, como eu, ainda não acredita que os livros em papel irão desaparecer:

11 de outubro de 2010

O Japão é um lugar estranho, de Peter Carey


Por motivos que não esperava, fui despertada nos últimos tempos para o universo da banda desenhada manga e para os filmes anime. Há dias, na Fnac, encontrei perdido junto da literatura de ficção um livrinho pequenino, em formato de bolso, qualquer coisa do tipo How to draw manga. Folheei-o e achei graça, mas deixei-o lá.

E uma edição da Tinta-da-China para a Sábado trouxe-me entretanto esta maravilha: O Japão é um lugar estranho, de Peter Carey. O pai, Peter Carey, leva o filho, Charlie, numa viagem ao Japão. Não para conhecer o «Verdadeiro Japão», como Charlie faz questão de advertir o pai, mas o Japão dos dias de hoje, o Japão povoado da cultura manga, o Japão em cujas ruas circulam naturalmente visualistas de cabelo no ar e vestuário muito inusitado.

Entrevistam desenhadores e argumentistas de manga e de anime, conhecem outros fãs como Charlie, visitam um fabricante de espadas, percorrem um mega centro comercial de jogos electrónicos...

No fim da viagem, feito o balanço, não será este também o «Verdadeiro Japão»?

10 de outubro de 2010

Jardineiros não há muitos

As minhas leituras atrasadas da National Geographic trazem-me por vezes surpresas completamente inesperadas. Na edição de Junho deste ano, fui surpreendida pelos jardineiros, uma ave que vive exclusivamente na zona da Papua-Nova Guiné, distribuindo-se por cerca de 20 espécies.

E o que torna estes jardineiros tão especiais? A construção artística de caramanchões apenas para seduzir as fêmeas. Segundo alguns biólogos, são as aves «mais intrigantemente humanas», sendo a única espécie, para além da nossa, capaz de matar (pequenos insectos) com fins meramente decorativos.

Utilizam galhos, flores, insectos mortos, bolotas, bagas, latas... tudo o que apanham e que seja vistoso e colorido. Alguns exemplos destas maravilhas artisticamente construídas:

Fotografia de Jean Marc Gayman

Fotografias de Tim Laman

4 de outubro de 2010

Serviço público para as minhas amigas

Ontem tomei a primeira dose da vacina contra o HPV (papilomavírus humano), responsável pela maioria dos casos de cancro do colo do útero. Daqui a 2 meses ser-me-á administrada a segunda dose e daqui a 6 meses a terceira. As 3 doses são caras (cerca de €450, sem comparticipação) mas, por me ter sido aconselhada por quem sabe e por me ter apercebido de que a maioria das pessoas ainda julga que esta vacina só é eficaz se tomada na adolescência, aqui ficam alguns dados importantes. Para que, se puderem, sigam o o meu exemplo.

- O cancro do colo do útero é a segunda maior causa de morte de mulheres entre os 15 e os 44 anos, logo a seguir ao cancro da mama.

- Na Europa, morrem anualmente 15 000 mulheres de cancro do colo do útero - o equivalente a 40 mulheres por dia e duas mulheres por hora.

- O cancro do colo o útero é causado exclusivamente pelo HPV.

- Cerca de 70% das pessoas sexualmente activas serão expostas ao HPV num determinado momento das suas vidas.

- A ligação entre o HPV e o cancro do colo do útero é muito mais estreita do que a ligação entre o tabaco e o cancro do pulmão.

- A vacina do cancro do colo do útero cobre os tipos de HPV que causam 75% dos casos de cancro do colo do útero.

Se, até há algum tempo, a vacina contra o HPV era recomendada exclusivamente a raparigas antes de iniciarem a sua vida sexual (fazendo inclusivamente parte do Plano Nacional de Vacinaçãoi), estudos mais recentes demonstram que, mesmo quando administrada mais tarde, a vacina é eficaz, tanto na prevenção da infecção como na diminuição da probabilidade da sua degeneração em cancro.

Gastamos muito facilmente €100 ou €150 num par de botas. Gastar €450 repartidos por 6 meses para salvar a nossa vida parece-me um muito bom negócio.


PS: Conselho (este também) de amiga: não pesquisem no Google imagens de HPV. É muito, muito mau.

Obrigada às minhas bichinhas

Por estarem sempre presentes quando preciso delas. Por perceberem quando estou triste e quando estou contente. Por darem sempre mais uma oportunidade à minha por vezes indiferença. Por me revelarem um amor incondicional.

Hoje, no Dia do Animal, a Vespa e a TT têm direito a uma latinha gourmet. Amanhã, a Twiggy receberá um osso especial. E, todas, terão a minha companhia e a garantia de que nunca as esquecerei.