29 de dezembro de 2015

Desafio para os próximos dias


Dou o pontapé de partida. A minha palavra de 2015 é DECISÕES.

O sucesso também é feito de fracassos






Quem está comigo contra este tempo?

Sim, ontem choveu, mas nem por isso ficou mais fresco. Noites a transpirar por «já» ter mudado para o edredon de inverno, pôr um pijama (de verão) para lavar de dois em dois dias, vestir de manhã manga comprida e pela hora de almoço já estar arrependida de o ter feito, ser picada por melgas fora de época...

Sim, eu gosto do inverno, de frio e de chuva, por isso com estas temperaturas sofro ainda mais do que é costume.

23 de dezembro de 2015

O desgraçado não vai ter mãos a medir

Para mim, isto é tão, tão importante

Em teu ventre, de José Luís Peixoto

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O ponto de partida são as aparições de Fátima, entre maio e outubro de 1917. Lúcia é a personagem de mais destaque, mas a personagem principal é de facto todo um povo que encarou os acontecimentos de modos totalmente diferentes. Dos que, de mês para mês, seguiam os pastorinhos à azinheira com mais e mais convicção, passando pelos que ali viam uma oportunidade de negócio, aos simplesmente céticos que não conseguiam acreditar.

Entre estes últimos está a mãe da própria Lúcia, que começa por achar que a filha está a imaginar mas que, a dado momento, tem de a proteger do povo e da própria Igreja. 

Neste livro não são descritas as aparições, mas as consequências que os seus relatos provocam, primeiro na aldeia e depois no resto do país. É também um retrato do Portugal de início do século XX, com a sua miséria, fé e esperança. 

Apesar de ter gostado do livro, não consigo deixar de temer que José Luís Peixoto comece, aos poucos, a aproximar-se de uma escrita mais hermética (por vezes fez-me lembrar o António Lobo Antunes de hoje, de que não gosto nada). Pela alternância entre narradores, que no início tive dificuldade em identificar, e pela própria forma escolhida para o livro. Aguardo por um próximo livro com a esperança de não comprovar esta teoria.

22 de dezembro de 2015

A TT tal e qual

Trazer os azulejos na roupa

Estranho? Sim, mas possível, graças às criações da Bainha de Copas. São lenços, saias, vestidos, blusas e até carteiras inspirados na azulejaria portuguesa, fabricados em seda, algodão, linho ou rayon. A base foram fotografias tiradas na rua transformadas em tecidos maravilhosos.

O resultado são peças lindas. Caras, mas lindas.

Lenço A tale of tiles constelar, seda ou rayon, 50 x 50 cm, €49 a €110.
Carteira Tropeço de amor por ti, vários tamanhos, €8,50 a €18,50

Écharpe A tale of tiles picotado, seda ou rayon, 165 x 30 cm, €71 a €144.






















































































Clutch A tale of tiles mourisca, algodão, elastano e veludo, €29,90.
Saia Don Quixote's blue, algodão e elastano, €145.

Bowie's back

No dia em que fará 69 anos, a 8 de janeiro, Bowie vai lançar o seu 25.º álbum, Blackstar. É uma máquina, este homem! Abaixo, os dois singles que já saíram.

«Blackstar»:


«Lazarus»:

21 de dezembro de 2015

Quem nunca passou por isto?

Eu já, e é tão, tão desagradável...

Tão previsível...

Minha mãe, de Nanni Moretti


Depois de uma comédia de costumes com Habemus Papam, Moretti enveredou agora por um registo mais intimista e também muito autobiográfico: o dia a dia de uma realizadora de cinema que tem de conciliar o trabalho com a morte iminente da mãe.

Margherita é o alter ego de Moretti, que teve de lidar precisamente com a mesma situação na rodagem do seu último filme. E Moretti ganha um papel secundário mas importante, o de irmão da realizadora, com mais disponibilidade para cuidar da mãe e ir colocando a irmã a par da evolução da doença.

É de facto um drama, este filme de Moretti. Mas com a virtuosidade de conseguir ter também bastantes traços de comédia, graças à chegada a Roma do ator norte-americano Barry Huggins (interpretado por John Turturro) para representar o papel principal no filme de Margherita (que, por curiosidade, incide sobre o fecho de uma fábrica e respetiva revolta dos operários). Barry, cheio de si, é o verdadeiro cromo, e as suas tentativas de decorar simples deixas geram cenas hilariantes.

Fãs de Moretti, não percam tempo que o filme deve sair depressa das salas.

18 de dezembro de 2015

É já daqui a 24 horas

Querem saber quanto vão pagar de sobretaxa?

Nada como um bom simulador, e este do Expresso pareceu-me fiável, até porque calculou ao cêntimo quanto costumo descontar de IRS e para a Segurança Social. Basta clicar em baixo.

http://expresso.sapo.pt/economia/2015-12-15-Simulador-saiba-quanto-vai-pagar-de-sobretaxa-de-IRS-em-2016

A lição de anatomia, de Philip Roth

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Este livro já tem mais de 30 anos, apesar de agora ter sido reeditado e por isso ganhado nova visibilidade. Nathan é um escritor judeu, famoso por um livro que escreveu que põe em causa toda a sua religião, magoando a sua família e comunidade.

Aos 40 anos, é acometido por uma dor terrível que lhe afeta o pescoço e os ombros, não lhe permitindo pensar em mais nada a não ser em acabar com ela. Depois de percorrer todo o tipo de especialistas, e de se entreter com uma série de «amigas» que lhe vão satisfazendo as necessidades enquanto se mantém imóvel no chão, Nathan não consegue descobrir do que padece. Toma então como missão começar do zero e tirar um curso de medicina, para se ajudar a si próprio. Mas, ao longo do tempo, vai percebendo que tudo o que lhe tem acontecido foi mal que autoinfligiu, começando pela publicação do tal livro.

Roth vai sempre buscar coisas novas, mas nunca se distancia da herança judaica, onde tudo acaba sempre por ir parar. Gostei.


17 de dezembro de 2015

É que nem à casa de banho se pode ir...

«Não ceder à preguiça - votar Sampaio da Nóvoa», por Isabel Moreira

Isabel Moreira desperta em mim mixed feelings. Ora concordo com o que diz, ora a acho extremista e às vezes me parece até um pouco pateta. Mas este texto reflete bem aquilo que penso. Publicado no Expresso, a 28.11.15.


«(...) Estamos num tempo novo e desafiante.

O paradigma político-social mudou para sempre com a morte das convergências que de tão tradicionais se pensaram donas da democracia e Cavaco, terminando o seu mandato formalmente, dá-nos a oportunidade de devolver um Presidente da República à República.

Esta última oportunidade não pode ser desperdiçada. Não pode ser decidida pela empatia televisiva de quem faz campanha há um ano em exclusivo na TVI, porque a desigualdade dessa arma deve pesar mais do que a habituação ao rosto.

Não pode ser decidida apenas porque Marcelo - que aprecio pessoalmente – é popular, abandonamo-nos à preguiça de constatar que o candidato em causa não tem um plano da sua conceção dos poderes presidenciais, não é claro e direto nas respostas, num estilo de rede simpática apanha-tudo, é incerto, é imprevisível, a sua história política prova que não sabemos mesmo com quem contar numa segunda-feira e com quem contar numa sexta-feira, embora estejamos sempre a falar mesma pessoa.
De resto, é isso que faz de Marcelo um homem divertido, mas não um candidato.

Sendo mulher, e feminista, tenho por importante a representação feminina nos cargos políticos. Nunca houve uma Presidente da República. É um facto. Mas nunca me bastaria a constatação de ver uma militante do meu Partido – no caso, Maria de Belém – para desatar a correr para o voto em nome das mulheres ao poder. Porque não é esta a mulher que eu quero a fazer história.

Direi mesmo que até por ser mulher, a minha adesão à candidatura de Sampaio da Nóvoa é reforçada perante Maria de Belém. Basta recordar-me, sobretudo na semana em que se discutiu, quase dez anos depois, o absurdo de mulheres que não tenham a tutela de um homem serem excluídas do acesso à procriação medicamente assistida (sexismo e homofobia num pacote), que Maria de Belém tutelou esse processo. Sim, em 2006, Maria de Belém tutelou o processo que informou mulheres solteiras, viúvas, lésbicas, casais de lésbicas disto: o vosso útero pertence a um homem.

É verdade que com a disciplina de voto votou favoravelmente o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas ficou clara a sua discordância na declaração de voto que apresentou. Pertencia ao grupo que defendia um outro caminho.

Estes dois exemplos não relevam apenas das matérias em causa. Relevam para nos apercebermos que Maria de Belém, sendo mulher, não comporta em si o desígnio mais forte que essa condição na Presidência mereceria: um conceito amplo, sem pó, sem adversativas da igualdade.

É por isto, por também não encontrar em Maria de Belém uma vontade fundacional de ser candidata, nem um guia do que entende ser o exercício dos poderes presidenciais que, por mim, Belém não irá para Belém.

Sampaio da Nóvoa não esperou. Nada tem contra os Partidos, antes pelo contrário, mas dispenso a retórica que lhe vejo ser atirada vinda de um bafiento conceito de monopólio dos Partidos ou da pertença a um Partido, como fator de superioridade para se atuar politicamente.

Sampaio da Nóvoa tem uma visão cosmopolita do mundo, tem como positivas as diferenças de identidade, de modelos de família, de modelos de parentalidade, rejeita a abominável tarefa estatual que desgraçou o século passado, essa de padronizar comportamentos.

Finalmente, Sampaio da Nóvoa apresentou uma Carta de Princípios que corresponde à mais correta interpretação que já li do que deve ser o exercício dos poderes presidenciais. (...)

É ouvir, é ler, é estar atento, é ter memória, é não ceder à preguiça e fazer de Sampaio da Nóvoa o grande candidato da esquerda.»

É isto

16 de dezembro de 2015

Counting down

Não tem preço o descanso de ter todos os presentes de Natal comprados e de saber que foram bem escolhidos. Agora, resta-me esperar por dia 24 e por dia 25 para viver os momentos de que mais gosto: ver a surpresa na cara de quem os vai abrir.

Se pudesse, era todos os dias

Nisto, quem me dera ser espanhola.

A rapariga apanhada na teia de aranha, de David Lagercrantz

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A saga Millenium tinha sido planeada para ser uma decalogia, dez volumes em que Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander se envolvem nos meandros das mais obscuras facetas da sociedade sueca. Mas após o terceiro volume, Stieg Larsson, o seu autor, morreu com um ataque cardíaco.

Agora, 11 anos depois da sua morte, a saga é retomada, desta vez por David Lagerkrantz. Com a revista Millenium em crise e nas mãos de acionistas que querem acabar com ela, o próprio Blomkvist equaciona desistir. Até que um mega ataque informático que envolve os serviços secretos norte-americanos lhe dá a esperança de um «furo» que salve a revista. E volta a colocar Salander no seu caminho.

Não posso dizer que não tenha gostado, até por alguns ingredientes que Lagerkrantz colocou no livro (como uma criança autista única testemunha de um crime ou o aparecimento da irmã de Lisbeth), mas não senti o mesmo frissom que nos livros de Larsson. Nada que me impeça de ler o próximo volume quando sair. Não vou desistir. 

14 de dezembro de 2015

Está a esquecer-se de algo muito importante...

... que se trata de ainda faltar o voto dos portugueses. Bem sei que as suas hipóteses são muito grandes, mas nada pode ser dado ainda como certo. (Notícia do Observador com base em entrevista dada ao Expresso.)


E ainda querem que se opte pelos transportes públicos...

No sábado de manhã tinha de ir à Baixa fazer umas últimas compras, e optei por deixar o carro na garagem e ir de autocarro. Iria apanhar o das 10h45 e quando cheguei à paragem às 10h43, que por acaso é a inicial, já só se via a traseira do 708, bem lá ao fundo.

Andarem atrasados não me admiraria, agora adiantados? Pois não demorou muito até morder a língua. O autocarro seguinte, previsto para as 11h07, só saiu às 11h17. Ora toma que é para aprenderes.

No regresso, um filme parecido mas pior. O autocarro que supostamente partiria do Martim Moniz às 14h16 só saiu às 14h30. Sublinho que era sábado, um dia solarengo. e que não havia muito trânsito nem acidentes pelo caminho.

Paguei o meu bilhete e lá me sentei num espaço exíguo, que aquele autocarro deve ser um modelo para gente de pernas curtas. Ao chegar à Gare do Oriente, o motorista limitou-se a anunciar que ficaria por ali. Desculpe? Lá lhe perguntei se poderia esperar pelo próximo usando o mesmo bilhete. Resposta que não, pois claro, teria de pagar outro bilhete para percorrer os últimos 2 km que o senhor não se dignou fazer. Fui a pé.

Não sei a quem cabem estas decisões de saírem antes da hora e alterarem os percursos, mas a verdade é que agora não me apanham a andar de autocarro tão cedo.

A Natureza a falar: The Rainforest, por Kevin Spacey


11 de dezembro de 2015

Não percebo quem não gosta

De (algumas) novas marcas portuguesas

Proliferam as marcas portuguesas que recuperam produtos tradicionais, lhes dão um ou outro toque e os relançam no mercado. Quanto a isso, só tenho elogios a fazer. O que não consigo perceber é como (e porquê) se arriscam (e atrevem) a vender esses mesmos produtos por preços muitas vezes proibitivos.

Ora vejam alguns exemplos:

- sapatos «de forcado»

Sapatarias Fernando, €90
Caxuxa, €265


 - chinelos de trapos

Pequena loja em Viseu, €7


Stró, €20
- botas de agricultor

Feira de S. Pedro de Sintra, €20

Green Boots, €195


Recuperar os produtos mais tradicionais portugueses, muito bem. Agora vendê-los a peso de ouro (sobretudo quando existem à venda muito mais baratos) é que não. O marketing paga-se, claro, mas tanto?

A Natureza a falar: Coral Reef, por Ian Somerhalder


10 de dezembro de 2015

Dou um doce...

... a quem me arranjar um vídeo com uma orquestra a tocar esta música.

A Vespinha dá notícias


Depois de uns meses atribulados, primeiro com uma rotura de ligamentos e respetiva cirurgia e recuperação e depois por uma infeção urinária difícil de curar, passando ainda por uma noite de espirros terríveis que me encheram a cama de ranho, parece agora estar estabilizada e pronta para uns tempos sem pregar sustos à dona. E, já agora, para dar um bocadinho de tempo de antena à TT, que se já se começava a ressentir.

A Natureza a falar: Flower, por Lupita Nyong'o


9 de dezembro de 2015

Missão de ontem

Cumprida!

Os D. Sebastiões desta terra


Estes não aparecem para salvar a pátria, mas antes para gerar a confusão. São muito mais do que deviam, conduzem sempre um veículo e andam nos dias de nevoeiro sem se dignarem a acender as luzes. Não sei o que lhes passa pela cabeça, mas deve ser algo do género: Se eu vejo os outros, para quê gastar bateria? (Como se a bateria se gastasse por andar com os faróis ligados...) Como, mas como, é que estas mentes desiluminadas não percebem o perigo que representam?